A vida renasce

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

A vida é “cíclica”. Ela não some com a morte, porque tem gente nascendo sempre. Nem seria a pandemia que impediria os fofinhos bebês de chegarem ao mundo… A vida é muito bem “gerenciada” pelo Supremo — sempre há muita vida começando, fluindo, produzindo tantas ações e reações que tornam a sociedade plural.
Infelizmente, neste ciclo, agora em outubro, as cobras podem afetar ou ceifar muitas vidas… Em Campina Grande, duas cobras “botearam” agricultores; felizmente, as botas os protegeram. Por que dissemos “agora em outubro”? Porque é o mês do acasalamento das cobras. Para muitas espécies isso aconteceu no outono, e agora os filhotes estão nascendo; mas não para as cobras. Em outubro, elas ficam muito alteradas pela condição fisiológica do período reprodutivo. Felizmente, mesmo neste período, as cobras em geral não se locomovem para atacar, limitando-se a preparar-se para defender o parceiro e, mesmo, seu território. Outubro é o “mês das picadas”. Cuidado ao andar em chácaras, sítios, lavouras, etc., porque a cobra é sorrateira, discreta…
Se olharmos em derredor, há muita vida — vejamos as floradas que sinalizam frutos e sementes, que acondicionam novas vidas esperando acesso a uma terra fértil. Nesta época de primavera, podemos ver a vida eclodir. É tempo das pacas, dos cervos, das cutias, dos queixadas, dos tatetos, etc., nascerem… A vida na floresta “explode”. Claro que, além desses, nascem gambás, preás, ratazanas… Até rãs e sapos entram em verdadeiro alvoroço. Se tiver açude, lago, pântano, é só chegar perto, ao escurecer, que a “musicalidade” se fará ouvir…
É a vida! Nesta época de constrição, com uso contínuo de máscaras e muitos ainda vivendo em lock down, como é emocionalmente reconfortante ver o ressurgir da vida!…
Sabia que tudo isso acontece bem perto da sua cidade? Sim, em chácaras, sítios… e, se observar bem, até nos parques se vê parte desse “fenômeno vida”. Basta olhar nas ramagens e nos ocos de troncos, que algum ninho vai aparecer. E, daqui a um mês ou dois, os ninhos ficarão muito mais visíveis, pelo maior número. Aí também há vida, muita vida: tucanos, sabiás, corujas, gaviões, canários-da-terra, joões-de-barro, pombas, rabos-de-palha, curupiras, etc. Seja o que for, sendo vida, traz ânimo, esperanças, renovação.
Vamos cooperar?
Sabemos que nos 20 dias, em média, chocando seus ovos, as fêmeas ficam extremamente debilitadas. Elas não podem afastar-se a ponto dos ovos esfriarem… Então, a depender das variedades, pode-se colocar algum alimento nas proximidades, em locais mais visíveis. Alguns alimentos são praticamente “universais”, como trigo, quirera, milho e algumas frutas: banana, mamão, pêssego, abacate… Os objetivos podem demorar um pouco, mas certo é que esse alimento de reforço será bem endereçado e fortificará mais as fêmeas; destarte, sem o resfriamento dos ovos, os filhotes nascerão vivos e fortes!
Vamos nos juntar à vida?

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