2018 – O Ano da Mudança

Foto: Reprodução Facebook

Após mais de 30 anos no poder, agora a esquerda é oposição. Com todas as suas limitações, a democracia está funcionando no Brasil. Deixamos para a história os ciclos de golpes militares e passamos a troca de grupos no poder através de eleições. É um avanço.
Em essência os governos de esquerda são monarquias. Algumas mais disfarçadas com a que ocorreu nos últimos anos no Brasil, outras mais descaradas, com o regime cubano ou da Coréia do Norte. Nestas últimas, as sucessões se fazem em família, como nas dinastias reais. Sistemas de esquerda são grandes retrocessos, mas fazem parte da humanidade.
Durante o último ciclo das esquerdas brasileiras, as eleições foram ganhas através de intensa atividade de propaganda de forma muito semelhante à propaganda nazista, tinham a mesma estrutura. A diferença era o meio, as campanhas políticas do PT seguiam o formato das novelas da televisão. Os marqueteiros eram principais eleitores dos candidatos de esquerda. Cobravam fortunas para vender os candidatos à população. Para viabilizar toda essa máquina de fabricar políticos, o estado foi corrompido para gerar recursos para as eleições. Marqueteiros não trabalham de graça.

A principal função dos funcionários públicos no poder executivo, nos governos de esquerda, era ser cabo eleitoral. Essa mentalidade transbordou dos partidos de esquerda e alcançou quase todos os partidos. Tudo na máquina pública respira reeleição. As companhias estatais viviam para gerar caixa para as campanhas políticas.

Tudo era montado para delapidar o dinheiro público e vender o candidato aos eleitores. Esse modelo de política funcionou por mais de 30 anos. No início os desvios de recursos eram menores. Com o tempo o esquema de eleição se mostrou mais carente de recursos e os desvios aumentaram.

Os principais beneficiados dessa forma de fazer política foram os publicitários e meios de comunicação, que se tornaram cabos eleitorais. Outro grupo que também conquistou grandes privilégios foram os funcionários públicos. O que também é um traço dos regimes comunistas: criar uma classe de privilegiados, que são os instrumentos do grupo que está no poder. São esses grupos que hoje estão mais reclamando a perda da situação privilegiada que vivem.

Mas não foram todos os funcionários públicos que receberam grandes benefícios. Os professores e os policiais ficaram ao largo. O primeiro grupo por causa da melhoria da educação. Esse não era um objetivo do antigo regime. A intenção era manter a maior parte dos brasileiros dependentes do estado. Logo uma boa educação para todos não estava no seu programa.

Os policiais eram enfraquecidos para poder aumentar a desordem, e dessa forma o partido se perpetuar no poder. O controle deveria ser feito por uma força policial dentro do partido. Essa fase não chegou a ser implantada no Brasil. Mas é evidente na Venezuela e em Cuba, que segue o modelo comunista implantado por Lenin e consolidado por Stalin na Rússia. Lá as forças armadas são controladas pelo partido. Os oficiais do partido estão em todos os lugares e controlam todos os passos das forças armadas.

Outro grupo que teve ganhos com a política de enfraquecer o estado foram os bancos e os investidores da dívida pública. Com o aumento da dívida pública os juros reais acima da inflação aumentaram muito, o que levou muitos recursos para o mercado financeiro. Era muito mais rentável investir na dívida do governo que em empresas que geram empregos. Essa competição por recursos reduziu a geração de empregos na atividade privada. No entanto, enriqueceu muita gente que aplicou no mercado financeiro. Muitos ganharam com o empobrecimento da nação.

Esse aumento da dívida pública não aconteceu só no governo do PT. No governo do PSDB a coisa foi pior ainda. No último ano do governo do FHC, a situação era tão desesperadora que o Banco Central do Brasil só conseguia colocar títulos em dólar, com a renda de 30% ao ano. O que salvou o país foi um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) avalizado pelo governo norte-americano. Sem ele, o Brasil teria quebrado em 2002.
Os ajustes que o governo Lula fez em 2003 e 2004 foram espetaculares. É verdade que o aumento do preço da soja no mercado internacional ajudou muito. O superávit das contas públicas foi na ordem de 5% positivo. Hoje o déficit está na ordem de 6% negativo. Ou seja, os cortes que precisam ser feitos na máquina pública são enormes. Será que o Bolsonaro será tão corajoso como o Lula foi em seu primeiro governo?

Com o PT no poder, todos os escrúpulos foram perdidos. Roubar dinheiro público era o objetivo principal do partido. Quem não participava do esquema era expulso. Alguns que ameaçaram denunciar foram silenciados. Tudo era encoberto com dinheiro público. Quase toda imprensa se deixou ficar refém do sistema. Mais da metade das receitas da imprensa vinham de propaganda da máquina pública. Era muito difícil de sobreviver sem o dinheiro público.

As redes sociais quebraram o sistema de sustentação deste tipo de governo. Por mais que o dinheiro fluísse para a imprensa, a população não acreditava mais na televisão e nos jornais. O que circulava nas redes sociais era tomado por verdade, mesmo que não fosse. Nasceu o conceito de fake news, notícia falsa. Então tudo passou a ser questionado, até o que era noticiado pelos canais tradicionais: televisão, rádio e imprensa escrita.
Todo esse sistema de desconfiar de tudo é que mudou o sistema político. A corrupção dos canais tradicionais ficou evidente. A propaganda política se revelou como uma grande farsa, e o sistema ruiu.

Foi nessa onda que o candidato Bolsonaro surfou. Contra tudo e contra todos esse se apresentou como candidato contra o sistema. A imprensa tradicional o ridicularizou, o que aumentou a sua visualização. No entanto, os eleitores se identificaram com o seu jeito direto e duro de falar as coisas.

A surpresa da esquerda foi geral, não conseguiam acreditar no que estava acontecendo. A direita voltou ao poder através de eleições, e não através de golpe militar como foi em 1964. Que, aliás, teve um grande apoio da classe média e também da imprensa.
A troca oficial do governo será no dia primeiro de janeiro. Mas, na realidade, já está ocorrendo. A integração do novo governo do Bolsonaro, com o governo de transição do Temer está acontecendo de forma muito rápida. Alguns membros do governo de transição aceitaram participar do novo governo. Não está ocorrendo confrontos entre os dois governos, como acontece geralmente na troca de governo.

Os pequenos ajustes feitos por Temer na política e economia já começam a produzir os primeiros resultados positivos. Os déficits dos gastos públicos pararam de aumentar, o que já é um bom resultado. O superávit da balança comercial continua vigoroso, acima de 50 bilhões de dólares. E a tendência é que ele aumente bastante nos próximos anos. O crescimento das exportações dá o tom da economia.

O ponto fraco continua sendo a taxa de desemprego que ainda está muito alta, acima de 12% da população ativa, apesar de estar caindo. Essa queda está lenta. Um aumento, vai depender das medidas do novo governo.

A reação dos privilegiados vai ser grande, mas o governo Bolsonaro precisar ser muito audaz e rápido, e implementar as reformas. O Brasil precisa voltar a crescer com intensidade, acima de 7% ao ano. Os serviços públicos: escola, saúde e segurança precisam melhorar bastante. Os brasileiros precisam voltar a confiar no governo e ter esperança no futuro do Brasil.

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