Como ficará?

Foto: Reprodução

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

Vimos que à medida que o ser humano cede espaços, em razão da quarentena, os bichos vão chegando… Alguns “perderam a vergonha”, como as onças pardas, que adentraram cidades e até casas de moradia… Parte disso tudo sempre ocorreu, porque a onça parda, por exemplo, “gosta” muito de um cachorrinho gordo… Câmeras de segurança já mostraram isso (Sorocaba, Piracicaba…). Agora, num momento em que ficamos em casa, estamos mais atentos ao nosso espaço e fazemos da janela nosso mirante… Estamos vendo mais o que acontece, especialmente em terrenos baldios e, mesmo, parques. Mas, a presença dos bichos vai continuar? Trará problemas?… Aí temos que dar azo à imaginação, porque é a primeira experiência nossa de ficarmos trancados em casa… Algumas conclusões parecem válidas.
Pelos muitos restaurantes e lanchonetes fechados, os ratos têm menor acesso ao alimento farto, máxime às cestas de lixo… Os ratos terão que migrar dos restaurantes para as nossas casas… Continuando assim, em poucos meses, ouviremos falar de ratos “abusados”, entrando nos quartos, despensas, cozinha… Pela presença dos ratos, os cachorros e gatos sofrerão com pulgas… Nos restaurantes fechados, sem controle e sem ratos (predadores, ainda que prefiram restos de comida), as baratas se proliferam e, em pouco tempo, também migrarão para nossas casas… Se o leitor quiser conferir o movimento de ratos nos ductos, observe as bocas-de-lobo. Até aqui, normal.
Também será normal que, com toda frota de veículos voltando a circular e todo mundo indo e vindo, os animais silvestres voltem para suas paragens: bosques, beiras de riachos, etc. Pena, porque já são horas de aprendermos a conviver, a dividir espaços… Afinal, o ser humano é o grande invasor: invadiu florestas, destruiu-as (eram o habitat da bicharada). Não seria de se esperar outra atitude do ser humano que não a de compartilhar…
Como ficará, depois?…
Propalar-se-ão “notícias” de que determinados animais propagam determinadas moléstias, especialmente viroses… não que se ignorem zoonoses, mas fosse caótico não se poderiam criar animais de estimação. Muitos dirão que o ser humano se encontra deveras enfraquecido e, consequentemente, mais vulnerável… Alguns “iluminados” dirão que as carnes em geral poderão trazer de volta vírus, pandemia… Muitas ilações, muitas provas de estultícia correrão pela internet. Outros, mais prudentes, dirão que só Deus sabe o que acontecerá depois… É verdade; mas nós temos a obrigação de procurar antecipar-nos para nos prevenir… Claro que “não será igual”, até porque nunca ocorreu uma fase “igual” à que estamos vivendo. O amigo já não ouviu expressões como estas: “inverno atípico”, “ventos atípicos”, “produtividade atípica”… De fato, expressões que refletem mais quem nunca observou e, porquanto, estranha, do que o sentido real!
Depois, com certeza, espera-se que o ser humano tenha concluído ser frágil, a ponto de um simples vírus derrubá-lo… Então, a solidariedade precisará ser praticada, para unirmos forças, somar alertas e buscar um mundo melhor para as futuras gerações… E, que Deus nos abençoe.

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