Osteoporose e o Exercício Físico

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Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida.

Osteoporose é uma doença que se caracteriza pela perda progressiva de massa óssea, tornando os ossos enfraquecidos e predispostos a fraturas. Ela pode ser monitorada através do exame de densitometria óssea que mede a densidade mineral óssea para detectar a osteoporose. Condição mais comum em mulheres acima dos 45 anos e é um processo natural decorrente do envelhecimento. E a maioria das pessoas não apresentam sintomas até que tenham uma fratura óssea. Hoje se sabe também que a inatividade física é um dos fatores determinantes para o aceleramento desse processo. Estudos mostram que se pode perder em torno de 30 a 40% de massa óssea total durante seis meses de imobilização completa. E justamente o contrário previne a degeneração óssea, ou seja, realizar alguma atividade física vigorosa continuadamente. Descreveremos aqui como o movimento corporal auxilia nesse processo.

O esqueleto, aparentemente rígido, é uma estrutura extremamente ativa e dinâmica, que passa por um constante processo de renovação mineral (cálcio) e biológico (celular). Enquanto células conhecidas como osteoclastos removem parte do tecido ósseo já desgastado e danificado, suas parceiras — chamadas osteoblastos — fabricam mais osso novinho em folha. É o equilíbrio entre elas que promove uma reciclagem saudável e contínua. Ocorre que o osteoblasto – um empreendedor incansável – trabalha melhor sob demanda de estímulos externos: se a ossatura recebe sobrecargas frequentes (o que ocorre quando caminhamos, corremos, puxamos ferro…), ele faz hora extra. Já se a preguiça domina, esse colaborador não recebe os estímulos necessários e sua produtividade cai e as ações dos osteoclastos passam a ser mais evidentes e se sobressaem. E sabemos que é muito mais fácil e rápido destruir do que construir. Ocorre então a perda continuada de massa óssea. Cuidado!

Um resumo de como as sobrecargas agem na mineralização óssea: nossos ossos são formados por estruturas, uma matriz de tecido conjuntivo, a base de colágeno (uma proteína resistente e flexível), que são recobertas pelo mineral cálcio. E este é que dá maior ou menor rigidez ao esqueleto. Essa matriz por um sistema de atração elétrica (positivo e negativo) produzida por cristais (Hidroxiapatita) – que estão permeando as células do tecido conjuntivo – atraem e fixam o cálcio. Para estimular esses cristais é necessário ação de uma força externa. Essa força tem relação direta com a pressão exercida sobre essa matriz conjuntiva. Ou seja, se tenho uma pressão sobre a estrutura de colágeno, que pode ser conseguida pela ação da gravidade ou pelo próprio músculo que circunda essa região, é gerado um potencial elétrico, pela hidroxiapatita, que atrai o cálcio para o osso. Interessante isso, né?

Por isso que em gravidade zero (no espaço), onde não se consegue força/pressão suficiente do ambiente externo é necessário consegui-la de outra forma: fazendo a contração muscular vigorosa. Astronautas necessitam se exercitar no espaço para manter a mineralização óssea suficientemente ativa. Ou… podem acabar com fraturas sérias ao menor acidente ou esforço. E por aqui, em ambiente gravitacional funciona igual.

Quanto mais suficiente e modulado, para cada condição individual (e isso é importante para não causar lesão), for a força/pressão sobre essas estruturas, melhor e maior a fixação do cálcio na matriz óssea. Com a gravidade/aceleração não podemos fazer nada. Ela é uma constante e está presente para todos da mesma forma. Mas podemos usá-la de maneira inteligente para nos ajudar com a osteoporose. Atividades corporais que valorizam os pequenos impactos ou que tirem os pés do chão (isoladamente ou simultaneamente) podem ajudar muito, como as Caminhadas, Corridas, Danças, Ginástica Aeróbica, Pliometrias (exercícios com saltos). Esses sim podem ser planejados e estruturados para cada situação particular. O impacto, em doses ideais, fortifica o osso, mas, em excesso, pode agravar quadros como a artrose. Por isso ouça os sinais do corpo, respeite seus limites e converse com um Profissional de Educação Física Especializado. E, muito mais seguros, são aqueles exercícios com sobrecargas adicionais induzindo contrações musculares mais vigorosas como, por exemplo, a Musculação, Pilates, Funcional, Hidroginástica com Resistência e a Calistenia (exercícios de força com o próprio corpo). Escolha sua atividade corporal de preferência e solicite um plano de treinamento com um Professor de Educação Física. Sua Saúde agradece!

O músculo em contração exerce maior pressão sobre as estruturas ósseas que estimulam maior fixação de cálcio. Desta maneira a densidade óssea também é aumentada, consequentemente deixando-o mais forte. Músculos fortes, ossos fortes.

É recomendado, ainda, buscar uma dieta rica em fontes de cálcio, exposição solar adequada e acompanhamento médico regular.

AFINAL… A SAÚDE É O MAIS IMPORTANTE!

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