Qual a sua melhor hora?

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Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida, proprietário da QualiFis.

No artigo anterior conhecemos um pouquinho sobre a Cronobiologia (https://asemananews.com.br/2021/07/30/voce-ja-ouviu-falar-da-cronobiologia/). Resumidamente, ela estuda os ritmos biológicos relacionados ao ciclo dia/noite e calor/frio (estações do ano) e sua interferência nas atividades do cotidiano e as repercussões positivas ou negativas – em qualquer atividade humana – sobre o funcionamento e saúde do organismo. É uma ciência relativamente nova, sua aceitação pela comunidade acadêmica internacional só aconteceu em 1960! E cada vez mais vem sendo discutida, estudada, testada e aprimorada sua aplicabilidade por pesquisadores e profissionais, em diferentes áreas. Não confundir com o biorritmo que utiliza a data de nascimento e não tem nenhuma comprovação científica!

O sucesso que o assunto vem fazendo é justamente o fato de a cronobiologia estar decifrando um mecanismo que é inato nos seres vivos e fundamental na condução mais saudável de vida para os seres humanos interferindo no melhor funcionamento do corpo e da mente para diferentes atividades em determinados horários.

A cronobiologia tem contribuído para o estudo do desenvolvimento psicomotor, na relação entre a ritmicidade circadiana e a função cognitiva, nas desordens do humor, nas alterações do ciclo sono-vigília (um dos motivos da insônia), no aumento da eficácia de medicamentos segundo o momento de administração e em estudos comportamentais relacionados aos trabalhadores noturnos ou em turnos alternantes.

Dessa maneira, podemos perceber a importância de conhecer a cronobiologia e a influência do ciclo circadiano em nossa vida e em como ele acaba, também, por determinar a maneira como vivemos. Entender como ele funciona, portanto, nos ajuda a tratar questões relacionadas ao sono, a doenças crônicas (como diabetes, asma e hipertensão), distúrbios metabólicos, problemas digestivos e, ainda, de fundo cognitivo e emocional.  É sabido que dependendo do período do dia ou da noite, nossas engrenagens são programadas para fazer coisas bem distintas. Por exemplo, pela manhã, liberamos muito cortisol, que nos faz pular da cama; à noitinha, produzimos mais melatonina, que nos conduz ao mundo dos sonhos.

Trazendo isso para nossa vida prática diária algumas respostas orgânicas já foram identificadas com maior predominância segundo a hora do dia. Isso pode fazer muita diferença para alguns indivíduos mais suscetíveis ou predispostos a elas. É importante enfatizar que apesar de ter relação com o ciclo orgânico, as respostas são muito particulares. Diferentes fatores, internos e externos, que vão além do ritmo circadiano, interferem nas diferentes reações orgânicas:

1) Exercícios Físicos ou atividades corporais mais intensas > Final da tarde o organismo estará mais adaptado e preparado. Ainda com grande disponibilidade energética para produção de força e com suscetibilidade à exaustão e lesões, menores;

2) Dentista > No período da tarde, a sensibilidade à dor é menor e, caso seja necessário usar anestesia, ela terá efeito três vezes mais duradouro;

3) Reuniões, estudo, atividades que exigem concentração > No início da tarde, imediatamente após o almoço, o corpo pede sono e ficamos mais letárgicos e desconcentrados. Não é uma boa opção. Para quem pode, hora de um cochilo;

4)  No período da manhã > Temos a capacidade cognitiva aumenta o que facilita a aprendizagem e melhora a criatividade;

5) Final da tarde > Alerta e motivação em alta. Percepção e coordenação corporal mais aflorada;

6) Hapy Hour >  O fígado metaboliza melhor o álcool entre as 17h e  18h;

7) Uso de medicamentos > Muitos deles já são administrados de acordo com o melhor horário para seus efeitos ótimos para este ou aquele problema;

8) Riscos para doenças > Sabe-se que problemas cardiovasculares e cerebrais ocorrem predominantemente logo no início  da manhã e em dias mais frios. E que crises de asma dão as caras de madrugada, quando diminui o calibre dos brônquios que levam oxigênio aos pulmões.

Através dessas várias constatações e aplicações na prática clínica e da vida diária, os conceitos da cronobiologia têm despertado muito interesse em profissionais de diferentes áreas. Afinal, são informações úteis para definir ações mais assertivas nas mais variadas áreas da vida humana. Desde recomendar o melhor momento do dia para fazer um exercício corporal com maior intensidade, para quem tem alguma doença crônica, para quem está buscando reduzir peso corporal ou aumentar massa muscular e até qual o horário ideal para se tomar um determinado medicamento. Mas, calma, como já citado, não é somente isso, não se trata de uma regra, pois o “relógio biológico” é apenas ajustado pelo ciclo dia/noite e temperatura externa; ainda interfere nesta complexa engrenagem as relações sociais/profissionais e a classificação dos indivíduos quanto ao ritmo biológico individual, ou o cronotipo. Mas, isso é assunto para outra matéria.

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