A Polônia recebe bem os refugiados da Ucrânia

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Por Agência Brasil

Por César Graça

O mundo está assistindo uma grande acolhida dos poloneses aos refugiados ucranianos. O motivo é simples. Os poloneses estão solidários aos ucraínos. Sabem o que é viver sob o tacão russo. Estão vivendo momentos de rara liberdade e de grande crescimento econômico, como poucas vezes na sua história. Sabem se a Ucrânia cair, logo eles serão o próximo país a ser atacado pela Rússia de Putin.

Mas não é só a Polônia que recebe bem os refugiados ucraínos. Os países europeus que fazem fronteira com a Ucrânia também. Até países que não fazem fronteira com a Polônia também estão aceitando os refugiados ucraínos com uma agradável acolhida.

A Europa do Leste tem um grande trauma de viver sob o domínio russo. Mas esse domínio é muito mais antigo que o período da Cortina de Ferro, que começou em 1945 e terminou em 1990. As lutas de domínio foram muito comuns nos últimos séculos. As fronteiras eram muito flexíveis. Nos últimos mil anos, ora a Polônia pertencia ora à Alemanha, ora à Rússia. Pouco tempo ficou livre de alguma dominação estrangeira. Isso era muito comum no leste europeu.

O que Putin está tentando fazer é recuperar um comportamento muito antigo dos russos. Impor a sua vontade aos países vizinhos através da força. Só que esse comportamento não é mais aceito no século XXI. Ele achou que só com intimidação conseguiria o seu intento. Não achava que a Ucrânia teria forças e nem vontade para resistir aos seus exércitos.

Foi um erro básico. A Ucrânia sabia das intenções russas. Que mais cedo ou tarde a Rússia iria invadi-la. A ideia era se preparar, como fosse possível. O quando mais a Rússia demorasse melhor seria para a Ucrânia. Por esse motivo, ela foi se rearmando com muita descrição, para não provocar a Rússia. Os países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foram enviando armas para os ucraínos de uma forma bem gradual. As quantidades não eram muito grandes, mas o suficiente para ir treinando as suas tropas com as armas modernas. Principalmente, misseis antitanques e contra aviões.

Esse auxílio, das outras nações europeias, foi decisivo para que a Ucrânia pudesse contar com armas que pudessem fazer frente aos tanques e aviões russos logo nos primeiros minutos da guerra. Isso retardou muito o avanço russo. Muitos dos soldados russos não sabiam que estavam indo para um guerra. Achavam que estavam fazendo exercícios. Para eles a guerra foi um choque. Boa parte da população russa não sabe o quão difícil a guerra está sendo para o exército russo. Menos ainda, tem uma ideia das baixas russas. Uma severa censura foi imposta à população russa. Nos tempos atuais, é muito difícil esconder a realidade por muito tempo. As redes sociais divulgam fatos da guerra que dão pinceladas da realidade. Vai demorar um pouco, para que os russos tenham uma ideia da destruição que causaram à Ucrânia e a quantidade dos seus soldados que morreram na guerra contra a Ucrânia.

As forças de invasão russas não estavam preparadas para uma guerra longa. Tudo foi feito para durar dois ou três dias. Os suprimentos, do seu exército, eram poucos e contavam com a infraestrutura da Ucrânia. Os ucraínos sabotaram a sua rede de estradas de ferro. Toda a logística dos russos precisou ser refeita para sistema rodoviário ucraíno. Para complicar as coisas, a região invadida logo entrará na estação de desgelo e das chuvas de primavera. O que torna todo o terreno um grande lamaçal. Durante mais de um mês todo o movimento de veículos fora das estradas asfaltadas fica quase impossível. O que torna o movimento das tropas mais fácil de ser combatida pelos grupos de ucraínos que praticam a guerra de guerrilha. A tendência é que a guerra fique restrita, pelo menos por mais um mês, aos ataques com misseis e artilharia por parte do exército russo. Da parte do exército ucraíno as ações de guerrilha são mais fáceis, pela dificuldade dos russos se moverem. Eles poderão contar muito pouco com os seus veículos blindados. Essa dificuldade de locomoção, no período do início da primavera, favorece muito os ucraínos. Eles poderão repor os seus armamentos, pois eles são leves e fáceis de transportar. O que não acontece com o russos. Canhões e tanques ficarão imobilizados por mais um mês, no mínimo. A logística, para os russos, ficará impossível.

Para complicar mais ainda, o bloqueio comercial, feito pelos países europeus e pelos Estados Unidos, foi muito mais severo que Putin tinha imaginado. Boa parte das reservas financeiras russas estavam nos bancos centrais dos países europeus e dos Estados Unidos. De repente, a Rússia ficou quase sem dinheiro. Até as reservas em ouro estão difíceis de vender. Mesmo com deságio, ninguém quer comprar ouro dos russos, temendo represálias dos países europeus e dos Estados Unidos.

Os bens dos oligarcas russos ligados a Putin também foram confiscados. Todo esse movimento de confisco foi subestimado por Putin e seus aliados. A guerra é um empreendimento muito caro. Sem recursos, fica muito difícil manter uma guerra por muito tempo. E tempo é algo que Putin não tem.

Logo as reações do povo russo devem crescer bastante, esse é o seu grande receio. Até o momento as passeatas contra a guerra foram contidas pelas forças policiais. A quantidade de presos políticos está aumentando rapidamente. Esse estado das coisas não dura muito tempo. Pois, é muito instável.

O mais provável é que Putin seja tirado do poder, por um golpe de estado liderado pelos militares. Em seguida o Congresso Russo deve escolher um novo líder. Vai demorar algum tempo para a Rússia conseguir fazer eleições livres.

As sanções à Rússia foram muito severas. Vai levar um bom tempo para a Rússia reerguer a sua economia. O desemprego vai aumentar rapidamente. A pressão social vai ser muito grande. Não vai ser fácil amortecer o choque da guerra. Uma nova Europa vai renascer da Guerra de Putin.

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