Período de transformações

Foto: Reprodução

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

Falamos na última semana que este é um período marcante para os seres vivos, que os sinais estão visíveis. Falamos que neste período morrem mais pessoas. Os noticiários dos últimos 30 a 40 dias deram conta de dezenas de celebridades que faleceram. Brotação, floradas que garantem a frutificação e, mesmo, a produção agrícola… As flores embelezam, aromatizam, polinizam. Há, no entanto, um aspecto que mexe conosco, em nosso físico: os alergenos. Quem tem alergia sofre. Além disso, entretanto, há evidência de danos maiores…
Nos anos 70, oncologistas franceses levantaram tese de que esses alergenos minam nossa saúde e nos predispõem ao câncer. Médicos americanos explicaram que a predisposição ao câncer deriva de todo um contexto, incluindo fatores ambientais, como a poluição — gases de combustão doméstica e de automóveis, fuligem, poeiras, etc. Oncologistas de nossa região, em maioria, consideravam alergenos como fatores de risco, até porque estávamos mais sujeitos ao pólen (pomares, plantações…). Todos estávamos, e ainda estamos, sujeitos a grande carga de pólen carreado pelas correntes de ar, que entra em todos os espaços de nossa casa… tal qual gazes, fuligem, aerossóis, perfumes, desodorantes, materiais de limpeza, etc. Realmente, impossível evitar essas fontes de agentes agressivos à nossa saúde. Nem é culpa das abelhas, que mexem e transportam o pólen, nem da formiga…
A formiga começa cortando a brota das plantas — principalmente do caquizeiro, dos pés de ameixa, pêssego e nectarina, da parreira… Basicamente, três espécies: a cortadeira (tradicional, tamanho médio), mineirinha (pretinha e miúda) e a saúva (grande e voraz). Atacam flores de frutíferas também… Vamos culpar as abelhas? Se as abelhas não transportassem pólen, as correntes de ar o fariam — como fazem. Demais disso, é importante a polinização que as abelhas efetuam. Há espécies de plantas, como a pera hossuí, que somente produzem porque uma abelha visitou suas flores e acabou polinizando-as…
Aliás, o amigo leitor já viu um enxame de abelha? Poderá ver algum nesta época. Muito raro um enxame atacar. Como uma colméia nasce: nasce uma segunda rainha, ela se prepara para procurar sua própria moradia, ela sinaliza saindo para a “porta” (orifício de saída) e, então, começam as abelhas a sair da caixa, voar em círculos, aguardando pela rainha; quando esta alça vôo, está formado o enxame, que dará origem a uma nova colméia. Quando a gente ouve o zumbido do enxame, basta produzir repetitivo som metálico (batendo frigideira, panela, etc.) e o enxame passa a voar em círculos, até que encontre um galho de árvore bem próximo, ou uma coluna de madeira, e todas se amontoam, juntamente com a rainha. Aí, se o amigo leitor borrifar água, molhando de leve as asas delas, poderá colocar o enxame numa caixa… e terá mel!
Mel e frutas fortalecem a imunidade. Vemos que o pólen também é fonte de vida e saúde.

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