Chegou novembro!

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

Novembro é um mês que exalta o patriotismo (Dia da Bandeira, proclamação da República), lembra conquistas (voto feminino), assinala metas (consciência negra), enaltece a gratidão (ação de graças), além de celebrar o comércio (black friday). Dia 10, entretanto, assinala um tema quiçá de especial relevância para esta coluna de temática médica veterinária: Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento.

O amigo leitor já imaginou um alto investimento em aceleração de partículas atômicas que não objetive efeito nuclear bélico, mas avanço num aparelho de quimioterapia ou de diagnóstico por imagem?… São escolhas. A Coréia do Norte tem seu povo passando fome, e arsenal bélico superior à maioria dos países da Europa. O Irã anda na mesma direção… Vários países árabes não têm tecnologia nuclear avançada, mas vai ver se não têm, em estoque, “coleção” de bombas nucleares… Esses pequenos países armados são como jovens que, pela primeira vez, colocam uma arma na cinta… Ah, a ostentação! Origem de tantas tragédias!… Não vem ocorrendo com a Coréia do Norte, que propala ter mísseis de longo alcance, fazendo encolher-se o Japão? Este, por tratado da última Grande Guerra não pode desenvolver armas nucleares — ao menos não ostensivamente… O amigo leitor acha que a Coréia do Norte não fará nenhuma “asneira”, ou “ensaio de asneira”? Claro que fará, até porque ela conta com parceria bélica de potências. Aguarde para ver…

Às vezes imaginamos USA, Rússia, China, Alemanha, França, Reino Unido e outros sentados à mesma mesa, cuidando da fabricação de remédios, construção de novos aparelhos médicos ou aperfeiçoamento dos já existentes… Muito fácil imaginar os portentosos avanços: uma única sessão de quimioterapia ou de radioterapia valendo um tratamento inteiro; uma única injeção ou um comprimido resolvendo uma enfermidade!… Seria drástica a mudança em todos os hospitais: pacientes graves voltando para o carinho dos seus, fim das mortes dolorosas ou prematuras, etc. Possível? Cremos que sim.

O universo quântico aplicado à farmacologia, o bombardeio de átomos, aceleração de partículas atômicas e sub-atômicas buscando fins medicinais… Seria um avanço inimaginável! Uma nova realidade! Para isso — para chegarmos a esse patamar mais evoluído — a humanidade precisará de uma grande convergência de vontades… Ao invés de um país se vangloriar de haver desenvolvido bomba mais potente, que se viesse a público contar ter chegado a uma nova técnica de hemodiálise com um único comprimido… Os países tecnicamente mais avançados precisarão mudar o foco: uma guinada de 180 graus rumo à vida, não mais rumo à morte, como hoje estão assentados os esforços…

Alguém poderia dizer que já há muitos cientistas debruçados sobre questões médicas. Não chega? Não, porque há mais problemas de saúde do que soluções, e, especialmente, não basta o esforço de pessoas ou empresas: é preciso o comprometimento de países, por meio de seus governantes, para que o foco da ciência mundial seja a paz e o desenvolvimento.

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