Vamos salvar as sementes?

Foto: Reprodução

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

Num passado bem próximo (até os anos 50), era comum, no interior, andar-se à procura de alguma variedade de semente (fava, colza, cenoura, milho, trigo, etc.), porque ainda não existiam as empresas produtoras de sementes. Um agricultor ou outro conseguia “salvar” algumas variedades que, então, trocava por outras que não possuía. À base de troca, quando não de venda, quase todos voltavam a ter as variedades que costumavam plantar. Muitas vezes, isso demandava a busca pela propriedade de dezenas de produtores e, ainda assim, não se conseguia na quantidade desejada. A depender do período e, mesmo, do solo em que se pretendia plantar, uma variedade seria melhor do que a outra.
Hoje, a Embrapa e a Emater aconselham o plantio de sementes mais produtivas, mais resistentes… identificadas por números, não mais pelo nome. O plantio do milho, por exemplo, era mais espaçado, e a produtividade era de apenas 150 a 170 sacas por alqueire – quando animais do mato não atacavam… Atualmente, a produtividade cereal é fantástica: 400 a 600 sacas por alqueire!… Vivemos – ao menos no Brasil – período de muita fartura.
Entretanto, acompanhando estudos e projetos da NASA, vemos que nossa fartura, nosso bem-estar poderá não durar muito. Falamos em gerações, claro; mas, segundo especialistas, o quadro vai ficar cada vez mais sombrio… Num dos últimos documentários da Discovery, os cientistas concluíram que teríamos que procurar outro planeta habitável. Que “moleza”, não é?… Qual? No sistema solar, o mais compatível seria Marte, que já se sabe ser inabitável, mesmo com todos os nossos avanços tecnológicos. Então, para onde iríamos? Depois do sol, nossa estrela vizinha está a 4 anos-luz daqui. Mesmo que ela oferecesse planetas habitáveis, como chegaríamos lá? A viagem, nos limites de nossa mais avançada tecnologia, duraria centenas de anos!… Os que chegarem lá nem irão saber de suas dezenas de gerações ascendentes… Seria tudo tão impessoal… E lá haveria feijão e arroz, ou teríamos que levar daqui?
Há dias, conversando sobre isso, alguém atalhou: “Quem acreditava que o homem chegaria à lua?! O avanço tecnológico, em poucos anos, poderá viabilizar essas viagens…” A maior velocidade conhecida é a da luz (297 mil quilômetros por segundo) e, nesta velocidade, até uma barra de metal encolherá… imagine um ser humano!…
Cientistas declararam nesta primeira quinzena de julho que viagens cósmicas se tornarão corriqueiras… Claro, nos limites da estratosfera (80 Km de altura); mas, e além disso?… Precisamos lembrar que o espaço está cheio de “piratas” – corpos celestes que “sugariam” as naves, pela imensa força de gravidade: os quasares! Se aniquilam o átomo, de que não são capazes?… Um planeta como a Terra passaria ao tamanho de uma laranja, ou menos…
Os cientistas estão “batendo nessa tecla” de fugir, de procurar outras paragens… tanto que há bancos de semente ativos e prontos transladar sementes de nossos alimentos… Bom que sejam previdentes; mas, será que tudo isso não passa de ficção?…

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