Como o corpo reage ao frio?

Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida, proprietário da QualiFis.

Nosso corpo apresenta temperatura normal na faixa de 36,8ºC. A elevação ou redução dessa temperatura pode ter efeitos danosos ao organismo, que apresenta mecanismos que tentam evitar esse problema. No frio, por exemplo, nosso corpo reage de modo a evitar a hipotermia, que é uma queda da temperatura para abaixo de 35ºC.

As reações corporais durante o frio são variadas e ocorrem em diferentes partes do corpo, mas, de uma maneira geral, tentam manter a temperatura do corpo em torno de 36,5ºC para preservar todas as funções vitais em perfeito funcionamento.

O organismo apresenta diferentes formas de manter o corpo aquecido, algumas metabólicas, reflexas e outras comportamentais. Entre as reações que ele pode apresentar durante uma situação de frio, podemos citar:

Tremores – Consistem na contração involuntária da musculatura por todas as partes do corpo, portanto, independentemente da nossa vontade. Essa contração garante uma maior produção de calor. Todo músculo ao se contrair gera calor.

Piloereção (ereção dos pelos) – Os animais apresentam a capacidade de eriçar seus pelos em dias frios, de modo a diminuir a perda de calor. Ao eriçar os pelos, cria-se uma camada de ar aquecido mais próximo à pele e entre os pelos, diminuído a velocidade da transferência do calor do corpo para o ar, preservando a temperatura corporal. Funciona como uma manta térmica de ar. Nos humanos, também se observa esse mecanismo, porém a eficiência é muito limitada, pois nosso corpo apresenta poucos pelos.

Alterações na Circulação Sanguínea – No frio, as terminações nervosas presentes na pele são capazes de captar a queda de temperatura e garantir mudanças nos vasos capilares. Observa-se na pele a vasoconstrição, isto é, a diminuição do calibre dos vasos sanguíneos. Ao diminuir o calibre, o fluxo sanguíneo nestas regiões é reduzido e ocorre menos perda de calor pela pele. Contudo, principalmente nas extremidades do corpo, longe do centro do corpo – onde estão os órgãos vitais – o efeito do frio é maior. Por isso os dedos das mãos e dos pés, as orelhas e a ponta do nariz ficam mais gelados e podem até doer ou formigar.

Termogênese sem Tremores – Ou seja, produção de calor sem utilizar os tremores corporais. No frio, por estímulos hormonais induzidos pelo frio e maior falta de luz, as usinas de geração de energia que estão dentro das células, principalmente dos músculos e tecido adiposo – as mitocôndrias – podem aumentar sua atividade metabólica produzindo mais calor. Mas isso depende também de um fator fundamental: Movimento. Ficar parado não resolve!

Lipólise (“queima”) da Gordura Marrom – A gordura marrom é uma grande e importante fonte de energia. Em humanos, ela é encontrada em maior quantidade em crianças. Nos adultos a branca predomina. Mas a boa notícia é que o Movimento Corporal – olha ele aí outra vez! – consegue transformar a gordura branca em gordura marrom.

Frequência Urinária Maior – No calor ou quando praticamos atividades físicas intensas, produzimos suor, garantindo a nossa perda de calor. Muita água é perdida pela sudorese. Nos dias frios, isso não acontece com tanta intensidade. E como a água não está sendo eliminada pelo suor, eliminamos mais pela urina.

Maior Ingestão de Alimentos – Este é mais complexo, depende de fatores relacionados com alterações metabólicas induzidas pelo frio e aspectos comportamentais e até tecnológicos. Mas a facilidade de se conseguir alimentos faz toda a diferença. Nem sempre foi assim! Antes da invenção da agricultura, nossos ancestrais tinham dificuldades absurdas de conseguir alimentos nos períodos de inverno. Alguns especialistas defendem a tese de que o envolvimento de maior ingestão de alimentos nos períodos frios está relacionado a sensações de aconchego, ou seja, as pessoas buscam algo que ajude a manter o seu corpo aquecido e que produza mais o hormônio do prazer e bem-estar, a Serotonina (o açúcar e a gordura fazem isso). E muitas pessoas tendem a engordar nesse período por conta de ingerir alimentos mais calóricos, com maior frequência e reduzir o Movimento Corporal.

Lábios Rachados – Os lábios são semimucosas, uma pele mais fina que não tem glândulas sebáceas, o que o torna mais sensível às agressões do frio, ar seco (predomina no inverno) e vento. Além disso, para mantê-lo úmido há a tendência de se passar a língua, com saliva, mais vezes. A saliva agride esta mucosa.

Pele Ressecada – As glândulas (sebáceas) que produzem a oleosidade na pele e ajudam a mantê-la mais úmida, são removidas com maior facilidade em banhos mais quente, comuns neste período.

Maior “Tristeza” e Mais Sono – Isto acontece por conta da maior produção da Melatonina. Hormônio estimulado pelo frio e falta de sol. Estudos indicam que o hormônio está relacionado à Depressão. Por conta dos dias mais curtos e mais escuros, também produzimos menos Serotonina, um dos hormônios ligados à alegria e relacionado com a Luz do Sol e o Movimento Corporal.

Uso de Roupas mais “Aquecidas” – Obviamente o que estas roupas fazem é diminuir a transferência do calor do corpo para o meio externo. Ajudando na manutenção da temperatura corporal.

Preferência por Ambientes Fechados – Natural que nos protejamos do frio. Mas, especialmente, neste momento, temos que tomar muito cuidado e evitar estes ambientes muito fechados, mal ventilados ou deficientes com a renovação do ar. As Doenças Respiratórias adoram estes locais. E a chegada do inverno potencializa uma série de condições desfavoráveis para a saúde, especialmente relacionadas a problemas respiratórios, viroses, alergias e problemas cardíacos. Mas isso é assunto para outra matéria.

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