Que país é este?

Foto: Reprodução

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

Deixara a televisão ligada. Ao acordar, mais uma notícia impactante: um tsunami devastara, durante a madrugada, o porto de Rio Grande, Laguna e toda a área de Estreito, em Florianópolis. As primeiras informações davam conta de mais de 500 mil mortes… Muito mais que os grandes tornados na região de Dourados e Campo Grande (MS)… E as notícias não param aí: os sismólogos do ITA, em conjunto com a NASA, estão prevendo nova erupção do vulcão da Bandeira… Quem diria, o Pico da Bandeira, que encantava pela beleza, passou a ser “agente de terror”!… Não bastassem as enchentes no Amazonas, os grandes incêndios nas favelas do Rio… Quase 1 milhão de vítimas na somatória! Terrível! Nisso, alguém chama a gente pelo nome e acordamos… Como?! Não era real?! E a TV ligada?!… Estava desligada. Estaria delirando? Vendo coisas?… Aí a gente tenta se lembrar dos noticiários do dia anterior… do mês todo… nada de tornados, tsunamis, incêndios… Será? Pesadelos, por certo. Mesmo?…

Nosso país sempre ficou longe das catástrofes, das convulsões sísmicas. Realmente, somos privilegiados: sem grandes tornados, sem vulcões, sem grandes catástrofes. Nosso território, coberto de matas e rios, abriga milhares de diferentes vidas: insetos (desde abelhinhas fantásticas, como vorá, guaraipo, jataí, mandori…), aves (tecelões, canoros como sabiás e uirapurus, dos que “metem medo” como o socó-boi e o corujão…), animais silvestres (raros como o tamanduá-bandeira e o tatu-canastra, grandes como a anta, engraçados como os macacos quatá e prego, espalhafatosos como o bugio, sorrateiros como a onça e o puma…). Quanta riqueza! Jazidas de esmeraldas, minas de ouro e as únicas minas de nióbio do mundo; para melhor entender este acervo, basta lembrar que milhares de ONGs limitaram-se o tempo inteiro a roubar nossas riquezas e não conseguiram roubar tudo, embora tenham abastecido seus países de origem com incalculáveis valores. E nossa flora? Riqueza incalculável, em todos os aspectos! Flora medicamentosa, de que o povo enumera centenas de espécies e da qual estudos científicos apontam dezenas (guaco, guaçatonga espinheira-santa, copaíba, sucupira, etc.). Madeiras nobres, como lapacho, mogno, etc. Árvores gigantes, como a sapucaia e a sumaúma (com até 3m de diâmetro e 55m de altura)…

Teríamos como passar o dia falando do que temos de bom… Mas, lá longe, há uma “pontinha de medo”… E o aquecimento global? Pior que não é ficção, é uma realidade que dia após dia se desenha com cores mais fortes… E temos como “fugir” disso? Temos, claro… Tal como a formiguinha, cada um de nós poderá fazer muito, fazendo apenas a sua parte: dando destinação correta ao lixo, plantando árvores, protegendo os mananciais, evitando queimadas… Assim, afastaremos o pesadelo das catástrofes! Melhor: afastaremos a potencial realidade das catástrofes!

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