Dismorfia Corporal: Sintomas e Tratamento

Foto: Reprodução

Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida.

Dos transtornos mentais neuropsiquiátricos o TDC (Transtorno da Dismorfia Corporal) é o mais facilmente banalizado e subestimado, justamente por confundir-se com a vaidade e aparente futilidade pessoal. Por isso, a maioria das pessoas com TDC sente vergonha e prefere não falar sobre os seus sintomas. Transformam o seu corpo em um problema físico. E nessa solidão, muitas vezes caem em redes sociais cuja identidade de grupo acaba por alimentar ainda mais a doença. Fique atento! Perigo! Geralmente, a insatisfação com a aparência física começa na infância ou adolescência, e muitos demoram cerca de 15 anos para buscar um tratamento adequado. Artigo anterior desvendamos  um pouco mais sobre esse transtorno psicológico. Agora vamos discorrer sobre seus sintomas e tratamento.

O TDC é um distúrbio complexo da imagem corporal que envolve numerosos comportamentos e regiões do corpo, baixa autoestima e se associa a elevados índices de comorbidades, de impacto nas ações quotidianas, de idealização e, inclusive, tentativas de suicídio.

Pessoas com o TDC preocupam-se intensamente com um, ou mais defeitos, ou falhas percebidas na aparência física, que podem não ser observáveis para os outros, como algo muito feio, desinteressante, anormal ou deformado. As preocupações podem variar desde a falta de atratividade, ou de características que não são perfeitas, corretas e simétricas, ou harmoniosas, ao limite da monstruosidade e repugnância. Às vezes a preocupação nem é tanto com o que outro pode ver, mas com o nojo, aversão e vergonha que sentem em relação ao próprio corpo. Por isso, algumas pessoas podem inspecionar repetidamente o defeito percebido, ou evitar olhar e até mesmo tocar o corpo. Outras tentam ser uma outra pessoa, que apreciam ou idealizam, através de múltiplas e radicais cirurgias.      Essas preocupações podem estar focadas em uma região específica, ou estender-se a mais áreas do corpo, ou ainda apresentar-se de forma vaga, como uma sensação generalizada de feiura.

Geralmente, as preocupações são consideradas naturais e lógicas por elas, e pessoas com TDC sentem muito medo de piorar se não prestarem atenção e cuidarem do suposto defeito percebido, porque acreditam que podem melhorá-lo. São perfeccionistas. E quanto mais convencido a pessoa estiver de suas crenças, mais angústia e perturbação poderá experimentar em sua vida. Alguns comportamentos são repetitivos, sempre em resposta às preocupações com a aparência física, como por exemplo a comparação com os outros, a observação ao espelho (várias vezes ao dia ou, num único momento, durante várias horas vendo-se ao espelho), ou o evitamento deste acessório; as estratégias de camuflagem (maquiagem, bronzeamento, mudanças de roupa ao longo do dia, ausência de óculos com graduação, uso de óculos escuros, piercing – para ofuscar o tamanho e forma do nariz, penteados para disfarçar o defeito e o uso de gorro, ou chapéu, p. ex) e de preenchimentos corporais; busca de reasseguramento ou certeza do defeito percebido (em razão das angustiantes dúvidas de percepção); exercícios físicos excessivos como levantamento de peso; ou compras compulsivas de produtos estéticos; ou ainda a busca compulsiva por procedimentos estéticos em cirurgia plástica, dermatologia, ou odontologia. E as características corporais mais comuns que as pessoas tendem a se fixar incluem:

  • Partes do rosto, pele, nariz, algumas rugas, problemas com acne etc;
  • Cabelo, como aparência, afinamento e calvície;
  • Aparência da pele e das veias;
  • Tamanho do peito para os homens e da glândula mamária para as mulheres;
  • Tamanho e tônus muscular do corpo em geral;
  • Peso corporal;
  • Bum-bum e genitália.

Todos esses comportamentos, pelo tempo, frequência e intensidade que consomem, provocam muito sofrimento subjetivo e, frequentemente, geram prejuízos nas relações afetivas, sociais e laborais, afetando a vida geral de seus portadores. O TDC pode levar ainda à fuga do trabalho, lazer, escola ou outras situações públicas, em razão das preocupações com a aparência ou, em casos mais graves, a comportamentos de risco de vida, como sujeitar-se a múltiplos e recorrentes procedimentos estéticos e cirúrgicos ou ainda, no extremo do sofrimento emocional, ao próprio suicídio.

O TDC é uma condição mental complexa envolvida no relacionamento com o corpo, com o afeto e com a identidade, e que gera sofrimento emocional intenso. O TDC não é vaidade; é uma doença séria e que tem tratamento: medicamentos e terapia cognitivo-comportamental.

Aqui no Brasil, ligue para 188 (CVV) ou para um número de emergência local. Procure um médico de saúde mental. Fale com seu líder espiritual, padre, pastor ou qualquer líder espiritual que você conheça.

https://www.cvv.org.br/

Fonte : “Transtorno dismórfico corporal: a mente que mente” (Maria José Azevedo de Brito)

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