O Movimento e Integridade Corporal

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Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida.

O movimento exerce fascínio sobre o ser humano, afinal ele foi, é e sempre será indispensável à nossa sobrevivência. É uma necessidade fisiológica, a falta do movimento nos leva à morte ou, no mínimo, diminuímos muito nossa capacidade produtiva. É também uma forma de expressão: dançarinos, atletas e artistas usam do movimento corporal para emocionar.

Os humanos anatomicamente modernos originaram-se na África há cerca de 200 mil anos, atingindo o comportamento moderno há cerca de (apenas) uns 50 mil anos. Historicamente é muito pouco tempo. E desde a pré-história como Homem Sapiens sapiens, se não fossemos capazes de nos movimentar não teríamos chegado até aqui. Grandes migrações foram necessárias para fugir de adversidades climáticas por que o planeta passou, o movimento sempre foi necessário para procurar alimento e/ou abrigo e ainda para uma fuga inesperada ou o enfrentamento de algum inimigo ou animal em luta. Um tempo em que éramos essencialmente Nômades! Íamos, para a nossa sobrevivência, de um local para outro! Sem parada certa ou definitiva! O Sedentarismo, como termo antropológico e forma de organização social é relativamente recente na contagem de tempo histórica!          O sedentarismo se tornou possível com a descoberta e aperfeiçoamento de técnicas agrícolas e pecuárias (domesticação). E a partir dessas técnicas a constituição de comunidades fixas (sedentárias), os clãs familiares, passou a ser muito mais seguro, econômico e vantajoso. E tudo isso ocorreu há “apenas” uns 20.000 anos! Com o passar do tempo o desenvolvimento do sedentarismo aumentou a agregação populacional dos clãs que levou à formação de tribos, vilas, cidades e outras formas de comunidades.

À medida que nos “civilizamos” ganhamos por um lado, mas também perdemos, e muito, por outro. Começamos a ter menos necessidade (ou seria vontade?) de nos movimentar. E o Sedentarismo Moderno, por conta da inatividade física, tomou conta do Corpo humano! Contudo, não devemos esquecer de que o movimento é uma Necessidade Fisiológica para todo Ser Vivo Animal! Sem ele a inatividade cada vez maior do nosso corpo, que foi desenvolvido e preparado para o movimento, acabará por deixar graves sequelas! Muitas vezes até levar à MORTE!

E uma nova modalidade de doenças e distúrbios passou a fazer parte da nossa vida: a hipocinestesia (Falta de Movimento)! O grande mal da modernidade! O resultado dessa “brincadeira” (ou a falta dela!) é a perda de mobilidade, flexibilidade, força, agilidade, coordenação, velocidade, potência, ganho excessivo de massa gorda, patologias cardíacas, respiratórias, osteomusculares, orgânicas e alguns tipos de câncer.

Também como consequência desta falta de movimento, muitas alterações nos padrões naturais dos movimentos e posturais começaram a surgir. Essas mudanças nos padrões acarretam diferentes descompensações que modificam toda a estrutura anatômica e biomecânica do aparelho locomotor e da coluna. Mau uso que acelera desgastes e aparecimento de processos degenerativos. Assim diferentes áreas da saúde começaram a desenvolver mecanismos, meios e métodos de atividades/exercícios físicos para tentar corrigir todo este processo. Uma destas importantes áreas foi a Educação Física! Profissionais comprometidos com a saúde e a qualidade de vida de seus alunos/clientes não cansam de se aperfeiçoar e especializar em diferentes modalidades. E, por isso mesmo, um “novo” conceito em abordagem de exercícios físicos vem ganhando espaço: a integralidade.  Onde, através dessa abordagem, só recuperamos os movimentos naturais (mais seguros e econômicos) quando envolvemos todo o corpo. Hoje, mais do que nunca, não se pode aceitar o pensamento analítico ou cartesiano: de focar o movimento apenas na região debilitada, enfraquecida ou descompensada. Isso é contrário aos princípios universais que regem o movimento. O movimento é sistêmico, global e integral. Dessa forma deve corresponder a uma ideia de que as suas propriedades totais não podem ser explicadas apenas pela soma dos seus componentes isoladamente. Isso não é matemática! Mas sim que o sistema, como um todo, determina como se comportam as suas partes. A análise deve ser sistêmica ou total!

“O todo é maior do que a simples soma das suas partes.” (Aristóteles)

Para se desenvolver um Programa de Tratamento Eficaz e Seguro é indispensável compreender que o Sistema de Movimento Humano é altamente complexo com seus diferentes componentes: Musculares, Miofasciais, Neuromusculares e Articulares, interligados e interdependentes. Basta uma estrutura alterar, um pouco que seja a sua posição, sua configuração espacial e anatômica, para repercutir no todo em que está inserida.

Não é nada fácil se manter dentro de um padrão ideal de estabilidade e integridade corporal, onde todos os segmentos corporais estejam alinhados de tal modo que o mínimo de esforço seja transferido para tendões, ligamentos, cápsula articular e articulações. Somos submetidos durante as 24 horas por dia a forças externas que tendem a nos tirar desse padrão ideal de Equilíbrio, onde o sistema muscular tem um papel fundamental tanto para nosso equilíbrio estático (parado) quanto dinâmico (em movimento). A musculatura ao redor das articulações precisa manter um nível ótimo de tensão em todas as direções a fim de sustentar cada articulação e sua alavanca óssea na posição ideal. E estas forças agindo equilibradamente é que determina ao corpo sua INTEGRIDADE.

AFINAL… A SAÚDE É O MAIS IMPORTANTE!

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