A derrapada da economia

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Por Agência Brasil     

Por César Graça

O que ninguém esperava aconteceu, uma recessão. Na realidade foi a queda do crescimento econômico no 2º trimestre de 2021. Tecnicamente falando, para ser uma recessão é preciso que em dois trimestres seguidos o crescimento seja negativo. Ou seja, é preciso que no 3º trimestre de 2021 o crescimento no Brasil também seja negativo. O que pode acontecer, mas é pouco provável. Tudo caminha para um crescimento mais lento nos próximos trimestres.

O que aconteceu foi um somatório de vários fatores negativos:

  • O primeiro foi o recrudescimento da epidemia. O pico de casos ocorreu no segundo trimestre de 2021. O que provocou uma desaceleração da atividade econômica, por causa das restrições de circulação.
  • O segundo foi uma dificuldade na área industrial. Por falta de componentes, alguns importados, a produção caiu. Um eco do ano passado, quando várias fábricas fecharam, principalmente na China, por falta de compradores e os estoques de produtos começaram a crescer de forma muito rápida. A retomada foi mais forte que o esperado e muitas fábricas não acompanharam a retomada dos pedidos. Isso, no mundo inteiro.
  • Para piorar, muitos portos internacionais entraram em colapso. O que dificultou o comércio internacional.
  • O quarto fator foi um clima pouco favorável à agricultura, no Brasil, com uma seca muito intensa, que atrasou o plantio da safra 2020-2021, provocando um atraso na safra e na safrinha.
  • E, para complicar mais ainda, uma geada muito forte no início do inverno de 2021, como há muito tempo não ocorria.
  • E, finalmente, uma ameaça de racionamento de energia elétrica, por falta de água nos reservatórios das hidroelétricas.

Tudo isso provocou um aumento dos preços, a produção caiu e a inflação subiu. Esses fatores são sazonais. Todos ao mesmo tempo é uma coincidência incrível. O que tornou o ano de 2021 muito difícil para a economia brasileira.

O governo resolveu fazer os ajustes na economia, que podia fazer:

  • Os preços não foram contidos, combustíveis subiram bastante, acompanhando a valorização do petróleo e a desvalorização do real.
  • Os auxílios aos mais atingidos pela perda do emprego foram reduzidos, para reduzir o déficit fiscal. O que provocou uma redução do consumo, principalmente na classe de menor renda.
  • O gasto do governo não foi cortado. Pois, o Congresso se opôs firmemente às privatizações.

O governo federal não caiu nas saídas fáceis, muito comuns no passado:

  • como o tabelamento dos preços e o subsídio ao consumo de alguns itens críticos, como os combustíveis.
  • Não renunciou ao controle de gasto público de propaganda para acalmar a imprensa tradicional.
  • Não aumentou os auxílios emergenciais. Muito ao contrário, começou a reduzi-los. O que o governo está fazendo é plantando para o futuro melhor, o que provocou uma situação muito difícil no presente.

A oposição pressentiu, na sua percepção, uma fraqueza do governo e voltou à carga para frear as reformas:

  • O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou à carga com uma agenda de cancelamentos das punições promovidas pela Operação Lava à Jato. Ou seja, incentivando a corrupção.
  • O projeto do PT, que comanda os juízes do STF, foi viabilizar a candidatura do Lula para presidente.
  • A surpresa foi a rejeição da população à candidatura do Lula. Ele não consegue sair a público. Só aparece em eventos fechados, com um público controlado.
  • A candidatura do Lula virou uma candidatura de estufa, não resiste aos palanques.
  • Ela só existe na mídia de esquerda. Que teima em publicar pesquisas eleitorais mirabolantes. Algo que o povo acha muito engraçado. Os institutos de pesquisas eleitorais de esquerda já caíram no ridículo.

Tudo isso foi uma reação forte a todas as reformas que o governo Bolsonaro está fazendo, com apoio da população. O mercado financeiro tradicional se assustou. Ficou do lado dos que não querem as reformas. Pois também se sentiu ameaçado. Os bancos digitais, os que não têm agências tradicionais, estão crescendo muito rapidamente e derrubando o valor das ações dos bancos tradicionais. O que está ocorrendo é uma reação em cadeia às reformas. No início, era uma luta do PT para voltar ao poder. Agora é um grupo grande de organizações tradicionais que se sentem ameaçadas pelas transformações, que as reformas estão gerando.

