TRABALHADORES DA SANEPAR PODEM ENTRAR EM GREVE NESSA SEMANA

Foto: Divulgação Sanepar

Empregados da companhia estão há 14 anos sem aumento real

Os trabalhadores da Sanepar podem entrar em greve nos próximos dias. A decisão pela paralisação foi definida depois que os trabalhadores rejeitaram, em assembleia na última semana, a proposta da diretoria da empresa para a data base da categoria. O Sindicato dos Trabalhadores no Saneamento do Paraná (SAEMAC), Sindicato que representa a maioria dos empregados da companhia, comunicou hoje (22) a empresa do resultado da assembleia e deu 72 horas para o reinício das negociações. Passado o prazo e não havendo avanço, os trabalhadores estarão cruzando os braços.

14 ANOS SEM AUMENTO REAL
A principal reivindicação dos trabalhadores é por aumento real linear nos salários e no vale alimentação de todos os empregados. Segundo o Dieese, os salários dos empregados da companhia estão sem aumento real efetivo desde 2012, ano em que os trabalhadores conquistaram a reposição da inflação mais 2% de aumento real. De lá para cá, não houve mais aumento, ou seja, são 14 anos de defasagem salarial corroendo a renda dos funcionários.

A proposta da empresa rejeitada na assembleia trazia uma segregação dos trabalhadores, concedendo aumento real para uma parte e não para outra, além de não apresentar aumento nenhum para o vale alimentação. Outro motivo para a rejeição é que a empresa fez uma proposta para dois anos sendo que para 2025, não há nenhuma previsão de ganho real, ou seja, a defasagem salarial vai aumentar mais ainda.

LUCRO DA SANEPAR FOI DE R$ 1,5 BILHÃO EM 2023
Ainda segundo o Dieese, em 2023, a Sanepar alcançou o maior lucro da história da companhia chegando a R$ 1,503 bilhão, aumento de 30,55% em relação à 2022. Só para os acionistas, a empresa pagou R$ 452,3 milhões em dividendos, ou seja, 30,09% do lucro líquido.

SE FALTAR ÁGUA, A CULPA É DA DIRETORIA DA COMPANHIA
Dessa forma, diante dos ótimos resultados apresentados, os empregados se mostram indignados e insatisfeitos com a atual gestão da companhia, que tem dificultado as negociações por aumento real linear aos trabalhadores. “Estamos há 14 anos com os salários defasados. Enquanto o trabalhador vê seu salário deteriorar ano após ano, a margem de lucro da companhia só aumenta, assim como o repasse para os acionistas. Diante dessa falta de sensibilidade da diretoria, os trabalhadores só veem alternativa de lutar por valorização cruzando os braços. Não queríamos chegar nesse limite, mas, infelizmente, a diretoria da empresa está nos empurrando para isso. Precisamos de aumento real linear para recuperar os salários e a renda dos trabalhadores”, diz o presidente do SAEMAC, Rodrigo Picinin.

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