Aprendizagem animal

Foto: Reprodução internet

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

Alguém nasceu sabendo? O instinto animal é deveras forte e, muitas vezes, consegue delinear sua conduta; entretanto, o animal necessita de instrução para enfrentar as dificuldades de sua vida. Curiosamente, o ser humano também…
O animal tem por instinto “copiar”, imitar. Assim, o tamanduá demole o cupinzeiro para achar cupim (sua comida), porque viu sua mãe fazer isso. O felino, desde filhote, treina suas habilidades futuras de caça até nas brincadeiras com seus irmãos e mãe. No alimento que recebe dos pais, o filhote vai distinguindo o que é bom, e fixa esse padrão em mente; sempre que ficar faminto, procurará alguma coisa que se enquadre em sua memória…
Alguns animais, como macacos e papagaios, correm risco de morrer caso não aprendam logo o que podem e o que não podem comer. Na floresta, a diferença entre um broto adequado e um venenoso, ou uma fruta adequada e outra tóxica, pode ser muito pequena. O filhote precisa distinguir o quanto antes.
O crescimento do animal, na floresta, é uma peripécia: predadores, cobras venenosas, “alimentos” atrativos possivelmente venenosos… Interessante ver como os filhotes se desenvolvem: eles são alunos procurando aprender truques de sobrevivência observando o meio. Ficam sabendo logo do ponto de maturação de seus alimentos. Por exemplo, nunca se vê uma banana guaimbé mordida por um macaco, antes de certo ponto de maturação… E olha que o macaco gosta muito; mas enquanto está atrasada (com leite tóxico) ninguém toca.
Nem os roedores se enganam com “alimento” impróprio, do que se pode concluir que existe, sim, alguma espécie de “escolaridade” sendo passada pelos “maiores” aos filhotes. Nem são aulas verbais: são exemplos de vida e comportamento que serão incubados pelos diversos modos e instintos. Já ouviu a expressão “macaco de imitação”? Esta sabedoria popular é rica em seu conteúdo: os jovens realmente imitam os adultos. É assim que se estabelece o aprendizado natural. E não acontece só com os macacos: é regra geral de toda vida animal…
Dentro desse “mundo da imitação” está o gênero humano. O amigo nunca viu seu filho, neto ou sobrinho imitar alguém da casa? Claro que já e, por certo, muitas vezes. Tanto que muitos adágios e expressões giram em torno dessa realidade: “faça o que eu digo; não faça o que eu faço”. A criança percebe mais do que imaginamos e por certo, sua tendência será a de imitar os adultos. Daí um certo cuidado a mais…
Falando em aprendizado, hoje é Dia do Professor — este personagem abnegado que, apesar das más condições de trabalho, enfrenta seu múnus como um sacerdócio… Que não se deixa abater por desânimo, por falta de apoio… Sua missão é desenvolver uma nova geração de pessoas conscientes e responsáveis, que saibam conduzir seus destinos. E, imitando os mestres, essa geração será vencedora!

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