Amazônia: nossa riqueza

Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

Já conversamos muito, muitas vezes, sobre a Amazônia. Suas árvores portentosas: lapacho, mogno, sapucaia, sumaúma, figueira, etc… Seus animais selvagens: jacaré, mateiro, quatá, anta, onça, etc… Agora precisamos conversar sobre a ajuda internacional.
Todos os países do mundo se preocupam com o desmatamento da Amazônia, sugerem medidas, fazem denúncias e ameaças – tudo para o “bem” do nosso país… Há mais de 100 mil ONGs estrangeiras operando naquela região… tudo para o “bem” do nosso país… Já “ajudaram” o Brasil há século, quando levaram sementes da seringueira para a Malásia (Java, Sumatra, Bornéu) e, anos depois, vendiam borracha para o mundo a menor preço… quando levaram a quina branca para depois venderem quinino e cloroquina… Em verdade, nosso garimpeiro só teve alívio de malária, maleita, tifo, etc., por conta da cloroquina importada da Inglaterra. Foi muito bom, claro que foi – para nós… e para “eles”!
As ONGs “descobriram” centenas de jazidas de pedras preciosas, que circulam pelo mundo afora; “descobriram” o nióbio que foi processado e industrializado em muitos países, mesmo muito antes de sabermos que o tínhamos aqui… E os remédios “descobertos” na França, na Alemanha, etc., com nossas ervas? E os cosméticos da maior e melhor indústria francesa? Levam embora nosso porco, mas nos vendem a linguicinha! Devemos acordar?
Deixe-nos fazer algumas perguntinhas… Todas essas ONGs são desconhecidas ou do conhecimento do poder público? Toda pedraria preciosa, nióbio, etc. foram sugadas por extra-terrestres, ou foram levadas com o óbvio conhecimento de segmentos do nosso poder público?
Pior que não pára aí. Agora, ao que parece, pretendem oficializar nossa “sociedade” com estrangeiros sobre os bens da nossa Amazônia: mais de 30 países enviarão equipes de estudiosos e cientistas para estudar nossa biodiversidade. Sabe-se que a maior porção de variedades vegetais do planeta está aqui…
Esses países pretendem ajudar o Brasil, ou pretendem, a pretexto de serem necessários equipamentos mais sofisticados ou mais apropriados, passar a enviar “amostras” para fora e, depois, a pretexto de parceria, estabelecer rotas de transporte de produtos de nossa biodiversidade?… É possível que todos esses países estejam bem intencionados; mas, no meio deles, haveria algum “querendo levar vantagem”? Qual deles?
Também somos obrigados a reconhecer que, mesmo “roubando” matéria-prima nossa, descobrindo medicações que aliviam ou curam pessoas, já será ponto deveras positivo… Mas, sem queremos ser egoístas, não seria melhor que nada fosse levado e, sim, processado aqui, e que o Brasil se tornasse exportador de medicações?..
Afinal, quem é o proprietário das “Minas do Rei Salomão”, isto é, da Amazônia? Não aceitaremos internacionalizá-la, nem queremos “sócios”. Queremos, isto sim, que nosso poder público invista em pesquisas de última geração nas nossas universidades públicas, hoje tão carentes de infraestrutura! Será um longo caminho; mas está na hora do Brasil empreender marcha e, quiçá num futuro próximo, concorrer ao Prêmio Nobel de Medicina.

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