Novo Inventário de Emissões de Gases põe Curitiba ao lado de Barcelona

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Foto: Valdecir Galor/SMCS

Curitiba está entre as cidades com o menor índice per capita de emissões de gases do efeito estufa. A constatação vem do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa da Cidade de Curitiba, relatório divulgado nesta terça-feira (26/11), em solenidade no Palácio 29 de Março. O inventário é peça importante para definir planejamento de ações voltadas ao clima.

O evento foi marcado, também, pela assinatura do Decreto 1.462, que nomeia os novos membros do Fórum Curitiba Sobre Mudanças Climáticas, e pela apresentação da disponibilização de licenças ambientais online.

Bons resultados

De acordo com o inventário, levando-se em consideração população e outras particularidades, a capital paranaense fica atrás apenas de Barcelona quando se trata em bons resultados de emissões de gases do efeito estufa (GEE) per capita.

A emissão per capita para Curitiba é de 1,9 tonelada de dióxido de carbono equivalente por habitante, abaixo de cidades como Nova York (5,8), Buenos Aires (4,3) e Vancouver (4,1). Barcelona tem 1,8 tonelada de emissão per capita.

Para o prefeito Rafael Greca, o desempenho é consequência das políticas voltadas à preservação de áreas verdes, uma tradição da cidade desde a década de 1970.

“Colhemos os bons frutos da adoção de uma política que, ao definir o Setor Especial de Áreas Verdes, permitiu planejar a cidade equilibrando o desenvolvimento urbano com a conservação ambiental”, disse.

Greca lembrou, ainda, que a cidade segue adotando iniciativas que auxiliam na redução das emissões. “Exemplos disso são a geração de energia fotovoltaica em nosso Palácio Solar 29 de Março e a Central Hidrelétrica Nicolau Klüppel no Parque Barigui”, destacou.

Outros projetos estão em andamento, como o da usina para gerar energia elétrica a partir do resíduo vegetal, além da implantação de usinas solares fotovoltaicas no antigo Aterro da Caximba, na Rodoferroviária e nos terminais Pinheirinho, Santa Cândida e Boqueirão.

“Vamos melhorar mais, na medida em que formos reduzindo o uso do nosso aterro sanitário com o encaminhamento dos rejeitos da reciclagem para o coprocessamento e uso do CDR nos fornos de cimenteiras”, completou o prefeito.

O documento foi elaborado com metodologia referenciada pelo Acordo de Paris e compara cidades que tiveram seus inventários feitos no mesmo ano-base, que é 2016. A ideia é que a publicação passe a ser anual.

Ação urgente

A secretária do Meio Ambiente, Marilza Oliveira Dias, que fez a apresentação dos dados, reforçou a necessidade de medidas urgentes pela redução das emissões.

“Mas a experiência desenvolvida aqui permite afirmar que Curitiba está preparada para estabelecer metas ambiciosas para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono, reforçando a identidade cidade inovadora e sustentável”, avaliou.

Com as informações contidas no Inventário, disse Marilza, a cidade consegue definir as políticas públicas para redução das emissões. “Ele nos dá base para construção do Plano Municipal e Mitigação e Adaptação às Mudanças do Clima, assim município e sociedade promovem mudanças mais efetivas”, avaliou.

O relatório

O inventário de GEE de Curitiba ano-base 2016, divulgado em 2019, é o quarto elaborado pelo município, com apoio e assistência técnica da C40, Waycarbon e ICLEI. Os inventários anteriores tiveram como base os anos de 2008, 2012 e 2013.

O documento é fundamental para que a cidade defina um planejamento de ação climática consistente, uma vez que indica setores que mais emitem gases de efeito estufa, auxiliando na definição do que precisa ser feito, onde necessário intervir com mais esforço.

O total de emissões reportado 3,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente. O setor de transporte é o que registra mais emissões (66,6 % do total) , reflexo das altas taxas de motorização das cidades brasileiras.

O segundo maior é o consumo de energia em edificações, com 22,6% das emissões, seguido do setor de resíduos com 10,8%, este último incluindo o tratamento do lixo e do esgoto sanitário.

Fórum

Composto por representantes do poder público, da iniciativa privada, de instituições de ensino e pesquisa e do terceiro setor, o Fórum Curitiba Sobre Mudanças Climáticas tem o objetivo de debater e propor medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Licenciamento on-line

Além do inventário, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente apresentou o novo sistema  modernização do seu sistema de emissão de licenças ambientais, já em operação. As mudanças começaram em agosto e, agora, o acesso ao documento passou a ser online, trazendo mais comodidade ao serviço ofertado aos cidadão e cidadãs.

Ao ano, são efetuados 25 mil procedimentos de autorização e licenciamento ambiental, distribuídos entre 24 serviços. Cerca de 15 mil autorizações, licenças ambientais e pareceres já podem ser impressos  pelo próprio interessado, sem necessidade de deslocamento às unidades da Secretaria de Meio Ambiente.

“Já reduzimos a impressão e o deslocamento para que as pessoas obtenham seus documentos. É uma contribuição para o nosso plano de redução das emissões de gases”, comentou a secretária Marilza Dias.

A próxima etapa, ainda sem data definida para funcionamento, será a possibilidade de protocolar alguns serviços sem a necessidade de comparecer às unidades da Secretaria.

Presenças

O secretário municipal do Urbanismo, Júlio Mazza; os vereadores Edson do Parolin, Geovane Fernandes e Mauro Bobato, assistiram à apresentação. Esteve presente também representante da Rede C40, Felipe Ehmke, e das entidades que compõem o Fórum Curitiba Sobre Mudanças Climáticas.

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