Transição

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© Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Por Cesar Graça

O Brasil está passando por um momento de transição. Finalmente vai fazer parte dos países desenvolvidos. Poucos estão percebendo a importância dos momentos que estamos vivendo.

A comparação com os momentos passados não ajuda muito. Apesar que muitas coisas estão se repetindo, mas de forma diferente.  As comparações não se encaixam bem, mas ajudam a compreender o momento presente.

O primeiro é a chegada da corte de D. João VI ao Brasil em 1808. Ninguém estava esperando. De repente a corte portuguesa inteira chega a Salvador. Ninguém sabia o que fazer. Foi preciso alguém ir à terra para planejar a recepção da corte portuguesa. Isso levou um dia.

O processo de transição foi rápido. Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro I estava declarando a independência do Brasil em São Paulo. O processo se consolidou com a volta de D. Pedro I a Portugal em 1831.

A independência do Brasil começou quando D. João VI chegou ao Brasil. E se consolidou com a volta de D. Pedro I para Portugal. Lá se tornou D. Pedro IV. Liderou a Revolução do Porto que transformou Portugal. Um dos seus gestos foi a proclamação da constituição portuguesa, que, aliás, era a mesma que já tinha proclamado no Brasil.

Durante o período da independência brasileira houve confrontações, mas foram pequenas. Uma ou outra revolta foi sufocada com maior violência. Mas no geral, poucas mortes. Tudo foi acontecendo de forma inesperada. Não tinha nem tempo para respirar. Os fatos se sucediam de forma acelerada.

A independência do Brasil ocorreu de forma singular. Ninguém estava esperando o nascimento de uma monarquia no início do século XIX na América. Foi uma solução tampão até a república, que só foi ocorrer em 1889.

A transição da monarquia para a república foi muito rápida. Novamente ninguém estava esperando. No entanto, tinha algo no ar que indicava que a monarquia já tinha acabado. Só foi preciso de um pequeno empurrão e tudo desmoronou.

Houve revoltas. Mas o número de mortes foi pequeno. A transição foi feita por militares. Foi uma época de grandes inovações e de crescimento econômico. Mas logo o sistema ficou viciado. O crescimento estacionou. A política virou um jogo de cartas marcadas. Muito semelhante ao que estávamos vivendo.

Aí veio a Revolução de Trinta. Getúlio Vargas foi um personagem singular. Difícil de definir. Era político, mas tinha formação militar. Liderou uma revolução que colocou o país na revolução industrial. Flertou com a direita e com a esquerda. Se diz admirador de Mussolini. Acabou fazendo acordos com os norte-americanos. Caiu porque era um ditador que admirava a democracia e combatia os privilégios da aristocracia brasileira, principalmente a dos funcionários públicos. Foi derrubado pelos militares. O povo o admirava. Tanto que voltou à presidência, cinco anos mais tarde, através de eleições.

O contraditório faz parte da política brasileira. Com Bolsonaro não seria diferente. A esquerda critica Bolsonaro. O Brasil viveu poucos períodos de liberdade plena como agora. Talvez no período do ex-presidente Juscelino Kubitschek, na década de cinquenta.

A epidemia acelerou as transformações. Os funcionários públicos reforçaram as suas barricadas contra as reformas. O porta-voz do atraso é o STF (Supremo Tribunal Federal). Tenta a todo o custo manter os privilégios dos funcionários públicos e o PT (Partido dos Trabalhadores) vivo. Mesmo com todos os cuidados do STF, o PT mal consegue respirar. É a ideologia das esquerdas morrendo nos braços do STF. O descrédito do Poder Judiciário é total. Precisará ser reconstruído. Levará tempo.

Enquanto isso, Bolsonaro vai reconstruindo o Brasil, vencendo toda a indolência do Congresso Nacional. Fazendo o seu projeto de infraestrutura, terminando as obras inacabadas, transformando o país, preparando-o para o crescimento econômico. A epidemia coincidiu com um ciclo de altas das commodities agrícolas. As receitas de exportação vão aumentar bastante, o que dará mais estabilidade ao governo Bolsonaro. As obras das rotas bioceânicas avançam. Em 2023 elas começarão a funcionar. Uma nova América Latina deve emergir. A integração latino-americana vai chamar atenção do mundo. A liderança do Brasil na América Latina estará consolidada.

As exportações de commodities serão o motor de crescimento. As estruturas de comunicação serão as artérias que levarão o crescimento econômico a todos os lugares, principalmente ao interior da América Latina. Depois das rodovias asfaltadas seguirão as ferrovias e as hidrovias. O complemento será a navegação de cabotagem, que vai ligar a costa do Atlântico com a costa do Pacífico. Nunca o Canal do Panamá será tão útil.

