A tecnologia humana e a domesticação de animais

Foto: Reprodução

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

Ao longo dos anos, homens e animais evoluíram em paralelo. Não se pode dizer que evoluíram junto, porque a transformação do homem desde os tempos das cavernas foi muito maior do que a dos cachorros, primeiros animais a conviverem com humanos. Àquele tempo os antepassados dos cachorros se beneficiavam do uso de tecnologia pelo homem (lanças, facas, etc.), pois elas aumentavam a chance de sucesso na caça e os canídeos, caçando em conjunto, recebiam sua parte. Hoje, este aspecto não mudou, pois toda a tecnologia usada pelo homem tem, direta ou indiretamente, melhorado a qualidade de vida dos animais domésticos e, mesmo, viabilizado a domesticação de mais espécies selvagens.

Há poucas décadas, não se via no ocidente o menor sentido na domesticação de animais que não produziam benefício direto ao homem. Criavam-se cães (guarda de casa), gatos (caça de ratos), vaquinhas de leite, galinhas, etc. Não se cogitava criarem-se ratos, por exemplo. A filosofia era: se não traz proveito, que não ocupe espaço. Tudo era muito caro. Já se tinham muitas bocas humanas para alimentar numa família, além dos animais “úteis”. Seria loucura alguém cogitar alimentar ratos!… Hoje, diversas espécies de ratinhos e outros pequenos roedores (hamsters, porquinhos-da-índia…) podem ser encontrados em petshops e adotados por crianças como amiguinhos. Assim também peixes ornamentais, ferrets (primos dos furões), chinchilas e, para quem se dispõe a licenças (e custos) especiais, até macacos e cobras estão disponíveis!

O que tornou tudo isso possível? Principalmente, o desenvolvimento tecnológico. Desenvolvimento gera barateamento, e equipamentos mais acessíveis viabilizam o aumento da produção, gerando empregos. Com a expansão tecnológica, a melhoria na qualidade de vida foi dramática, e “pequenos luxos”, como ter um animalzinho de estimação na cidade, tornaram-se possíveis. Além disso, também foi possível o desenvolvimento de estruturas adequadas à adoção de animais que antes não eram domesticados, como por exemplo camundongos, que passaram a contar com gaiolas metálicas leves e pequenas, de estrutura fininha, equipadas com rodas plásticas para exercício e diminutos comedouros e bebedouros, equipamentos somente viáveis graças à evolução de tecnologias. Assim também surgiram os chips para leitura do estado de saúde de vacas leiteiras, microchips para identificação de cachorros e gatos, kits químicos domésticos para controle da qualidade da água de aquários, alimentos de dispensação prolongada na água para alimentar peixes por semana ou duas quando os donos viajam, etc. Também graças à tecnologia, facilitando o trabalho do produtor rural, tornou-se possível aumentar a produção e o fornecimento de alimentos à sociedade.

Percebemos que há um ciclo virtuoso neste processo: o homem desenvolve tecnologias que ajudam a si próprio e aos animais, o que diminui gastos com medicamentos veterinários e aumenta a produção de alimentos, beneficiando toda a sociedade. Uns diriam que esta é uma lei universal: o que fazemos pelo outro, volta para nós…

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