Tesla

Tesla é uma empresa norte-americana que só produz carros elétricos. A sua proposta é produzir carros elétricos em grandes quantidades a preços populares, é claro, nos padrões norte-americanos. Os carros elétricos mais baratos hoje custam 35 mil dólares, por volta de 100 mil reais.

Para os brasileiros isso parece muito caro. Mas lá, a fila de espera já tem mais de 400 mil. Para entrar na fila é necessário fazer um depósito de mil dólares e esperar mais de dois anos para conseguir o carro. O que demonstra o grande entusiasmo dos norte-americanos pelo carro popular da Tesla.

A Tesla é uma empresa que tem apenas 15 anos de existência, nunca deu lucro, e entregou 65 mil veículos em 2016, no segmento de carros de luxo. É a empresa automobilística norte-americana com maior valor de mercado, 50 bilhões, acima da GM e da Ford.

O mercado acionário espera um crescimento explosivo nas vendas da Tesla. Algo parecido com a Apple, que dominou o mercado dos telefones inteligentes em poucos anos. A Tesla promete estar no ritmo de produção de 200 mil veículos no final de 2017 e 500 mil no final de 2018. Para muitos é uma meta muito difícil de ser atingida.

Dois grandes desafios dificultam a produção de carros elétricos: a produção de baterias e domínio da tecnologia de direção autônoma.

Para vencer o primeiro desafio a Tesla está construindo mega fábricas de baterias. Elas custam mais de 4 bilhões de dólares cada uma.  E a sua capacidade equivale a quatro vezes a capacidade de produção de baterias produzidas em 2016, em todo o mundo. Um carro elétrico consome muitas baterias. Elas têm o formato de uma pilha pequena. Milhares delas são colocadas debaixo do assoalho do carro. Um carro elétrico pesa mais que o dobro que um carro convencional, por causa das pilhas. E tem uma autonomia de 500 até 1.000 km. A Tesla dá garantia das pilhas durante oito anos. Nos Estados Unidos a carga nos postos da Tesla é de graça.

O segundo desafio é do veículo não precisar mais de motorista e toda a direção pode ser feita pelos computadores de bordo. O segundo desafio é o mais difícil de ser alcançado. Especialistas dizem que a Tesla está pelo menos cinco anos à frente dos concorrentes. Os fabricantes de carros convencionais achavam que não existia mercado para os carros elétricos com tecnologia de ponta. A audácia da Tesla provou o contrário. Agora a indústria automobilística internacional está desesperada, tentando reduzir a distância no domínio tecnológico da Inteligência Artificial (AI) embarcada nos carros.

Nos segmentos de carros de luxo, acima de 50 mil dólares (180 mil reais), os carros da Tesla são os que mais dão status aos seus clientes. Marcas tradicionais como a Mercedes, a BMW, a Audi e Volvo perderam o seu brilho. Os norte-americanos tratam essas marcas como de segunda linha.

Muitas cidades europeias estão anunciando que não permitirão mais carros à gasolina ou a diesel a partir de 2030. Veículos movidos a derivados de petróleo são vistos como fonte poluidoras, mesmo os carros novos com baixa emissão de poluentes.

Por causa do preço, os automóveis elétricos vão demorar um pouco para chegarem ao Brasil. É mais provável que os fabricantes de carros tradicionais antes tentem vender os seus automóveis, que não tenham mais mercado nos Estados Unidos e na Europa, com desconto aqui no Brasil. Os primeiros que deverão descartar os seus veículos aqui serão as marcas de luxo.

Algumas pessoas associam Elon Musk, o presidente da Tesla, com Henry Ford, por causa da revolução que está fazendo no mercado de automóveis. Tornando acessíveis carros que antes só poderiam ser comprados pelas pessoas muito ricas. Uma revolução está ocorrendo no mercado norte-americano de automóveis, mais cedo ou tarde vai chegar no Brasil.

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