As Dores do Parto II

Na semana o Brasil sofreu um bombardeio nas mídias internacionais: a Amazônia está em chamas!
Em toda parte, tinha protestos e manifestações contra o governo brasileiro. Para por mais gasolina na fogueira, o presidente da França, Emmanuel Macron, propôs que o assunto fosse tratado com prioridade no G-7, reunião dos países mais ricos do planeta.
A tônica dos protestos era que o Brasil não era capaz de cuidar da Amazônia, por esse motivo ela deveria se internacionalizada. Ou seja, o Brasil deveria perder a sua soberania sobre a Amazônia, e as instituições internacionais deveriam cuidar dela.
Esse assunto não é novo. Diversas vezes no passado ele foi levantado. É uma forma das nações mais poderosas participarem das riquezas da Amazônia.
A desculpa dessa vez foi o aumento do número de queimadas que estavam ocorrendo neste ano, com relação ao ano passado. O que é verdadeiro. No entanto, quando se avalia o número atual com a média dos últimos 15 anos, o número não é tão assustador, ele está na média.
Quando os números são apresentados é que podemos perceber que a reação mundial contra o Brasil não faz sentido. O Brasil tem preservado mais de 65% das suas florestas originais. Na Europa esse número é menos de 1%, nos Estados Unidos, menos de 15%.
O objetivo do presidente francês era criar um clima para atrasar, ou, quem sabe, impedir a entrada do Mercosul na Mercado Comum Europeu. A França teme a concorrência com os produtos agrícolas brasileiros na Europa.
A realidade é que os incêndios criminosos aumentaram muito neste ano, fruto de avanços de grileiros que estão desmatando áreas pertencentes a União, que tem uma estrutura muito precária, em alguns lugares inexistente, de proteção ambiental.
Hoje o governo faz muito pouco para a proteção ambiental na Amazônia. Esse é um fato real. Fala muito e faz pouco. O clamor internacional tem fundo de realidade. É evidente que o Brasil não exerce o seu poder de soberania na proteção e exploração das suas riquezas ambientais.
A crise internacional, que abalou a imagem do Brasil no mundo tem fundamento. O governo anunciou que o Exército Brasileiro vai assumir a proteção da Amazônia. Essa intervenção federal é muito bem-vinda. É semelhante com a intervenção que ocorreu no Rio de Janeiro, quando quadrilhas dominavam extensas áreas lá. O que se seguiu foi um plano de ataque ao problema e o desmonte das redes de milícias.
A reconstrução das estruturas de proteção à vida vai demorar bastante tempo e consumir muitos recursos. O Estado Brasileiro foi desmontado intencionalmente nos últimos 30 anos, por sucessivos governos de esquerda. Esse fato precisa ser compreendido por todos os brasileiros.
Essa crise internacional deve servir de lição. A credibilidade de governo precisa ser reconstruída com fatos, não com discursos vazios. A preservação da Amazônia é um preocupação de todos os brasileiros, e não somente de estrangeiros. O Brasil precisa cuidar do que é seu. Hoje não estamos fazendo isso, essa é a nossa dura realidade, que todos devemos enfrentar, até os governos – federal, estadual e municipal.
O pano de fundo dessa crise de credibilidade do Brasil é o seu crescimento nas exportações de commodities, principalmente agrícolas. O Brasil vai passar de 9ª econômica do mundo, já chegou a ser a 6ª, para a 5ª. Esse crescimento vai mexer na ordem mundial de poder.
Muitos países não querem que o Brasil cresça, pois vai ocupar espaços que eles hoje ocupam. Essa foi a motivação do presidente francês, Emmanuel Macron. Ele simplesmente está tentando proteger a agropecuária francesa, que não consegue sobreviver sem os enormes subsídios, que recebe da União Europeia. A entrada do Brasil na Comunidade Econômica Europeia vai reduzir o espaço da agropecuária francesa.
Por outro lado, é evidente que o Brasil cuida pouco e mal do nosso patrimônio que é a Amazônia. Em outros lugares do Brasil a preservação ambiental é mais assertiva, mesmo que ainda não seja a ideal.
Como essa crise, outras virão. Não é preciso muita inteligência para perceber que o crescimento do Brasil vai incomodar muitos países. A crise entre os Estados Unidos e a China está acelerando o nosso crescimento. O Brasil vai se transformar no celeiro do mundo.

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