O Contato com a Natureza é mais Saúde

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Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida.

“Grande parte do envelhecimento resulta de um equívoco com relação ao efeito de conforto – uma doença da civilização: tornar a vida cada vez mais longa, enquanto as pessoas ficam cada vez mais doentes. Por exemplo, alguns marcadores, como a pressão arterial, que tendem a piorar com o tempo no ser humano moderno, não mudam no decorrer da vida de caçadores e coletores, até o derradeiro fim.” (Nassim Nicholas Taleb)

A espécie humana (homo sapiens) vive na terra há pelo menos 200 mil anos e, como não poderia deixar de ser, desenvolveu relação forte com a natureza. Sempre vivemos em ciclos mais ou menos alinhados a outros ciclos, como o do dia e noite, frio e calor, lunar e solar, chuva e seca, semeadura e colheita, entre outros. Porém, com a evolução da nossa civilização, fomos aos poucos diminuindo a influência desses ciclos em nossa batalha pela sobrevivência e aquisição de maior conforto.

Com o desenvolvimento da medicina, dos recursos tecnológicos, da automação de uma série de tarefas humanas e na abundância fácil da aquisição de alimentos, esse processo – da perda do contato “selvagem” – vem se acentuando há algumas décadas. Como resultado, deveríamos estar experimentando um aumento na qualidade e na expectativa de vida. Ao menos é o que se esperava! Mas a realidade é que estamos, sim, vivendo mais tempo, mas ficando cada vez mais doentes precocemente. Todo esse conforto adicional que deveria trazer maior “tempo livre” para o ser humano é disputado por uma série de atividades e programas novos que chegam a todo instante e muito facilmente – na palma da mão! Em uma era em que os acontecimentos transformadores ocorrem em ciclos cada vez mais curtos, temos que lidar com excesso de informação e ser multitarefas. Tudo que nos cerca está em sua versão “megapower”. E a sociedade moderna nos empurra e exige para darmos conta disso tudo ou não sobrevivemos nela.

Ficamos constantemente estressados, como se algum perigo iminente ameaçasse nossa vida (mecanismo de luta ou fuga). E logicamente isso tudo afeta diretamente nosso corpo físico e mental, interferindo de maneira negativa em nossa saúde.

Desta forma, desconectados de nosso histórico ciclo de vida, registrado e que ainda impregna nosso cérebro primitivo (reptiliano), esse cenário de tantos estímulos nos induz a níveis constantemente elevados (crônico) de hormônios estressores. Substâncias essas que deveriam ser descarregadas no organismo em momentos esporádicos e pontuais são descarregadas em uma cascata interminável. Estamos constantemente em estado de alerta para o perigo! E não relaxamos! Só vivemos para a reação de luta ou fuga em um ambiente de inatividade física quase total. Descarregamos os hormônios de alerta para o perigo, mas não o compensamos com a sua devida resposta: o movimento!

E a saída para isso é mais simples que possamos imaginar e não é segredo guardado a sete chaves: reconectarmos com a natureza e com nós mesmos, pois embora atualmente vivamos, na maioria, predominantemente, cercados por cimento, asfalto e plástico, nosso corpo é o mesmo faz vários milhares de anos e nosso código genético não mudou em nada neste período. Somos fisicamente os mesmos que viviam nos desafiadores ambientes naturais, nada estruturados. Portanto, é natural que nossos corpos funcionem melhor quando retornamos, ainda que temporariamente, para eles. A sensação de bem estar que nos invade é genuína e ancestral.

“Os dias que estes homens passam na natureza são os dias que eles realmente vivem. Quando as cabeças se limpam das teias de aranha e o sangue corre com força pelas veias. Quando os cinco sentidos cobram vitalidade e o homem completo se torna mais sensível. Então já pode ouvir as vozes da natureza e ver as belezas que só estavam ao alcance dos mais ousados.” (Reinhold Messner)

A proximidade com a natureza tem um impacto positivo na saúde humana física e mental, como mostra em diferentes estudos a neurociência. A exposição a áreas verdes, ao ar limpo, ao céu aberto, à beleza cênica da natureza (mar, rios, lagoas, montanhas, cachoeiras, nascer e por do sol, noite enluarada, etc), ao sol, vento, chuva e a ambientes menos abafados contribui para a percepção dos mais variados estímulos sensoriais, como o visual, auditivo, o táctil, olfativo, equilíbrio (percepções externas), propriocepção (percepção de como o corpo está se relacionando com o meio externo: postura, gestos, sensações) e interocepção (o que acontece dentro do corpo/percepção interna). Essa capacidade de receber informações sobre diferentes partes do corpo modula positivamente muitos aspectos fisiológicos, psicológicos e comportamentais que permeiam a atividade do sistema nervoso. O contato com a natureza também assume um papel fundamental sobre o desenvolvimento cognitivo (da inteligência). E sobre alguns dos seus benefícios trataremos no próximo artigo. Não perca! O contato com a natureza é mais saúde! Invista nessa ideia!

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AFINAL… A SAÚDE É O MAIS IMPORTANTE!

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