Ar condicionado e ventiladores são bons recursos para enfrentar com conforto e segurança o calor fora de época, desde que usados com critério. Isso porque não se deve sobrecarregar o sistema elétrico, sob pena de causar um curto-circuito e até incêndio. O alerta é do coordenador da Defesa Civil de Curitiba, inspetor Nélson Ribeiro, que integra a Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito.
“Sem o devido cuidado, o que é para ser uma solução pode acabar se tornando um problema em casa ou no ambiente de trabalho”, alerta Ribeiro, referindo-se ao costume de usar uma mesma tomada para ligar vários equipamentos com a ajuda de adaptadores. Segundo ele, o melhor é deixar os ambientes ventilados e, ao usar os eletrodomésticos, conectar cada um em uma tomada diferente.
Alerta em todo lugar
Fora de casa, além de usar roupas leves e de cores claras, chapéu e filtro solar, é importante cuidado com quem está no carro. “Crianças, idosos e animais não devem ficar dentro dele, mesmo que ele tenha sido estacionado na sombra por poucos minutos. Parece óbvio, mas as pessoas esquecem que o sol muda de lugar e a área de sombra também, tornando o carro uma câmara de alta temperatura que pode levar os ocupantes a parada cardiorrespiratória ou à morte”, observa.
À noite, em casa, no horário em que portas e janelas estão fechadas, uma boa alternativa é recorrer a um recipiente com água ou toalhas molhadas. “Isso ajuda na umidificação do ar, principalmente nos ambientes em que houver pessoas dormindo”, sugere Ribeiro.
Lazer sem risco
No lazer, diz o coordenador municipal da Defesa Civil, jamais se deve nadar em cavas – que são áreas escavadas do terreno onde a água se acumula. “Além do risco de contaminação por agentes patogênicos, sob a água das cavas pode haver entulhos que retenham os banhistas e os impeçam de emergir do mergulho”, diz. E mesmo quando a opção for nadar em rios, continua, o recomendado é somente entrar em pontos onde haja guarda-vidas por perto.
Nos parques e bosques, é importante o cuidado com a destinação correta das bitucas de cigarro. Certificar-se de que elas estão apagadas e jogá-las no cesto de lixo orgânico evita que, além de poluir o ambiente, elas causem incêndios.
Hidratação
Para se manter saudável, um dos principais cuidados é a atenção com a hidratação. É o que explica o diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Alcides Oliveira.
“O corpo normalmente se resfria através da transpiração, mas sob algumas condições de calor intenso, suar não é suficiente e é preciso reforçar a hidratação”, alerta o médico, destacando que a temperatura corporal muito elevada pode danificar o cérebro ou outros órgãos vitais.
Pessoas com idade avançada e crianças entre 0 e 4 anos têm menor capacidade de regular a temperatura corporal, o que demanda mais atenção nos dias muito quentes. O mesmo acontece com portadores de doenças cardíacas e enfermidades como o diabetes, que podem fazer com que o corpo perca água mais rapidamente.
Insolação
Combinada à exposição ao sol, a desidratação pode levar à insolação, aumentando a temperatura do corpo, que pode colocar em risco órgãos vitais. Os primeiros sintomas são tonturas, dor de cabeça, sensação de secura da pele. A primeira medida é levar a pessoa para local fresco e ventilado e oferecer bebidas frescas.
Já se houver sinais de alerta – como temperatura corporal extremamente alta, pele vermelha, quente e seca (sem suor), pulso rápido e forte, dor de cabeça latejante, tontura, náusea, confusão mental e inconsciência – é necessário procurar atendimento de saúde.
Se o quadro for leve, a pessoa pode buscar atendimento pela Central Saúde Já Curitiba, pelo telefone 3350-9000, ou se dirigir à unidade de saúde de referência – aquela que fica próxima à residência. Já situações mais graves devem ser atendidas em uma das nove Upas de Curitiba. Na impossibilidade de se deslocar à UPA, deve ser acionado o Samu 192.
Exaustão pelo calor e pele
A exaustão pelo calor pode se desenvolver após vários dias de exposição a altas temperaturas e reposição inadequada ou desequilibrada de hidratação. Os mais propensos à exaustão pelo calor são os idosos, os que têm pressão alta e os que trabalham ou fazem exercícios em ambientes quentes.
Os sinais de alerta de exaustão pelo calor são suor intenso, palidez, cãibras musculares, cansaço, fraqueza, tontura, dor de cabeça, náusea ou vômito e desmaio.
A pele também sofre com os raios solares. A curto prazo, as queimaduras causam incômodo e microlesões.
Ao longo dos anos, a exposição da pele ao sol sem proteção pode resultar em câncer. Por isso, deve-se evitar a exposição direta ao sol entre as 10 e 16 horas, dar preferência a ambientes frescos e arejados e sempre utilizar o protetor solar com fator de proteção igual ou superior a 30. É importante reaplicar o protetor a cada duas horas e após banhos de mar ou piscina. Usar roupas de tecidos leves, que cubram a pele, chapéus e bonés também favorecem a proteção.
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