E agora?

Foto: Reprodução

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

Incêndios generalizados, enchentes lá, seca aqui, super tufões destruidores, degelo das calotas polares… pior que tudo, como já vimos há algum tempo, não temos rota de fuga: os gases e a temperatura de Marte inviabilizam a vida humana. Então? Vamos ficar por aqui e enfrentar a situação. Ainda há pandemia, muita fome, miséria, marginalidade… Mas não podemos fugir. O que fazer, então?
Muita coisa é possível enfrentarmos, como a miséria, a fome, as epidemias. A marginalidade é um cancro em desenvolvimento, uma praga muito difícil para enfrentarmos. Temos que mudar a lei? Absolutamente não. Precisamos moralizar a justiça e educar os jovens, desenvolver a economia para gerar empregos, etc. Como indivíduos, nós não temos muito o que fazer ao nosso alcance; mas sempre que possível precisamos falar, contar, exemplificar casos de bom desempenho e, eventualmente, até criticar casos de mau desempenho, seja na área que for — inclusive na justiça: não há cadeia para o rico, o influente… só para o pobre. Além disso, precisamos cuidar do meio ambiente.
O sabiá já está cantando; as pombinhas, nidificando; as florestas, aparecendo; as abelhas, enxameando… E nós? Estamos plantando uma árvore (ou jogando sementes por aí), recolhendo lixo descartado irregularmente, preservando córregos e veios d’água… Não é agradável ver e ouvir os passarinhos? Será agradável, também, ver cutias, coelhos-do-mato, tatus nas cercanias de nossas casas… Nos fundos de nossos quintais, esses animaizinhos — e outros — seriam bem-vindos!
Um dos mais impressionantes aspectos que o isolamento causado pela pandemia nos permitiu constatar, no mundo todo, é o quão rapidamente a natureza ocupa de volta os seus espaços. Em questão de semana de “toque de recolher”, começaram a aparecer animais silvestres nas ruas e nos quintais em diferentes cidades do mundo, inclusive em grandes centros urbanos. Percebemos que são os nossos hábitos que afastam os animais. Se queremos afastar alguns deles, quer por serem temidos (cobras, onças…), quer por serem sujos ou desagradáveis (ratos, gambás…), isso não significa que queiramos afastar a todos eles. Muitos animaizinhos são inofensivos, e conviver com eles seria uma forma natural de educarmos a nova geração humana para a preservação ambiental.
A natureza rodeia nos envolvendo… Inda mais neste período, em que teremos frutinhas silvestres (jabuticaba, pitanga, amorinha, guaviju, araçá…), além de frutas como pêssego, ameixa, nectarina — pena que o exagerado frio atingiu pêssego e outros, e até a amorinha do cedo… Assim mesmo podemos tirar proveito do que temos ou teremos, porque tudo isso será bem- vindo: frutinhas, passarinhos, abelhas… Queremos um ambiente mais natural, mais coberto de verde, mais cheio de pios, cantos, trinados!… Queremos conviver com um ambiente mais natural, mais próximo das nossas origens… Fora com a poluição, os gases de efeito estufa!… Queremos o oxigênio liberado pelos vegetais, puro, saudável, agradável. Parece que precisamos voltar à natureza e conviver com ela.
Vamos tentar?

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