Cada um na sua

Foto: Reprodução internet

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

Geleiras derretendo, matas sendo destruídas, grandes incêndios florestais… O aquecimento global deixou de ser mera conjectura ou mania de pessimistas – é uma realidade inquestionável… Seria por isso que já se ensaia a exploração de Marte?

Tecnologia para viagens de colonização interplanetária demandará mais de século de estudos, testes, experiências… Mas, e até lá, nós conseguiremos sobreviver? Marte está a 400 milhões de quilômetros – anos de viagem… Teremos oxigênio para tanto? E alimentação?

Os mais “otimistas” vão dizendo: a humanidade “se vira” como sempre “se virou”… Lembremos que a humanidade não “se virou” nos grandes desastres: aumento do nível de oceanos, erupções vulcânicas catastróficas, pragas… A humanidade teve que buscar novas áreas e tentar a vida em outras condições. Está provado que grande parte de nossas populações sucumbiu, desapareceu. Presentemente, com um grande aquecimento (3 a 4 graus Celsius) a região ártica poderá tornar-se habitável, mas não caberiam lá os 6 bilhões de habitantes… E o alimento? Tudo tenderá à desertificação e o potencial alimentar do planeta mal poderá atender a 10% dos humanos… E daí? Resolveremos “no tapa” quem será “sortudo” e terá chance de sobreviver?

Esses comentários não são ficção. Infelizmente, estão “na linha de tiro” do que poderemos enfrentar.

Qual será a nosso posicionamento pessoal? Pararemos de desmatar a Amazônia, de despejar navios de lixo no mar, de pôr fogo no cerrado, pantanal, etc.? Nem estamos lá! São os outros que fazem isso… Entretanto, sobra muito para nós, sim.

Num primeiro momento, podemos denunciar tais despropósitos: desmatamento, incêndios, despejos de lixo, etc. Num segundo momento, vem a parte mais efetiva, mais participativa… Não podemos atuar “no atacado”, mas podemos “no varejo”. Onde quer que nós vivamos, por onde quer que nos locomovamos, sempre há algo para ver, analisar e, eventualmente, fazer. O amigo leitor já viu que a formiguinha tem pouca força, pouca ação; mas, no conjunto, o formigueiro torna-se uma potência respeitável. Semelhantemente nós, da casa, do prédio, do bairro, da cidade, se nos unirmos com propósitos e metas, seremos fortes e, quiçá, invencíveis.

Tal qual a formiguinha, começamos pelo nosso pequeno espaço, juntando lixo para dar-lhe correta destinação e não permitir que venha entupir bocas-de-lobo ou deteriorar a qualidade dos riachos e rios, destruindo o planctum e pequenas vidas, que estão na cadeia alimentar de peixes, rãs e uma série de outros pequenos animais. Se temos acesso a barrancas de córregos, podemos preservar a vegetação ou recompô-la para servir de “pente” protetor dos veios d’água. Assim, sempre que possível, plantamos alguma árvore, arbusto ou vegetação rasteira, levando parentes e amigos a fazer o mesmo. A recomposição ou preservação da mata ciliar deve ser prática habitual…

Portanto, temos a nossa parte a desempenhar todos os dias e em todo nosso ambiente de vida… Até que Marte seja uma opção, nosso próprio planeta aqui é a solução.

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