Concurso da Prefeitura atrai profissionais de diferentes estados do Brasil

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Foto: Valdecir Galor/SMCS

(EBC) O concurso da Prefeitura de Curitiba feito em 2019 trouxe para a capital profissionais de diferentes cidades e estados do Brasil. Só nesse concurso houve a contratação de 94 pessoas, das quais 28 vieram de nove estados, além do Paraná, o equivalente a mais de 29% do total de servidores nomeados.

Na avaliação da Secretaria de Administração e de Gestão de Pessoal, a vinda de profissionais de outras cidades, não apenas nos concursos públicos, mas também nos processos seletivos simplificados, que proporcionam a contratação temporário de pessoas, é uma tendência.

“Com base nas inscrições, em todas as modalidades, constatamos que muitos candidatos vêm de outros lugares”, analisa a diretora do Departamento de Desenvolvimento de Políticas de Pessoal da Secretaria, Jane Alves Lopes de Sus.

Independentemente de onde vieram, os novos servidores ainda estão se adaptando à mudança, descobrindo a cidade, conhecendo a secretaria onde trabalham e os colegas, por isso, em geral parecem tímidos. Alguns acabam chamando atenção pelo sotaque diferente.

É o que tem acontecido com o natalense Daniel de Freitas Gurgel, de 29 anos, primeiro colocado entre os engenheiros sanitaristas, ex-bombeiro militar do Rio Grande do Norte e que agora trabalha no Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria de Obras Públicas de Curitiba. “É só abrir a boca que a pessoa vem me perguntar: de onde você é?”, conta achando graça.

Antes da convocação, ele morou alguns meses em Campo Mourão, na região Centro-Oeste do estado, onde a esposa, que é assistente social, trabalha desde que foi chamada para a vaga no Tribunal de Justiça do Paraná.

Distante 3,3 mil km

“Com a aprovação dela, resolvi fazer concursos por aqui. Fiz em Foz do Iguaçu e em Curitiba. Só nos demos conta da distância entre Natal e o Paraná quando viemos fazer a prova”, comenta Gurgel. A distância entre Natal e Curitiba é de mais de 3,3 mil quilômetros.

Sobre a acolhida em Curitiba, ele diz estar surpreso até agora. “Me disseram que curitibano é fechado. Ainda não encontrei o curitibano fechado. Eu me sinto em Natal, que é uma cidade acolhedora. Do zelador ao secretário, fui muito bem recebido aqui”, declara ele.

Mesmo morando há tão pouco tempo em Curitiba, Daniel Gurgel observa que o cidadão curitibano é muito exigente. “Esse é o diferencial da cidade. Aqui as pessoas não se contentam com pouco, elas exigem que a cidade melhore sempre. O senso de cidadania é mais forte, isso deveria ser espelhado em outras cidades brasileiras”, analisa.

O sotaque diferente é também o que chama a atenção quando a paraibana Katianny Irly Gomes Carvalho, de 30 anos, começa a falar. Ela até morou em Brasília nos últimos dois anos, mas antes, vivia em João Pessoa. “Só de falar meu nome, as pessoas já vêm me perguntar de onde sou”, declara a servidora curitibana de sotaque paraibano.

“Fiz concurso para vários estados – Goiás, Pará, Ceará. Acabei descobrindo que teria concurso em Curitiba e resolvi fazer. Achei que seria um lugar bom pra morar”, conta ela, que tem a família espalhada por várias cidades. “Minha mãe está em João Pessoa, tenho irmãos em Brasília, Manaus e Recife. O normal lá em casa é morar longe. A gente se fala por telefone”, completa.

Kati, como é chamada pelos colegas do Departamento de Serviços Especiais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, diz que se surpreendeu com as pessoas na cidade. “Diziam que em Curitiba as pessoas são mais frias. Fui muito bem recebida”, diz a nova servidora, que é fiscal no Cemitério Municipal. “A única coisa que vou precisar me adaptar é à água fria no inverno”, comenta.

De turista a moradora

Foi numa excursão que fez no Ensino Médio que a engenheira civil Raquel Pereira Batista, de 28 anos, conheceu Curitiba, em 2008. “A cidade me pareceu boa pra viver, organizada e bonita. Quando vi que tinha concurso, resolvi fazer. Sempre procurei fazer concurso em cidades com boa qualidade de vida”, diz a mineira, que agora trabalha na Secretaria de Obras Públicas.

“Minha visão era turística. Agora estou conhecendo o dia a dia de Curitiba”, diz a jovem, que mora no mesmo bairro da secretaria, o São Francisco. Ela conta também que foi bem recebida pelos colegas. “Todos foram simpáticos, acolhedores e dispostos a ensinar”, diz ela.

Dentre os novos servidores, o concurso também trouxe gente do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Norte, Sergipe, além de cidades do interior do Paraná.

Para o catarinense João Francisco de Mira, de 27 anos, a mudança para Curitiba está sendo tranquila. O jovem de Garuva estudou na capital paranaense e havia voltado para a sua cidade-natal há pouco mais de um ano.

A vaga que assumiu na Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional como técnico agrícola o colocou em contato com a unidade de agricultura urbana. “A equipe é muito boa de trabalhar”, declara o jovem.

“Curitiba é uma referência e aqui estamos trabalhando em algo novo no Brasil, mas bem difundido noutros países – a agricultura urbana – tema que no mundo acadêmico está em evidência. Vindo para cá para assumir a carreira pública, pensei expandir meus horizontes”, detalha.

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