Biodiversidade: remédios da Amazônia

Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

Por Édelis Martinazzo Dallagnol

A Amazônia é nossa? Não, com certeza; hoje ela pertence, de fato, às ONGs. Mais de 100 mil ONGs… O amigo entendeu? Mais de 100 mil ONGs na Amazônia — no papel… mas, “no papel”, a Amazônia é nossa.
Minas de esmeraldas, de onde se retiram as melhores esmeraldas do mundo na atualidade; o mais revolucionário minério já conhecido, o nióbio; as maiores minas de ouro… Realmente, temos muita riqueza descoberta, à mercê das ONGs.
O amigo leitor já ouviu falar que muitos países europeus têm mandado dinheiro para a Amazônia? É verdade. Muitos países têm, aqui, sua “longa manus” (mão comprida), suas ONGs, que recebem dinheiro, e com certeza rendem fortunas a seus “benfeitores” (financiadores). É uma via de duas mãos…
Caso um dia o mundo resolva “monitorar” a Amazônia, “a bem da comunidade mundial”, esses países que subvencionaram essas ONGs deverão ter “a faca e o queijo na mão”. Caro leitor, essa ideia de encampar a Amazônia como patrimônio da humanidade já vem de muito tempo… Uma intervenção que fere todos os direitos, inclusive a soberania nacional… Mas, esses “patrocinadores” das ONGs saberão encontrar a fórmula acertada: “parceria”, “ajuda”, “cooperação científica”, etc. Não são bobos; precisamos ficar “de olho aberto”…
À boca miúda se sabe que essas ONGs contam com técnicos em muitas áreas, geólogos, biólogos, etc. Já estão com o “mapa da mina”, como se diz. E nós, de momento, só temos especulações, conjecturas, até porque não conseguimos aceitar a ideia de que essas ONGs estão simplesmente acampadas por lá, para cuidar do nosso território…
Na biodiversidade amazônica brasileira, encontramos coisas que desde já nos interessam, e sequer necessitam de ONGs ou de qualquer cooperação para nos serem úteis: os remédios silvestres… Vamos exemplificar a vasta gama desses remédios com base na cultura de índios nativos, citando só alguns dos que, por gracejo, vamos dizer, comecem com as 3 primeiras letras do alfabeto. Desde logo, nossos agradecimentos à Tribo dos Canoeiros e ao pessoal da Gleba do Tenente, grandes colaboradores.
Abiu (fruto): afecções pulmonares. Abutua: diurético, antipirético, antiespasmódico. Amapá (látex): cicatrizante. Anabi: antibiótico (uretrite). Anani (seiva): tumores, reumatismo. Anavinga: reumatismo, diurético, tônico. Andirá: vermífugo. Apé: combate impinges. Apuí: purgativo. Arapari: antidiarréico. Aracangá: antipirético. Araratucupé: cura feridas e úlceras. Araticum-do-Pará: antireumático. Ariá: cura cistite. Aroeira: combate atonia muscular e artrite. Assacui: purgativo. Bibiru: tônico, antipirético. Caapi: anestésico tópico. Caferana: antipirético. Caiaté: purgativo. Cana-do-brejo: combate cálculos renais e na bexiga. Caimbé: cicatrizante. Carajuru: contra desinteira. Carapá: antipirético. Catuaba: estimulante mental e sexual. Copaíba: cicatrizante, combate sífilis e cistite. Corticeira: tônico. Cuaxinguba: vermífugo, purgativo. Cujumari: estimulante. Cumacaá: combate leishmaniose. Cumacaí: contra caspa, queda de cabelo.
Temos centenas de remédios aprovados pelo povo da região. O que estamos fazendo que não tomamos posse do que é nosso?

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