Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida, proprietário da QualiFis.
Durante momentos de incerteza, é natural que passemos a nos sentir mais ansiosos, tristes e angustiados. Algumas vezes, em situações mais delicadas, até ficamos deprimidos. Tudo isso por conta do incontrolável, do imponderado, da insegurança e do medo! Situações que afetam o nosso Bem-Estar. Interferindo em nossa disposição física, na saúde psicológica e abalando, inclusive, nosso espírito. Ficamos inseguros, desconfortáveis e intranquilos. Isso pode ser muito desastroso para a nossa saúde!
O momento pelo qual o mundo está passando é único para todas as pessoas. A Covid-19, além de provocar complicações na saúde física das pessoas, também trouxe complicações emocionais por provocarem mudanças bruscas, radicais e inesperadas em suas rotinas, principalmente decorrentes do isolamento social e afastamento físico das pessoas tão amadas, que, apesar de ser relevante para conter a contaminação e disseminação da praga, dificulta ou restringe o contato com parentes e amigos, impedindo, também, a realização de eventos e encontros. Atividades estas tão celebradas e enraizadas em nossa cultura e costumes.
É fundamental, portanto, realizarmos algumas reflexões sobre esse momento no qual cuidar de nós mesmos – e dos próximos a nós -, de nossa saúde física, mental emocional e espiritual é muito importante.
Antes de tudo precisamos aceitar o que está acontecendo com o mundo. Lembre-se nem toda aceitação tem relação com concordar com tudo. Mas é fundamental, agora, se conscientizar e aceitar o processo que estamos sendo submetidos porque isso facilita a reflexão de como agir no momento presente e em tempos futuros. Quando estamos na negação e no confronto sem resultados positivos, não conseguimos ter clareza e criatividade suficientes para lidar com o inesperado, com o novo e até com o absurdo. Saiba que a energia do medo, da raiva, do ódio e da inatividade paralisante ativa respostas automáticas de nosso sistema nervoso autônomo, aumentando o cortisol – hormônio do stress – gerando emoções desgastantes como ansiedade, frustração e depressão, que retroalimentam ainda mais o próprio medo. Isso acaba por se tornar um ciclo vicioso que só destrói cada vez mais todo o equilíbrio do nosso corpo.
Às vezes a gente subestima o poder que existe por trás das escolhas dos nossos hábitos diários e dos nossos alimentos, mas saiba que são eles que, em grande parte, nos formam física e emocionalmente. Saber quais hábitos podemos priorizar neste momento de pandemia e quarentena pode ajudar bastante a lidar com as consequências físicas e emocionais de tudo que vem acontecendo. Descreverei alguns deles no próximo artigo – fique atento por aqui -, mas já deixarei uma estratégia muito pertinente para este momento de ansiedade aumentada. Portanto… ACALME-SE:
Criada pelo psicólogo, psicoterapeuta, pesquisador e escritor Bernard Rangé, a estratégia do “A.C.A.L.M.E.-S.E” pode ser muito importante em um momento de ansiedade mais intensa, como do momento atual.
1) ACEITE as sensações geradas pela ansiedade. Apesar de parecer estranho, aceite-as como algo inesperado e desconhecido, mas que passará. Não lute contra os sintomas, isso só faz com que eles se prolonguem e aumentem o seu desconforto. Deixe que os sintomas fluam até diminuírem;
2) CONTEMPLE o ambiente ao seu redor. Como um observador, descreva objetos, pessoas, foque sua atenção no ambiente externo e deixe que seu corpo lide com a ansiedade, sem julgamentos;
3) AJA apesar da ansiedade. Continue o que estava fazendo antes dela surgir; se for preciso, desacelere, mas siga. Não tente fugir, isso pode levar à redução da ansiedade (momentaneamente), mas também ao aumento do medo;
4) LIBERE o ar dos pulmões. Respire devagar, inspire pelo nariz contando mentalmente até três, leve o ar ao abdômen, segure o ar por mais três segundos e solte o ar lentamente pela boca contando até seis. Siga esse processo até encontrar o ritmo ideal para sua respiração;
5) MANTENHA o roteiro anterior (aceitar, contemplar, agir e respirar) até que a ansiedade atinja um nível mais confortável para você;
6) EXAMINE seus pensamentos. É comum pensamentos catastróficos surgirem. Observe seu diálogo interno e verifique racionalmente se seus pensamentos são possíveis de acontecer ou não. Lembre- se de que a crise de ansiedade é extremamente desagradável, mas ela passa e não coloca sua vida em risco;
7) SORRIA. Você conseguiu passar pela crise. Com seus próprios recursos, conseguiu lidar com a ansiedade e poderá retornar a essa sequência quando necessário;
8) ESPERE o futuro novamente com aceitação. Deixe de lado a ideia de viver livre da ansiedade, ela faz parte de todas as pessoas, e é útil à sua sobrevivência. Aprenda a conviver com ela e a utilizar os recursos necessários quando a crise estiver mais intensa.
AFINAL… A SAÚDE É O MAIS IMPORTANTE!
FAÇA A COISA CERTA!
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