O envelhecimento e a alimentação

Todo filhote é lindo. Crianças e adultos se encantam com os primeiros passos de um neném de quase qualquer espécie. Os filhotes crescem… amadurecem… envelhecem… e, então, voltam a ser “crianças”; mas estas “crianças grandes” precisam de cuidados diferenciados. Vamos falar da alimentação de animais idosos.

Na maioria das espécies de mamíferos brasileiros, as necessidades nutricionais de um idoso se comparam mais ou menos às de filhotes recém desmamados. O principal motivo é a redução da capacidade de absorção e metabolização de nutrientes. Como um dos fatores que influenciam a absorção é a quantidade de nutrientes disponíveis, aumentar essa quantidade possibilita melhorar-se a absorção.

Alguns problemas surgem nesse ponto. O primeiro é que a quantidade de alimentos ingeridos pelo animal não aumenta com a idade; ao contrário, diminui. Por isso, o alimento fornecido precisa ter maior concentração de nutrientes. No início, ajuda mudar a ração, parcial ou totalmente, para uma especial para idosos ou, na falta, para filhotes desmamados. Mas o envelhecimento não pára quando se muda a ração… e as rações lá pelas tantas já não resolvem. Então são necessárias suplementações.

Outro problema é que o apetite se torna cada vez mais seletivo; o animal passa a não conseguir comer bem. Torna-se necessária a adição de palatabilizantes (alimentos que “temperam” a ração), deixando-a mais saborosa, aumentando a vontade do animal de comer o que lhe é oferecido. Existem alguns prontos, como floquinhos secos de fácil conservação; mas muitos outros alimentos cumprem essa função. Há rações úmidas, em sachê, que podem ser parcialmente misturadas à ração, conferindo-lhe sabor diferenciado. Óleos de cozinha costumam ser apreciados. Umedecer a ração com água ou leite também costuma ser bem aceito.

No entanto, é necessário ter-se critério no uso de palatabilizantes. Eles representam uma quantia de alimento que toma o lugar da ração; não podem ser usados em quantidade que atrapalhe o fornecimento dos nutrientes necessários ao animal – vale dizer, a ingestão da dose correta de ração. Especificamente, óleos em quantidade desestimulam o animal a comer, porque provocam o aumento da taxa de colecistoquinina, um hormônio responsável pela saciedade, convindo adicionar-se o mínimo possível (só “temperar”, mesmo). Umedecer a ração, por sua vez, provoca a fermentação de restos deixados no pote, sendo necessário lavá-lo muito bem entre refeições.

Outro aspecto é a necessidade de se variarem os tipos de alimentos para se manter o  estímulo ao apetite do animal. Em algum momento, poderá ser preciso cozinhar comida caseira para ao menos uma das refeições – vimos os cuidados necessários para isso na última semana.

Em todo caso, é muito importante o acompanhamento de um médico veterinário, para que sejam atendidas as necessidades nutricionais sem excessos, evitando-se, assim, muitas das doenças da senilidade.

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