A crise atual vai transformar profundamente a forma que cada brasileiro vê o Brasil. Hoje o Estado Brasileiro se comporta como dono dos cidadãos e estes devem servi-lo a todo instante. É uma mentalidade escravagista. Tudo é feito para apoderá-lo e à pequena elite que o controla. Ainda vivemos uma república muito incipiente.
A Revolução Francesa lançou um legado: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que ainda precisa ser compreendido aqui no Brasil. Lá essa mentalidade fez grandes transformações, que foram muito difíceis. A transformação de uma sociedade monárquica para uma republicana demorou séculos. Aqui a transformação mal começou. Somos uma nação monárquica escravagista.
O processo de transformação da Europa passou por diversas guerras, a principal foi a 2ª Guerra Mundial. A destruição foi muito grande. No entanto, depois dessa crise a reconstrução foi muito intensa. Hoje a Europa constroi uma integração entre os países, a União Europeia.
O Brasil não viveu a 2ª Guerra Mundial da forma que a Europa e os Estados Unidos viveram. Aqui as transformações ocorreram, mas foram bem mais modestas. O desenvolvimento econômico e tecnológico no Brasil ainda está acontecendo.
Ainda somos uma nação pobre. Essa realidade ainda é vista com dificuldade pelos brasileiros. Que se imaginam muito mais ricos que são na realidade.
A crise política atual está colocando às claras a nossa realidade. A estrutura política e econômica do Brasil ainda é colonial. Um grupo muito pequeno ainda vive às custas do Estado Brasileiro com grandes benesses. E a grande maioria dos brasileiros vive na pobreza.
Essa é a nossa dura realidade. A todo o momento o governo atual está falando de ajustes econômicos. Na realidade o que ele quer fazer é aumentar as receitas. Cortar as despesas é só para inglês ver.
Os privilégios dessa pequena elite de funcionários públicos são escondidos todo o tempo. Os altos salários dos funcionários públicos são escondidos. As aposentadorias que fazem o rombo da Previdência também são escondidas.
Mas logo esses traços de uma sociedade monárquica virão à tona. Salários que furam o teto no funcionalismo público são muito mais comuns que se imagina. O acúmulo nas aposentadorias vai chocar os brasileiros. Os desvios são tão grandes que provocará um choque na opinião pública tão grande como as notícias sobre a corrupção no governo.
Hoje, quando o governo fala em ajuste, ele quer dizer cortar a renda dos mais pobres. Cada vez mais vai ficar evidente que a solução é reduzir o tamanho do governo. O primeiro passo já começa a ser dado que é a privatização da maioria das empresas estatais.
Os dois maiores símbolos da corrupção pública são a Petrobras e a Caixa Econômica Federal. É de lá que saíram a maior parte do dinheiro que foi parar na mão dos políticos. A privatização dessas duas empresas vai ser um sinal de grande avanço na construção da República no Brasil.
Essas transformações vão levar a grandes lutas pelo poder. Quem vive dos privilégios públicos não quer entregar essas posições facilmente. Vejam os políticos que foram pegos em corrupção. A todo momento estão tentando desclassificar as denúncias, dizendo que são mentiras, mesmo com todos os fatos bem constatados.
É preciso mudar esse estado de injustiça. O Brasil não pode continuar sendo um país pobre. Um país com uma violência desfreada nos grandes centros urbanos. É preciso instituir um plano de pacificação, não com armas, mas com justiça.
A prisão de vários políticos de expressão será um primeiro passo. A redução dos salários dos funcionários públicos, a redução das aposentadorias e também da quantidade de funcionários públicos vai ser o segundo passo na direção da construção de uma República no Brasil.
Liberdade, igualdade e fraternidade deixará de ser um lema da Revolução Francesa e passará ser a base da construção de um novo governo brasileiro. Em poucos anos o Brasil vai se transformar numa República.
