A jaula dos bichos II

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

Acontecimentos que prenunciam

Sem querer, envolvemos meio mundo em assuntos internos nossos: os incêndios na Amazônia. Com certeza, problema nosso, não de Macron, Greta, DiCaprio… Será? Macron queria uma “intervenção” dos demais países – e isso fere nossa soberania. Os demais, bem como a ONU, parece que estavam preocupados com os estragos, com as deletérias consequências – menos mau.
A Amazônia está mais seca. No nordeste da Amazônia, nunca acontecera uma estiagem; nas últimas duas décadas, as secas vêm acontecendo…
Próximo à Finlândia, oceanógrafos notaram o aparecimento de corrente marinha de grande profundidade. O significado disso ninguém sabe. O que começa a preocupar, entretanto, é o motivo, o móvel, ou seja: o que vem desencadeando o nascimento de nova corrente marinha. A corrente de Humboldt resfria nosso nordeste, traz a tainha para o sul do Brasil; a Gulf Stream aquece o oeste europeu e, principalmente, o Reino Unido…
As queimadas em Portugal e Espanha, no último outono europeu, foram devastadoras. E aquelas da Califórnia? Pavorosas. Atingiram centenas de residências, matando inúmeros animais silvestres e domésticos e, inclusive, tirando a vida de pessoas.
Calamidade sem precedente, no entanto, ocorreu na Austrália. Estima-se que meio milhão de animais selvagens tenham sido consumidos pelas chamas… Mas não parou por aí: queimaram-se centenas de residências… florestas inteiras desapareceram… animais domésticos atingidos diretamente, quer pelo fogo, quer pela fome, em decorrência da eliminação das pastagens… Difícil dimensionarem-se os prejuízos financeiros (bilhões e bilhões de dólares), e os prejuízos-vida foram maiores, com certeza…E as pessoas que morreram? Lastimável! Só de se imaginar a pessoa sendo queimada viva…
Do fogo vamos passar para o gelo. É comum vôos cancelados em razão da neve, em todos os países do hemisfério norte. No último inverno, entretanto, os Estados Unidos tiveram número recorde de cancelamentos. Demais disso, na região de Toronto (Canadá), no dia 17 de janeiro último, o frio chegou a -32º Celsius. Toronto não está entre os locais mais quentes do Canadá, como Snag (Yukon), Iqaluit (Nuvanut), Churchill (Manitoba), Yellowknife (Northwest), ou Columbia Icefields (Alberta) – neste último local há o chamado “gelo eterno”, com 28 Km de extensão e espessura de até 365 metros.
Pessoas desavisadas diriam que tudo isso é alarmismo, que já ocorreram catástrofes piores, como aquelas que levaram os dinossauros à extinção (juntamente com milhares de outras espécies). Ninguém discorda disso; mas alguém poderia responder se uma catástrofe, apenas média no comparativo, deixaria o ser humano vivo? Portanto, não é o caso de se comparar catástrofes, mas sim as consequências delas, porque não queremos que aconteça uma, quase pequena, mas que acabe conosco! Nossa preocupação, por certo, é a de nos preservarmos – de preservar a vida humana, o ser humano. Há estudos sérios que nos colocam de sobreaviso, como veremos na próxima semana.

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