O que provocou os brios do presidente Bolsonaro. Ele foi para um enfrentamento à oposição. Se jogou nos braços do povo. E as multidões o apoiaram. Agora os empresários e os banqueiros ficaram assustados. Temem os grandes enfrentamentos do passado: o suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas, em 1954, e a Revolução do Militares, em 1964. Que foram eventos singulares e diferentes dos momentos atuais, mas também provocaram reações às transformações, como agora. O resultado todos conhecemos: uma aceleração das transformações. Agora não vai ser diferente.

A grande maioria da população está gostando do governo Bolsonaro. Apesar da epidemia e da subida de preços da commodities. O poder aquisitivo da população caiu. Isso é fato. O emprego ainda está voltando muito lentamente. O desemprego continua muito alto, próximo de 15%.

Em alguns países mais ricos, a crise econômica está mais grave. Muitos estão com racionamento de combustíveis e de produtos em geral. O Brasil escapou, por pouco, dos apagões. As chuvas de primavera foram muito intensas em outubro, acima da média. E a falta de produtos ainda é pouca. Pode aumentar, por causa da dificuldade de importação de vários itens. Vamos ter que aguardar para avaliar o seu impacto das transformações mundiais que estão ocorrendo. A epidemia acelerou as transformações no mundo inteiro.

O Brasil ainda tem uma relação baixa de importação-exportação. Somos uma economia muito fechada. O que gera uma baixa dependência com relação ao exterior. Isso nos isola, um pouco, da crise mundial.

Outro fato importante é o superávit da balança comercial. Isso leva a um aumento das reservas em dólar do Brasil. O que nos dá uma maior segurança para aumentar as importações se for necessário.

É evidente que em alguns setores o Brasil tem as suas fragilidades. Uma delas é na importação de adubos. Hoje o Brasil importa aproximadamente 85% dos adubos que consome. Uma deficiência que pode ser corrigida em alguns anos. O Brasil tem minas dos componentes: fosforo e potássio. Falta produzir os adubos de forma competitiva para o mercado interno e mundial. A infraestrutura de transporte e de exportação já melhorou muito nos últimos anos. O que facilita a viabilidade das velhas e novas fábricas de adubos.

Esses embates entre setores da sociedade fazem parte da história. É o nascimento de um novo momento. Cada é singular. Não dá para comparar o momento atual com o suicídio de Vargas, em 1954, ou a Revolução Militar de 1964. Que foram pontos de inflexão de ciclos políticos, econômicos e sociais.

O momento atual é de fazer as reformas do Estado Brasileiro sem golpes de estado. O movimento de oposição às reformas se concentra no Congresso, principalmente nos partidos de esquerda; na imprensa tradicional, pois ela perdeu os subsídios do governo federal, e, principalmente, no Supremo Tribunal Federal (STF), por parte dos juízes que foram indicados pelo PT. O que mais chama atenção é a vontade popular pró-reformas. A oposição está em pânico.

A economia real começa a dar sinais positivos. O primeiro é o aumento dos superávits da balança comercial, que neste ano deve passar de 70 bilhões de dólares, um marco. O segundo é a redução do desemprego. A taxa está muito alta, mas começa a cair. O mesmo pode ser dito com relação à inflação. O aumento de preços provoca modificações de consumo o que leva à queda dos preços. As ferramentas de autoajustes começam a funcionar.

Existe no ar uma sensação que as transformações propostas pelo presidente Bolsonaro podem dar certo. Isso assusta os seus opositores. Que sentem que poderão ficar, um longo tempo, fora do poder. Isso provoca o desespero da oposição. Que não acreditava na competência do governo Bolsonaro. E, agora, já começa a perceber que deu certo.

O presidente Bolsonaro consegue fazer uma boa leitura do movimento da população. E toma a posição de liderar esses anseios. Os movimentos de rua pedem transformações. Os detentores dos privilégios não querem renunciar ao que desfrutam. Seguem achando que conseguem se opor às transformações, usando o poder que ainda têm. Mas, já não dá mais. As transformações já começaram. As Forças Armadas estão com presidente Bolsonaro. O povo está nas ruas, apoiando o presidente Bolsonaro, mostrando a sua vontade pelas reformas. As transformações são inevitáveis. A velha ordem caducou e está agonizando.

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