Dia das Crianças

Foto: Reprodução internet

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

Coisa mais linda ver crianças sorrindo, não é? Vê-las brincando e se divertindo, crescendo saudáveis, aprendendo, ficando cada dia mais independentes… É preciso muito pouco para fazer uma criança sorrir: basta amá-la. Amor não tem grife, preço ou dia especial: ele existe ou não existe, e se reflete muito mais em atitudes diárias de cuidado e atenção do que em qualquer presente que alguém possa comprar. Uma criança sabe a diferença entre amor e dinheiro. Assim, também, os animais de estimação.
Basta ver quantos moradores de rua têm animais de estimação. Eles mal têm o que comer, e certamente não é a comida mais gostosa. Não têm brinquedos de pet shop, shampoo especial, caminha macia, etc. Eles têm o amor do morador de rua, e isso lhes basta. Seja o cachorro novinho ou velhinho, ele permanece com aquele tutor por escolha própria.
A lealdade dos cachorros é notória. O filhote exige cuidados por pouco tempo (2 a 6 meses), e logo se vira sozinho; nem por isso abandona quem considera seu amigo. Quando sofre maus-tratos, o cachorro rapidamente deixa isso de lado – dá pena, quando a gente vê que há maldade em quem o feriu. É hilário quando envolve crianças: vemos cães de raças mais tolerantes à dor (como Bull Terrier, Staffordshire, Buldogue Inglês, Golden Retriever, etc., e mesmo Pitbull, especialmente o norte-americano) com crianças pequenas mordendo- lhes as orelhas, puxando o rabo com força, tentando montar a cavalo… e os cachorros permanecem calmos, cuidando delas. Muito é como se cria o cachorro, desde novinho – e muito, como se cria a criança.
A criança humana é dependente por muito tempo (anos), e mesmo depois, adolescente, ainda não se vira sozinha. Criança tem memória emocional forte, guarda tanto os bons como os maus momentos. O ser humano é muito complexo, o que torna a sua realidade igualmente complexa. Famílias unidas, todavia, são mais fortes quando surgem dificuldades.
O interessante é que, tanto em humanos quanto em cachorros, conforme o indivíduo envelhece, em alguns aspectos “vira criança” de novo… Tendências de humor se acentuam, pode “fazer birra” sem causa aparente, o paladar muda, algumas comidas passam a fazer mal… Também doenças são mais frequentes, porque o sistema imune já não tem a mesma robustez. Em algum momento, voltam a ser dependentes, precisando que alguém cuide deles, como em seus primeiros dias…
Se alguém pensa que escapa desta vida “de nariz empinado”, está enganado. Ou verá seus dias se findarem antes da hora, ou viverá o ciclo do retorno aos cuidados da família. Nenhum orgulho sobrevive à fragilidade da vida humana. Crianças nascemos e como crianças morreremos – nós, e nossos amigos animais.
Que o Dia das Crianças, num ano tão delicado, possa trazer-nos consciência do quanto precisamos cuidar dos nossos queridos. E, claro, vamos doar um abraço a uma criança carente!… Senão, pelo menos um brinquedinho…

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