A liderança do Brasil na América Latina

Por César Graça

O Brasil exerce uma forte liderança na América Latina. Na época dos governos de esquerda, principalmente do PT, o Brasil estava preocupado em promover um crescimento das esquerdas, através do Fórum São Paulo. Que era um programa de apoio aos partidos de esquerda, para assumir o poder nos países da América Latina, patrocinado pelo Brasil.

Agora com um governo de direita, fortemente apoiado pelas forças armadas, que chegou ao poder através de eleições, a influência brasileira ocorre em outra direção. A estratégia é o desenvolvimento da democracia e o desenvolvimento econômico e social da América Latina.

Existem países nos dois blocos: direita e esquerda. O estrago econômico e social nos países de esquerda é monumental. O pior exemplo é a Venezuela.  Talvez tenha sido o exemplo da Venezuela que mais tocou os brasileiros. Eles sentiam que o Brasil estava piorando e a chegada em massa de refugiados venezuelanos nas fronteiras do Brasil assustou. Chegavam famílias com a roupa do corpo e muita fome, nada mais. Era o momento de trocar de governo, não dava mais para aguentar o PT.

O presidente Bolsonaro assumiu prometendo grandes transformações. Enfrentou um Congresso e um Judiciário que não queriam mudanças. Queriam a todo o custo manter os seus privilégios. O Congresso foi sensível ao peso da opinião pública. As eleições de 2020, apesar de serem municipais, já assustaram os deputados federais e os senadores. Muitos perderam totalmente as suas bases de sustentação. A reeleição em 2022 ficou muito mais difícil. O núcleo mais refratário está no Supremo Tribunal Federal (STF). A maioria dos juízes foram nomeados pelos governos de esquerda. Se comportam para agradar quem os elegeu. Não tem nenhum compromisso com a Constituição ou com o país. Só vai mudar com a aposentadoria ou a morte dos seus membros. A renovação vai ser lenta. A população tem uma grande antipatia pelo Congresso e pelo STF.

Apesar de toda essa reação, o presidente foi colhendo algumas vitórias e o país foi se transformando. A epidemia do Coronavírus acelerou as mudanças. Enquanto o país todo sofria as consequências, o Congresso e o Judiciário não abriam mão de nenhum dos seus privilégios, até tentaram aumentá-los. A falta de decoro era tanta que a população começou a hostilizá-los. Hoje nenhum dos ministros do STF e muitos deputados e senadores não conseguem se expor em público. São agredidos pela população que deveriam representar. Se sentem acuados. A sua imagem está ligada à corrupção e ao abuso de poder.

Enquanto isso, o presidente Bolsonaro abusa da sua popularidade. Sai a todo o momento do seu palácio e se confraterniza com o público. É ovacionado espontaneamente pelo público, principalmente pelos mais humildes, legitimando o seu cargo.

A sua imagem é duramente atacada no exterior. Ninguém consegue entender como ele continua no poder. O que a imprensa internacional projeta é uma imagem de um tirano despótico e despreparado para o poder. É uma imprensa totalmente envolvida pelos pensamentos de esquerda. Até a imprensa dos Estados Unidos projeta uma imagem negativa do presidente Bolsonaro, por causa da sua ligação direta com o presidente Trump.

Mas contra fatos é difícil argumentar. A retomada do crescimento econômico incomoda os grandes líderes mundiais. O forte crescimento das exportações brasileiras e os superávits da balança comercial colocam o Brasil numa situação de destaque econômico. A imprensa internacional só dá destaque aos fatos negativos. Nunca mostra a popularidade do presidente Bolsonaro. Muitas vezes mente descaradamente e não se retrata. Viraram piada nas redes sociais. Algo que o presidente Bolsonaro consegue manejar muito bem.

Os investidores internacionais ficam divididos. O Brasil retoma o crescimento econômico assustando as economias mais desenvolvidas, ameaçando a liderança dos Estados Unidos na exportação de alimentos. Apesar de toda a crise econômica causada pela epidemia.

Na epidemia, o Brasil adotou uma política agressiva de desvalorização do real para aumentar a sua competitividade. As exportações aumentaram. O superávit da balança comercial aumentou. O câmbio no Brasil é livre. As reservas em moeda estrangeira do Brasil estão acima de 300 bilhões de dólares depois de uma forte fuga de capitais. Já se iniciou um movimento de recuperação das reservas.

Essa estabilidade econômica consolida uma forte liderança na América Latina. Os projetos de ligação com os portos do Pacífico estão saindo do papel. A parte brasileira está sendo construída muito rapidamente. Logo o Brasil vai usar intensamente os portos do Pacífico do Chile e do Peru. A escalada desse comércio vai chamar muito atenção dos países da América Latina. Vão descobrir os fortes investimentos em infraestrutura que o Brasil fez nos últimos dois anos. A retomada das exportações brasileiras dos produtos industriais vai chocar. Ninguém esperava uma reindustrialização no Brasil. O Brasil é líder mundial nos produtos do agronegócio inclusive tratores, plantadeiras e colheitadeiras de todos os tipos e tamanhos. Com o real desvalorizado, esses produtos estão muito competitivos.

A eleição de um governo de direita no Brasil mudou a mentalidade da América Latina. O peso político, cultural e econômico do Brasil é muito grande. A tendência é que muitos governos de esquerda caiam por falta de sustentação econômica. Um marco será a mudança de governo em Cuba.

Os governos de direita se colocam como aliados do Brasil e sentem as vantagens econômicas de se ligarem com o gigante latino-americano. Essa ligação é explícita no caso do Paraguai e do Uruguai, que saem da influência argentina. Os outros países veem isso e se sentem atraídos. O que provocará uma mudança de orientação de governos em muitos países da América Latina.

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