O poder de cura dos pets

Bichinhos de estimação podem ser o seu remédio

Todos nós sabemos que animais de estimação podem ser um santo remédio para quem anda tristinho. Os benefícios de se ter um cachorro, um gato ou qualquer outro animal ao qual se tenha afeição, podem ser enormes e significativos. Mas até que ponto vai o poder desses bichinhos?

Marisa Solano, coordenadora da ONG Cães Assistentes, superou a depressão com a ajuda de sua golden retriever, a Tina. “Os cuidados com ela, levá-la para passear (é impossível num passeio deixar de conversar com estranhos, acontece a socialização), a interação, o vínculo formado de carinho, até a sua respiração à noite são sinais de que não estamos sós e isso tudo ajuda a combater a solidão”, conta ela.

Hoje Marisa não toma mais remédios para a depressão e “empregou” sua companheira no Projeto de Incentivo à Leitura e Escrita. “A criança chega interessada no cachorro que a leva aos livros”, diz ela. E apenas a presença de um animalzinho na casa de alguém com dificuldades pode ajudar. “Se houver uma troca de brincadeiras, incentivada pelos cuidadores da pessoa, perceberemos um grande estimulo da coordenação motora, aumento da autoestima e socialização com seus pares”, explica.

E foi na socialização que a labradora Luana teve papel importante. Ela era o animal de estimação de Daniel Jansen, um jovem com a Síndrome de Asperger, autismo sem dificuldade intelectual, mas que traz grandes problemas de socialização. Com a ajuda de Luana, Daniel (que antes tinha medo de cachorros!), entrou na faculdade e se formou em Biologia pela Unicamp.

Sua autoestima subiu, ele aprendeu a abraçar não só a cadelinha, mas as outras pessoas e chegou ao ápice de sua vida acadêmica. “Ele conseguiu fazer um Mestrado e defender sua tese em Biologia Marinha, tornando-se o primeiro autista a defender uma tese de mestrado no Brasil”, conta a mãe orgulhosa Silvia Jansen.

Ela, com a ajuda de um amigo veterinário, treinou a labradora para que pudesse ajudar Daniel de uma forma mais eficiente. “Vendo os resultados, me perguntei: ‘porque não levar estas interações para outras pessoas com as mais diversas dificuldades?’”, conta ela que, a partir desse pensamento, cursou Zooterapia e criou o projeto “Criança e Cão em Ação”, no final de 2004, que hoje se tornou a ONG ATEAC (Instituto para Atividades, Terapias e Educação Assistida por Animais de Campinas).

Por sua vivência tão de perto com cães e seu relacionamento com as mais diversas pessoas, ela é uma ótima fonte de dicas para quem quer adquirir um bichinho. “A um autista, aconselhamos cães das raças labrador ou golden. Eles são animais dóceis, extremamente inteligentes, fortes para aguentar crises que as crianças possam ter e que sabem como agir. Aliás, são facilmente treináveis para muitas deficiências, vide os cães-guia”, explica Silvia.

Já para os idosos, ela recomenda um cão de porte pequeno, dócil. Pode ser um vira-lata, um shitsu, um lhasa, cães que não pulem ou arranhem. Um gato dócil também pode ser um bom companheiro para a terceira idade. Já para as crianças muito ativas e sem dificuldades, ela aconselha cães ágeis de porte pequeno ou médio, como um vira-lata ou border collie.

Luana morreu em novembro de 2011, de câncer, aos sete anos de idade, e Theo, um golden retriever, assumiu o posto de parceiro de Daniel. Mas Silvia não se esquece da labradora: “Apesar de ter ido, não a esqueço nenhum dia que passa. Até na ATEAC ela é lembrada sempre, pois foi considerada uma das melhores cães terapeutas que já se viu”, conta.

E não há economia de amor ao falar dos pets em nossas vidas: “Para mim, animais são essenciais na vida de qualquer pessoa. O amor incondicional, sem preconceito, o cuidar do outro, tudo isto justifica, e muito, tê-los em nossas vidas”, declara Silvia Jansen.

Fonte: www.maisequilibrio.com.br

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