Metabolismo Lento… Será?

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Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida, proprietário da QualiFis.

O gasto energético diário total (“gasto total”) reflete as necessidades energéticas diárias e é uma variável crítica na saúde e fisiologia humana, principalmente quando gastamos pouca energia ao longo do dia, e que tem relação direta com muitos distúrbios metabólicos importantes e até perigosas. Mas sua trajetória ao longo do curso de vida é pouco estudada.
Por isso mesmo, um estudo comparativo verificou em indivíduos saudáveis com 8 dias de vida até 95 anos, o comportamento do metabolismo para avaliar as mudanças deste ao longo da vida. E os resultados foram surpreendentes.  No início da vida- até aproximadamente os 20 anos – o metabolismo está a todo o vapor. Parte se explica pelo desenvolvimento e maturação de estruturas musculoesqueléticas, órgãos e outros tecidos corporais que solicitam uma demanda energética muito intensa. Ou seja, mesmo sem a prática regular de atividades físicas ou exercícios corporais, o metabolismo continua alto. Mas depois – e aqui veio a surpresa dos pesquisadores -, ao contrário do que se imaginava, as alterações na redução do metabolismo, mais significativas, em indivíduos inativos, aconteceram somente após os 60 anos! Portanto esta história do metabolismo diminuir com o avançar do tempo só faz sentido para os que já são sexagenários! A partir desta faixa etária o estudo constatou uma redução metabólica de aproximadamente 0,7% ao ano.

Mas então o que vem a ser o tal de metabolismo lento que tanto se fala? Ele está relacionado com basicamente dois fatores:
> Redução das Atividades da Vida Diária/AVD (qualquer movimento que se faça ao longo do dia);

> Perda de massa muscular provocada por esta inatividade física e comportamentos sedentários.

Isso tudo provocam alterações importantes nas funcionalidades corporais que interferem nos componentes da nossa aptidão física e reduzem o vigor físico e a capacidade de produzir trabalho, consequentemente gastando menos calorias ao longo do dia. Portanto não use esta falácia do metabolismo lento como amuleto! Na imensa maioria dos casos é apenas uma desculpa para não realizar o que deve ser feito! É sempre mais confortável jogar a culpa em alguma coisa. Temos que assumir nossas responsabilidades! Para tudo!

Mas então questões hormonais, por exemplo, não interferem neste processo? Podem interferir sim! Mas, para a maioria das pessoas, o problema é justamente por falta de atividade física. Ou seja, não é a falta de determinado hormônio que está reduzindo o metabolismo. É a falta de movimento que não está estimulando adequadamente alguns hormônios para manter o metabolismo equilibrado. Mas é importante salientar que ainda existem os distúrbios hormonais que necessitam de avalição médica e controle medicamentoso. Mas esta é outra estória e não está relacionada com a maioria dos casos. Já é problema patológico. E devemos ficar atento a isso também. Por isso a visita regular ao seu médico é fundamental!

O nosso problema aqui está de fato relacionado com o gasto calórico realizado com as Atividades da Vida Diária (AVD). Pois só ela é responsável por 20 a 25% da energia despendida ao longo do dia. E quem não se movimenta o suficiente, pode ter este gasto reduzido para apenas 5%. Esta “economia” de energia proporcionada principalmente pelas comodidades tecnológicas e facilidades de transporte, cobrará seu preço na saúde. A ciência já demonstrou que o metabolismo é muito regulado pelas ações que realizamos com o corpo ao longo do dia. E qualquer tipo de movimento pode fazer uma brutal diferença no metabolismo.  Muito provavelmente aqueles que acreditam que tenham um metabolismo lento estão, na verdade, muito inativos e sedentários, ou seja, com as AVD muito baixas.

Apesar de realmente ter fundamento, nós não podemos desassociar o “metabolismo lento” provocado pela redução das AVD com questões genéticas, metabólicas e comportamentais. Isso significa que existem pessoas que tem tendência a ter uma inatividade física ou comportamentos sedentários maiores que outras. Isso facilmente se confunde com o “metabolismo lento”, pois a pessoa muitas vezes nem sabe que é mais sedentária que o normal.

Alternativas e procedimentos para controlar e aumentar a AVD existem e sobre isso falaremos no próximo artigo.

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AFINAL… A SAÚDE É O MAIS IMPORTANTE!

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