Microbiota Intestinal

Imagem: Reprodução

Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida, proprietário da QualiFis.

Continuando a sequência sobre a relação do Intestino com a saúde (você pode ler a matéria anterior aqui >> https://asemananews.com.br/2021/02/26/conexao-cerebro-intestino/), hoje, iremos contemplar a “flora intestinal”.
Mas o que é esta tal de “flora intestinal”? Também chamada de Microbiota intestinal é, por definição, o conjunto de microrganismos que povoam o Trato GastroIntestinal (TGI) humano e que, em condições saudáveis, não nos causam distúrbios ou doenças. Exatamente o contrário! São responsáveis diretos por nossa saúde! Nestas últimas décadas, a ciência vem redescobrindo a importância destes organismos, elucidando a cada dia novas relações entre essa população de milhões de bactérias, vírus, protozoários, fungos e arqueais (seres mais simples que as bactérias), com o corpo hospedeiro. De fato, nossa microbiota é parte essencial do que somos. Ela nos acompanha ao longo de toda a vida, sendo moldada, com o passar dos anos, por diversos fatores como carga genética, idade, estilo de vida, dieta, exercícios, hábitos de higiene, estresse, meio ambiente, poluição, tabagismo e uso de medicamentos (especialmente os antibióticos).
E esses organismos não estão lá à toa. Estima- se que um adulto porte cerca de 1 a 2 Kg de microbiota em seu corpo e as funções exercidas são tantas que ela pode ser quase considerada um órgão “virtual” vital. Sabemos que a população de bactérias no nosso corpo é bastante heterogênea: são mais de 2 mil espécies pertencentes a 12 filos diferentes e que alterações no balanço entre esses filos (os do “bem” e o dos “mal”) podem acarretar em uma menor produção de compostos importantes para o nosso organismo. Um exemplo desses metabólitos liberados pela microbiota são os chamados ácidos graxos de cadeia curta (acetato, propionato e butirato), produzidos durante a fermentação bacteriana das fibras alimentares que o corpo não consegue digerir sozinho. Esses pequenos compostos são captados pelas nossas células e possuem inúmeras ações metabólicas e protetoras dentro do organismo.
Desde muito já se sabe que eles ajudam na digestão de alguns alimentos (como alguns polissacarídeos – açúcares de cadeia muito longa – que não digerimos), produzem algumas vitaminas, isolam alguns minerais e protegem o TGI contra a colonização – pela concorrência – por outros agentes agressores. Desta maneira, nosso metabolismo é favorecido pela microbiota intestinal pela liberação de vitamina K, vitamina B7 e B9, e alguns minerais como o cálcio, ferro e o magnésio. O que não se sabia era que suas funções são muito mais amplas e vitais para o corpo do que essas.
Diferentes estudos nos mostram que a redução da microbiota “do bem” altera significativamente o Trato GastroIntestinal, com diminuição da taxa de proliferação do tecido celular no intestino, mudança na composição do muco, na atividade de enzimas digestivas, na espessura da musculatura intestinal, na vascularização, além de enfraquecer a barreira epitelial, “encolher” as placas de Peyer (folículos linfóides na mucosa do intestino delgado onde o sistema imune se organiza neste órgão) e reduzir a quantidade de anticorpos no sangue. Portanto, nossa saúde está intimamente ligada com a saúde do TGI e sua colônia particular.
O surgimento da microbiota começa logo após o nascimento, predominantemente proveniente da mãe. Existem diferenças nos microrganismos portados por crianças que nascem de parto (normal) e as que nascem por cesárea, e já é bem sabido que elas apresentam perfis imunológicos diferentes. As que nascem de parto desenvolvem um Sistema Imune mais competente.
As bactérias comensais do intestino são extremamente benéficas para a saúde humana, facilitando o metabolismo de macronutrientes e separando micronutrientes, promovendo ainda uma resistência à colonização patogênica, assegurando a integridade das células epiteliais do intestino, além de desenvolver todo o sistema imunológico. Pois esta relação entre microbiota e Sistema Imune vai muito além do intestino, influenciando positivamente as respostas imunes, aos patógenos e agentes estressores, em outros órgãos do nosso corpo, especialmente pulmões e trato urinário. Além, é claro, de mandar boas mensagens ao cérebro. Intestino saudável, corpo saudável. Cuide muito bem dele! Comida de verdade faz a diferença!
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