Alta das Commodities

Foto: Reprodução internet

Por César Graça

Estamos vivendo um ciclo de alta das commodities. Esse é um raro momento para o crescimento da economia brasileira. Pois somos um grande produtor de commodities, principalmente agrícolas.

Poucos brasileiros sabem que o Brasil é um exportador líquido de petróleo. Isso é algo totalmente diferente do que ocorreu nas crises econômicas anteriores. Antes, o Brasil sofria bastante por ter de importar petróleo nas crises econômicas. O que amplificava as nossas deficiências.

Hoje, o Brasil caminha rapidamente para ser o maior produtor de alimentos para o mundo inteiro e um exportador líquido de petróleo. Algo que nenhum país do mundo é. É evidente que os países estrangeiros sabem disso. E admiram o Brasil por isso. Tanto que os líderes da OPEP (Organização dos Produtores de Petróleo) convidaram o Brasil para fazer parte da organização. Não pelas exportações atuais, mas pelas exportações futuras. E o Brasil se recusou. Bem na nossa linha diplomática. Ficar equidistante de todos os grupos. Mas manter boas relações com todos. Uma herança da Era Vargas.

No momento atual, o Brasil está importando uma quantidade muito grande de gás para o funcionamento das termoelétricas. O que vai dar uma falsa ideia de que o superávit da conta petróleo vai cair. O país está passando um momento muito crítico de falta de chuvas. Algo que não aconteceu, com essa intensidade, nos últimos 90 anos. A saída é simples, produzir energia elétrica de todas as formas possíveis, para não ter que fazer racionamento de energia elétrica. Algo que o governo está tentando evitar a qualquer custo. Pois um racionamento de energia elétrica impacta fortemente a economia. Geralmente o resultado é uma redução do ritmo do crescimento econômico. Os próximos dois meses, outubro e novembro, serão decisivos, para validar essa estratégia do governo federal.

No ano que vem, o superávit da balança comercial tende aumentar bastante, pois os volumes das commodities tende a aumentar. E, com os preços nos atuais patamares, as receitas devem aumentar bastante. As receitas das vendas de petróleo também devem aumentar bastante. E, muito provavelmente, as despesas com a compra de gás deverão diminuir, em função do aumento da geração de energia elétrica de outras formas, como biomassa. É muito provável que o regime de chuvas volte à normalidade. Se ocorrer um regime de chuvas acima da média, o que também é possível, a situação dos reservatórios das hidroelétricas vai voltar a uma situação mais confortável rapidamente.

O ano de 2021 foi cheio de surpresas negativas. Uma a uma, o Brasil foi ultrapassando as adversidades. E com isso se fortalecendo. A principal foi o pico da epidemia do Coronavírus. Com a massificação da vacinação, o número de novas contaminações e, principalmente, de mortes caiu bastante. Mas ainda não foi a zero. Por esse motivo, o Brasil está muito cauteloso. As medidas de precaução ainda não foram levantadas. É preciso ter muita cautela nos momentos críticos. E é o que o Brasil está fazendo no momento.

A safra 2021-2022 está começando muito bem, bem ao contrário da do ano passado. Agora, as chuvas começaram na hora exata. Os agricultores estavam preparados e plantaram no momento adequado. As previsões são de chuvas normais. Sem grandes atrasos. As previsões são de um aumento de 5 a 10% na safra de soja e de 20 a 30% na safra de milho. Que são as duas principais safras do Brasil. As primeiras colheitas de milho já começam a ser feitas em dezembro. O principal da safra de verão de milho vai ocorrer em janeiro e fevereiro de 2022. A de soja vai ocorrer também vai ocorrer em janeiro e fevereiro. Ou seja, já no começo do ano que vem o Brasil vai ter uma boa ideia do tamanho da safra 2021-2022. Os patamares de preços estão muito altos. A comercialização está um pouco atrasada. Pois os agricultores estão esperando que os preços melhorem mais ainda. Os estoques mundiais de grãos estão nos mínimos dos últimos 5 anos.

Tudo aponta para uma grande safra, talvez até excepcional. A área plantada deve crescer entre 5 e 10%. As primeiras estimativas oficiais são bem mais conservadoras, falam de um crescimento entre 3 e 4%, que é a média histórica. Não estão levando em conta o estímulo dos preços atuais.

O que está acontecendo é que os problemas atuais estão atraindo toda a atenção das pessoas. Poucas estão percebendo o futuro que nos espera. E ele é brilhante. O Brasil tem o potencial de aumentar bastante o volume das commodities que produz. Nos últimos anos os ganhos de produtividade foram muito bons. A tendência é que eles continuem. O Brasil fez grandes saltos tecnológicos nos últimos anos. Frutos de pesquisas que se desenvolveram nas últimas décadas. O que está acontecendo é que esse conhecimento, agora, está se espalhando. Isso dá uma massa crítica de aplicação de tecnologia. O que leva a grandes saltos de produtividade em diversas áreas. O que implica num aumento de produção de diversas commodities. E, com os preços nas alturas, as receitas de exportação aumentam bastante.

As crises de 2021 mascaram as forças do Brasil. As esquerdas brasileiras fizeram uma forte propaganda negativa do Brasil no exterior. A imagem que tentaram construir foi de um país que estava quebrando. Que tudo estava muito ruim. Quando os fatos começaram a ser descobertos, os estrangeiros ficaram espantados. Não estavam preparados para os resultados que o Brasil está começando a apresentar.  O Brasil está se saindo muito bem da epidemia. A nossa economia está se recuperando muito bem. Ampliando a produção de todas as commodities que produzimos. O que mais vai chamar atenção é o aumento da produção de petróleo. Logo o Brasil vai estar entre os cinco mais produtores de petróleo do mundo. Hoje, o mundo só vê a nossa produção agrícola, principalmente a soja.

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