Geddel passa primeira noite na cadeia depois de a PF encontrar digitais dele em dinheiro apreendido

O ex-ministro Geddel Vieira Lima passou de sexta para sábado(09) a primeira noite na cadeia, no Complexo Penitenciário da Papuda, na capital federal depois de ser preso na manhã da última sexta-feira, em Salvador. A prisão foi determinada pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, em uma nova fase da Operação Cui Bono, que investiga fraudes na Caixa Econômica Federal.

A prisão do ex-ministro ocorreu após a Polícia Federal encontrar R$51 milhões de reais em dinheiro em um apartamento de um amigo do político. O dinheiro apreendido já foi depositado em conta judicial. Além dele, também foi preso preventivamente o chefe da defesa civil de Salvador, Gustavo Ferraz, que foi exonerado do cargo.

A defesa do ex-ministro informou por meio de nota que só vai se manifestar quando que tiver acesso aos autos e documentos que embasaram a prisão.

Na última terça-feira (5), a Polícia Federal apreendeu malas e caixas de dinheiro, em um apartamento na Graça, em Salvador. O proprietário, Sílvio Silveira, confirmou em depoimento, que emprestou o imóvel a Geddel, que teria pedido para guardar pertences do pai, que morreu no ano passado. Até a manhã de hoje, Geddel cumpria prisão domiciliar.

Digitais

A decisão do juiz Wallisney contém 14 páginas. Os mandados de busca e apreensão determinaram a ida da PF ao endereço de Geddel, ao endereço da mãe do ex-ministro e da residência de Gustavo Ferraz. O documento explica que Ferraz é apontado como pessoa indicada por Geddel para buscar, em 2012, “valores ilícitos” remetidos por um emissário do ex-presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha.

O despacho cita que os R$ 51 milhões “certamente têm origem ilícita” e que “há fortes indícios” de que o valor pertence a Geddel. Os indícios apontados pelo juiz federal são faturas em nome de uma funcionária do irmão de Geddel, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), e o depoimento prestado pelo dono do apartamento da Graça, onde foi encontrado o dinheiro. Sílvio Silveira confirmou o empréstimo a Geddel, para que guardasse pertences do pai, que morreu no ano passado. Além disso, o juiz menciona que a PF localizou “fragmentos de impressões digitais” de Geddel e de Gustavo Ferraz, no dinheiro apreendido.

 

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