Por Luiz Gustavo
Pé na estrada e muita fé na alma. Um metro por vez. Um quilômetro por instante. Dia a dia é assim que a vida se segue. Uma trajetória tecida segundo a segundo, dia após dia com quem nós somos e estamos nos tornando. É assim a vida não é mesmo? Uma estrada rumo ao horizonte até onde os nossos olhos pode alcançar, mas está sempre além, nunca chegamos porque o nosso anseio e o nosso desejo que queima na alma está sempre além do nosso alcance. Chegamos, mas já queremos ir além. Qual é o próximo sonho? O Próximo designo? O próximo objetivo? – A fome da alma é grande e o horizonte nunca será o nosso destino, porém não devemos parar de busca-lo. A questão é, qual direção tomar? Assim passo então a acreditar que é a trajetória que mais importa, pois ela nos molda. Enquanto isto, somos apenas viajantes tentando manobrar da melhor forma possível a vida que há em nossas mãos. Pois, as nossas ações no aqui e agora quilômetro por quilômetro, dia após dia, nos veste para a Eternidade quando descobrimos que Jesus é o caminho.
Mas a estrada da vida é recheada de descidas, depressões ou retas planas que nos trazem conforto, dor ou alegria dependendo da velocidade e o tempo em que estamos guiando. Porque, independentemente se estamos em movimento ou não, o tempo passa! Portanto, mova o carro dos seus sonhos e o combuste com propósitos e princípios! Mas saiba que haverá diferenciações no trajeto; curvas que exigirão mais atenção e a desaceleração das nossas ações, pois não sabemos o que haverá além, se é uma curva simples ou turva. As subidas irão requerer mais força e paciência e testarão o nosso motor mental perante as cargas emocionais. Descidas pedem mais a nossa atenção, pois é o nosso desejo natural deixar a circunstância nos dar o prazer da velocidade sem o menor impulso de esforço – é preciso cuidado nesses momentos, pois o menor movimento sem perícia em alta performance pode gerar grandes danos. Que os nossos princípios sejam os freios nessas descidas acentuadas.
Saber o tempo correto é; quando devagar, aproveitar a paisagem, o vento de contra o rosto, a boa companhia enquanto a lua brilha forte em uma noite amena de azul forte no outono. Ou quando a vida pede velocidade é; deixar o coração sentir o impulso da adrenalina de cada acelerada percorrendo nossas veias, enquanto os pistões da alma se tencionam por cada segundo alcançado em prol de um objetivo que lhe traga crescimento e liberdade; batendo os seus próprios esforços para novos recordes pessoais – a corrida mais difícil é a que se faz consigo mesmo.
Equilíbrio! O equilíbrio é a sabedoria para cada curva, tipo de terreno ou altitude nas estações de nossas vidas. Nas retas, são momentos propícios para paradas e partilhas. Se tornam a essência para o compartilhamento de suas calmarias, lutas e paixões. O partilhar da sua jornada com outro alguém na simplicidade de pequenos descansos que a vida oferece é uma boa dádiva para dias nebulosos. Afinal, pior do que não saber para onde está indo, é ir sozinho.
Talvez esteja sentindo que não está ‘vencendo’ essa corrida da vida no momento, mas saiba que não se trata de vencer, porque melhor do que vencer é chegar. Permaneça firme! Não é o êxito que conta, é a fidelidade perante o percurso (ICo 4.2). E que não venhamos a chegar sozinhos, mas bem acompanhados, porque melhor do que vencer sozinho é ter com quem compartilhar a celebração das nossas vitórias. É o que a Koinonia (Comunhão em Grego) em Jesus traz, o compartilhamento das dificuldades, mas também das vitórias, das esperanças e vigores em todas as instâncias dessas corridas da vida. Estar junto é amor que se doa e amor que se recebe, olhar com olhar, quilometro com quilometro, passo com passo, vida com vida de abraço em abraço – Essa é a corrida que realmente importa; chegar com o outro é vencermos juntos. Cante, se esforce, diminua, vá um pouco mais rápido, sonhe, faça amigos, converse, imagine, pense, tente, tenha um coração forte, beba um bom café ou um chá se preferir, carregue princípios, não se venda, leia livros, chore e ria, leve boas lembranças, descanse, mas não pare! Se o seu caminho é Jesus, a vitória final já está ganha! O que agora precisamos fazer é vencermos a nós mesmos para não desistirmos…
‘’(…) e corramos com paciência a carreira que nos está proposta. Olhando para Jesus, autor e consumador da fé (…)’’