Essas transformações já estão ocorrendo. O aumento dos superávits da Balança Comercial já é resultado das melhorias das infraestruturas, que poucos brasileiros conhecem. A divulgação das obras do governo Bolsonaro está nas redes sociais. Na imprensa tradicional só a epidemia. O contraste é tão gritante. O velho e o novo, lado a lado.

Por mais que a imprensa tradicional tente esconder as realizações do governo Bolsonaro não consegue. A economia vai crescendo aos trancos e barrancos. A epidemia derrubou a economia. No Brasil, a queda foi menor que na média dos países. Este ano a retomada do crescimento será mais forte, devido ao aumento dos preços das commodities agrícolas. Além disso, os investimentos no agronegócio vão aumentar bastante, com o objetivo de aumentar a produção.

Em alguns setores o tempo de resposta desses investimentos será bem longo, mais de cinco anos. Em outros, será bem menor, só alguns meses. Durante algum tempo a capacidade de produção estará bem desequilibrada. Alguns setores com muita capacidade ociosa, em outros, a utilização estará acima da capacidade nominal. Tudo vai precisar de tempo para se ajustar.

O início da crise pegou todo o mundo desprevenido. A queda da demanda foi muito rápida e inesperada. Depois veio a retomada. Ninguém estava esperando. Pelas suas características, a indústria leva mais tempo para retomar. No final do ano passado estava faltando tudo. Na China chegou até faltar containers para as exportações. As fábricas chinesas de containers ainda não conseguiram colocar os seus pedidos em dia. Até o final do ano as capacidades de produção já estarão bem mais próximas das demandas.

No Brasil, vai ocorrer o mesmo. Vamos precisar esperar o final do ano para ver se as cadeias de produção se equilibram. Na indústria tem muita capacidade ociosa. Com o tempo a produção aumenta. Já é possível observar isso na produção de caminhões e máquinas agrícolas. São segmentos que recebem pedidos com bastante antecedência. Logo estarão as fábricas na sua capacidade máxima. Será necessário construir novas fábricas. Hoje, essas novas fábricas estão na fase de projeto. Os administradores ainda não estão seguros como a demanda de produtos vai se comportar no longo prazo.

Enquanto o governo federal chama atenção pelas obras que está inaugurando, os governadores e prefeitos chamam atenção pelas estabanadas que fazem. A todo o momento estão se contradizendo. Falam hoje uma coisa, e no momento seguinte dizem o contrário.

As ações contra a epidemia são as mais desencontradas. É evidente que não têm estratégias. Gastaram de forma indiscriminada o dinheiro que receberam do governo federal, agora não tem recursos para combater a epidemia. Montaram e desmontaram hospitais de campanha. Agora não sabem o que fazer. A resposta clássica é o confinamento, que não resolve nada. Vamos ver como os eleitores se comportam nas próximas eleições. Neste momento as avaliações dos governadores e prefeitos são muito ruins. Raros foram os que saíram bem da epidemia.

Agora, em março, começa a vacinação massificada. Dentro de dois ou três meses, resultados melhores vão começar a aparecer. Dentro de seis meses, a epidemia será história. No entanto, a imagem de incompetência já grudou em alguns prefeitos e governadores.

Os políticos da oposição esperavam que o presidente Bolsonaro se queimasse na epidemia, mas o que está acontecendo é o contrário. O presidente Bolsonaro está entregando obras prontas pelo Brasil inteiro. Isso nunca aconteceu antes. A estratégia mais comum dos políticos é começar obras e nunca terminar. Um administrador que faz o contrário, chama muita atenção.

A imprensa tradicional adora atacar o presidente Bolsonaro. Tenta a todo custo ignorar a conclusão das suas obras. A população vê isso e critica as mídias tradicionais. Nas redes sociais, os canais que promovem as obras do governo têm muita audiência. A população gosta de ver o Brasil que dá certo.

Antes das eleições do presidente Bolsonaro, as mídias tradicionais eram atacadas quando faziam reportagens nas ruas. Essa fase já passou. Agora a arma é a ironia. A população criou expressões para designar várias redes de comunicação tradicionais. E todas as vezes que elas aparecem em público são chamadas pelos slogans dados pela população.

As redes sociais criaram um novo cidadão. Agora ele é muito mais participativo. Não aceita tudo que é contado como verdade. A propaganda das obras públicas deixou de ter a marca de verdade. Agora tudo é questionado. É um novo momento.

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