Câmbio Verde distribui mais de mil toneladas de alimentos em um ano e Curitiba

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Foto: Levy Ferreira/SMCS

Mais do que ajudar a cidade a dar o destino correto aos resíduos recicláveis, o Câmbio Verde ganhou importância durante a pandemia do novo coronavírus com o seu viés de melhorar (e garantir) a alimentação dos curitibanos. Por mês, cerca de 290 toneladas de material são entregues por seis mil pessoas. De março do ano passado até agora, foram distribuídas 1.187 toneladas de hortifrútis.

Entre os beneficiários, está a recicladora Renilda Ferreira de Lima, que leva o excedente do seu trabalho para trocar por frutas e verduras a cada 15 dias no ponto Vila Concórdia, na CIC. “Uso o serviço desde o início e tem sido uma ajuda a mais nesses últimos meses”, acredita.

Sem conseguir emprego, Juracema de Fátima Oliveira também vê no programa uma oportunidade de complementar a alimentação da família no período de crise. “Fiquei sem trabalho antes da pandemia, mas agora ficou mais difícil”, revela.

Morando sozinha e sem renda, Vera Lúcia Pinheiro Cordeiro, que já usa o Câmbio Verde há anos, diz que seria difícil ter frutas e verduras em casa sem o programa. “Não tenho aposentadoria, para mim, é a melhor opção para conseguir esses alimentos”, diz.

Solidariedade

Em meio às dificuldades, há ainda quem encontre uma forma de compartilhar o que consegue durante as trocas. É o caso do aposentado Augusto de Oliveira Nascimento, de 89 anos, que mora com uma das filhas perto do ponto Vila Concórdia.

“Como ainda tenho algum alimento em casa, divido com quem precisa”, diz ele, que vê no Câmbio Verde uma maneira de diminuir o sofrimento de pessoas como Olívia de Oliveira, que ganhou algumas verduras do senhor Augusto.

Olívia e o marido estão desempregados e, perto dos 70 anos, não conseguem se aposentar. “Por isso que essa oportunidade de trocar o reciclável por alimento representa coisa boa”, comemora.

Como funciona

No Câmbio Verde, cada quatro quilos de lixo reciclável vale um quilo de frutas e verduras. Óleos vegetal e animal, acondicionados em garrafas pet, também podem ser trocados: cada dois litros de óleo valem um quilo de alimento.

Quinzenalmente – exceto em feriados – os caminhões estacionam pelo período de uma hora em cada um dos 103 pontos de troca para recebimento dos resíduos. O atendimento acontece de terça a sexta-feira.

A engenheira química do departamento de Limpeza Pública, Eliane Chiuratto, lembra que, quanto mais separado e acondicionado o material, melhor. “Uma higienização básica, basta para retirar restos de alimentos e garantir o beneficiamento dos resíduos nos barracões do Ecocodadão”, explica.

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