Exercício físico pós-COVID

Foto: Reprodução

Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida, proprietário da QualiFis.

Quando o assunto é Covid-19, a ciência ainda está pisando em solo desconhecido que, aos poucos, é desbravado. Inclusive, a forma como cada organismo reage ao vírus é objeto de muitos estudos. No artigo passado focamos na importância de se manter ativo, especialmente pessoas com comorbidades, para ultrapassar uma provável infecção pelo vírus com menores riscos e sequelas futuras (https://asemananews.com.br/2021/05/21/exercicio-fisico-em-tempo-de-covid/). Agora abordaremos o assunto para aquelas pessoas que já passaram pela doença.

28Uma pesquisa da Universidade de Sheffield em colaboração com a de Oxford indica que o novo Coronavírus impacta com muita importância as funções pulmonar, neural, renal, muscular, cognitiva (mental), psicológico e em muitos casos até a cardíaca. E especialmente as sequelas pulmonares podem ser extensas, graves e irreversíveis. No entanto, há uma ótima capacidade adaptativa do tecido pulmonar, e o trabalho adequado pós-Covid-19 pode minimizar significativamente este impacto funcional causado principalmente pelo enrijecimento do tecido pulmonar (fibrose). Há ainda, para além da lesão pulmonar, risco de acometimento e sequelas cardiológicas importantes, tromboses (coágulos) pulmonares e cerebrais que podem ocasionar AVE (Acidente Vascular Encefálico) e Infarto do Miocárdio (coração) e um processo catabólico (degradante) tecidual em diferentes órgãos e estruturas que podem ser extremamente significativo. Como o comprometimento cardíaco também tem sido descrito uma complicação frequente na COVID-19, ele representa um alerta para a necessidade de investigação de lesões no coração – especialmente a miocardite -, nos indivíduos acometidos pela doença.  No contexto atual, atenção especial deve ser dada à possibilidade de agressão ao coração pelo SARS-CoV2. Como a COVID-19 é uma nova doença e o conhecimento a seu respeito ainda é limitado, deve ser feita uma avaliação criteriosa com o objetivo de afastar a presença e/ou sequela de possíveis lesões cardíacas, mesmo nos indivíduos assintomáticos que testaram positivo. E, por isso mesmo, é fundamental um acompanhamento multiprofissional para o retorno ou o engajamento à prática de exercícios físicos daqueles indivíduos que passaram pela doença.

E baseados neste e em outros estudos a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) publicaram um documento com orientações para o retorno seguro às atividades físicas após a infecção pelo Sars-CoV-2. (http://www.medicinadoesporte.org.br/wp-content/uploads/2020/10/POSICIONAMENTO-SOBRE-APP-POS-COVID.pdf)

Deve-se ressaltar que indivíduos ainda em fase aguda da doença e/ou sintomáticos, mesmo leve, não podem reiniciar a prática de atividades físicas. Mesmo quando os sintomas cessam, é possível que ainda haja uma carga viral no organismo capaz de infectar outros. É necessário esperar pelo menos 14 dias sem ter quaisquer sinais da Covid-19 para se considerar curado. Os casos mais graves, aqueles que necessitam de internamento, em geral geram sequelas mais intensas e que demoram mais para sumirem. E cada uma dessas complicações vai exigir uma avaliação profissional para verificar quanto podem interferir na prática regular do exercício físico. Provavelmente, para estes casos, um período de reabilitação será necessário e o retorno deve, portanto, ser conduzido de forma mais gradual que o habitual e por profissionais capacitados para lidar com esta nova realidade.

Iguais às reações provocadas pelo vírus em cada indivíduo, que são muito diferentes – podendo ser assintomático em alguns e até levar a óbito em outros -, também o processo em cada indivíduo na recuperação pós-covid é muito heterogêneo. Desta maneira as pessoas que voltaram ou iniciaram a prática de alguma atividade física após passarem pelo agravo, não devem menosprezar os sinais do corpo. Elas não estão livres de manifestações tardias causadas por possíveis sequelas.

Uma dica prática e fácil é: caso você sinta palpitação maior, falta de ar ou cansaço durante alguma atividade física, movimentos ou esforços desproporcional ao trabalho realizado, procure imediatamente o seu médico. Isso vale mesmo para quem se livrou da Covid-19 sem sofrer muito. E tenha sempre ao seu lado um profissional de Educação Física capacitado para te orientar nesta nova condição.

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