A contaminação da água

Conversamos sobre a contaminação da água por pesticidas, outros venenos, por metais pesados… Há muitas outras ameaças, entretanto… Algumas podem parecer meras paranóias. E seriam?…

O Brasil retira do subsolo cerca de 2,5 milhões de barris de petróleo por dia. Vale dizer que todo dia nós estamos abrindo um espaço, nas profundezas, de 250 milhões de litros… Os Estados Unidos, muito mais. Os países árabes multiplicam esses números por 10, por 100. Aos poucos, o planeta vai ficando oco, não vai? Alguém duvida disso?… Ora, a lei da gravidade tende a “puxar” (atrair) corpos, quaisquer que sejam, para o centro da Terra. Aí se pergunta: e se a água dos rios acabar encontrando um caminho (uma fenda) e for alojar-se onde estava o petróleo extraído?… Essa água receberia uma carga tão significativa de toxinas (como compostos do metano) que se tornaria imprópria para o consumo. Esta seria uma ameaça remota?

Há dias, lembramos Lavoisier: “Na natureza, nada se cria e nada se perde, tudo se transforma.” Pois é… O petróleo extraído das profundezas desaparece: é transformado em gases poluentes. As florestas ainda conseguem metabolizar os compostos de carbono (monóxido, dióxido). Há um momento, no entanto, em que a saturação determina a permanência desses gases na atmosfera – efeito estufa. Quando tais efeitos se tornarem fortes (mais perceptíveis), qual será o comportamento da água? Evaporará muito mais (com as conseqüentes chuvas fortes, enchentes, tempestades), ou simplesmente estragará (acolhendo centenas de microorganismos capazes de realizar decomposição)? Os que se detêm sobre o tema adiantam que, num primeiro momento, a evaporação será a tônica; mas depois, por certo, a estagnação ocorrerá. E será o fim da potabilidade.

A impotabilidade também poderá decorrer da agregação de sedimentos e detritos orgânicos. Evidentemente que, com poderosas filtragens, tudo isso seria retirado dela (menos venenos e hormônios). A presença, pura e simples, de água não significa muito. Importa que seja apta ao consumo (potável).

E se a água sumir?… Ela não sairá daqui para aparecer ali. O rio São Francisco pode dar-nos uma pista. Há pouco mais de 50 anos era um rio caudaloso; hoje, não tem a quinta parte daquele volume. Aliás, outros rios do nordeste (Parnaíba, por exemplo) também “se encolheram”. Por quê? Pelo desmatamento. Varrendo-se a mata da superfície, em poucas décadas a água desaparece, senão no todo, em maior parte.

O amigo leitor já reparou na relação muito forte que há entre florestas e água (rios)? Sem água não há floresta, e a recíproca é verdadeira. Há uma estreita interdependência. Nem sempre pensamos nisso, porque nos limitamos a usar água para regar nossa grama, nossas plantinhas, nossa horta… mas é certo que lá fora, lá adiante, a floresta precisa de água e, o que é mais difícil de se perceber, a água precisa da floresta, da mata, das árvores…

O que fazer, então?…

Vamos conversar sobre isto na próxima semana.

 

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