A eterna crise da Venezuela

Foto: Reprodução

Por César Graça

Parece que a crise da Venezuela acabou. A imprensa não fala mais nada. Os distúrbios de rua em Caracas e outras cidades da Venezuela já não são mais notícia. Os refugiados em Pacaraima – Rondônia já são bem recebidos pela estrutura montada pelo Exército e gradualmente distribuídos pelo Brasil inteiro. A imprensa tradicional se alimenta de crises, como a crise da Venezuela já foi absorvida, ela não gera mais notícias. É um engodo.
A população da Venezuela era de 32 milhões de habitantes. Hoje estima-se que mais de 5 milhões já foram para outros países, até o final de 2020 serão 9 milhões de venezuelanos que terão emigrado. O que está criando pressões imensas nos países vizinhos, principalmente na Colômbia.
O número de venezuelanos refugiados no Brasil é em torno de 200 mil, número muito pequeno em relação à população que deixou a Venezuela. No total da população brasileira, 210 milhões, o número é menor ainda, representa 0,1%. É um número muito pequeno. O que assusta é a taxa de crescimento, agora que existe uma boa estrutura de acolhimento em Rondônia.
A qualificação média das pessoas que procuram asilo no Brasil é muito boa. Muitos têm superior completo. Para os venezuelanos o português é um grande desafio. Algo que não existe nos outros países da América Latina. A retomada da economia brasileira vai estimular o crescimento dessa imigração. A quantidade de venezuelanos, vivendo no Brasil, fazendo vídeos nos canais do Youtube está aumentando. Eles mostram as suas experiências no Brasil e facilitam o processo de integração no Brasil. Uma massa crítica de imigrantes bem adaptados facilita muito o aumento da imigração. Eles funcionam como um rede de acolhedores.
Apesar da dura realidade de empobrecimento e degradação dos cidadãos de Cuba e da Venezuela, ainda existem países na América que dão sustentabilidade à regimes de esquerda. A Argentina acabou de empossar um novo governo peronista. O resultado é previsível. Só não vê quem não quer. Uma nova rodada de ações utópicas de efêmero resultado, seguida de uma nova crise econômica. Algo que se repete com muita regularidade naquele país.
O exemplo da Venezuela ainda não foi bem compreendido pelos países latino-americanos. No entanto, para os brasileiros a lição foi aprendida. A miséria criada pelo PT foi uma eficiente vacina contra as fantasias prometidas pelos partidos de esquerda. O envolvimento direto dos líderes do PT nas campanhas eleitorais venezuelanas demonstrou claramente sua ligação com o governo de lá. Esse foi um fator decisivo para a eleição do Bolsonaro.
Parece que o último apoiador do atual governo venezuelano vai ser o governo argentino. A crise econômica e política nos dois países vai finalizar a fase de governos esquerdistas na América Latina. Financeiramente quem mantém o atual governo da Venezuela é a China. Mas só apoio econômico não é suficiente, é preciso um apoio de sustentação político de outros países latino-americanos. Algo que está cada vez menor.
A liderança natural do Brasil, por causa do seu tamanho, vai crescer ainda mais com a nossa recuperação econômica. A Venezuela teve um papel importante na ascensão do Bolsonaro à Presidência da República. E vai ser um exemplo de como um país não deve ser governado para todos os países, principalmente para os países da América Latina.
Depois da queda dos governos da Argentina, Venezuela e Cuba se seguirá um duro trabalho de reconstrução destes países. Algo que o governo brasileiro deverá ajudar, pois será uma forma de abrandar a intensidade da imigração dos cidadãos desses países. O aumento da imigração de sul-americanos vai se tornar um grande desafio para o atual e os próximos governos brasileiros. O Brasil vai se tornar a pátria acolhedora de vários países que foram esquerdistas na América Latina.

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