Qual o preço da inatividade física?

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Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida, proprietário da QualiFis.

A pandemia revelou os problemas crônicos que temos com o nosso sistema da saúde, especialmente o público. É sabido, aplaudido e reconhecido internacionalmente a capilaridade e penetração que temos neste sistema por todo o nosso território. Nenhum país do mundo, com estas dimensões e população possui algo parecido. Isso é fantástico! Contudo o gargalo está na estrutura, número de profissionais e qualificação. Existem as exceções, normalmente restritas aos grandes centros. Fora deles… A saúde pede Socorro! No mundo todo! É fato que apesar de todos os recursos tecnológicos e médicos, estamos cada vez mais doentes!

Os benefícios da atividade física e do exercício corporal para a manutenção e aprimoramento da saúde e prevenção de doenças já estão muito bem esclarecidos e relacionados na literatura científica. Entretanto, estudos sobre a associação dos custos com a utilização de serviços de saúde e inatividade física ainda são pouco investigados. Estudos internacionais quantificaram estes custos e apresentaram associações com a prática de atividade física e/ou o comportamento sedentário.  E são reveladores e desconfortáveis! Os resultados mostraram que a inatividade física, independente do método de classificação, é onerosa à economia dos sistemas de saúde em todo o mundo e diretamente responsável pelo alto custo com medicamentos, necessidade de internação hospitalar e consultas clínicas. Os custos com a parcela da população fisicamente inativa acometida por doenças crônicas figuram entre as principais componentes dos custos totais com saúde pública. Se isso já é muito penosos para países desenvolvidos e ricos, pior para os mais atrasados e pobres.

Apesar da expectativa de vida mundial vir aumentando ao longo dos anos, o estilo de vida sedentário se contrapõe aos avanços tecnológicos que trazem melhorias no tratamento de doenças. Apesar de tudo o que tem sido feito para se combater diferentes doenças, o sedentarismo – traduzido pela falta de atividade física – é o quarto principal fator de risco de morte no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No mesmo período da pandemia da Covid-19, que já vitimou 4,2 milhões de pessoas por todo o globo, o sedentarismo já matou 5,2 milhões! Isso não pode ser desconsiderado!

Estima-se que 6% das doenças cardiovasculares e 7% dos casos de diabete tipo 2 (adquirida por hábitos inadequados), no mundo, são causados por inatividade física. O impacto dessa relação sobre os custos com saúde em países desenvolvidos é preocupante, uma vez que até 3% dos recursos financeiros disponíveis são utilizados por conta da inatividade física. Em 2012, 10,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em todo o mundo foram gastos com recursos para a saúde. No Brasil, este percentual é de 9% ao ano, o qual se assemelha ao do Japão, Itália e Austrália. As doenças crônicas não transmissíveis (câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão e doenças respiratórias crônicas), representam quase 70% do total de doenças no país e a prevalência do sedentarismo é alta e independe do grupo etário; atingindo 80% (!!) nos idosos.

Um estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF) estimou que, em 2019, as doenças crônicas não transmissíveis ocasionaram um custo de cerca de R$ 1,68 bilhão em internações no Sistema Único de Saúde (SUS) e, desse total, R$ 290 milhões foram decorrentes da inatividade física. Essas doenças – que incluem câncer de mama, diabetes, doenças cerebrovasculares, doenças isquêmicas do coração e hipertensão – representam 6,5% de todas as internações e 10,6% dos custos de internação no SUS.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2015), conduzida pelo IBGE, o nível de inatividade física no Brasil é mais elevado em relação a outros países e gira em torno de 47% da população ou, 123 milhões de brasileiros não praticam nenhuma atividade física, enquanto em âmbito global 27,5% da população não pratica atividades físicas. E, pasmem, 91,3 milhões de brasileiros nunca fizeram atividade física na vida adulta. É um dado assustador, pois quase metade da população brasileira não pratica atividade física nos níveis recomendados pela Organização Mundial de Saúde (150 min./semana) e isso traz implicações sérias e crescentes no aumento dos custos de tratamento. Das pessoas que não se exercitam, 38% alegaram falta de tempo; já 35% disseram não gostar ou não querer fazer nenhuma atividade.

Os custos financeiros do sedentarismo, que leva ao acometimento dos mais diversos tipos de doenças, como vimos, são altos. E outro estudo mostrou que para cada R$ 1,00 gasto com prevenção destas doenças, R$ 3,00 são gastos com o tratamento delas. Em outras palavras, é muito mais barato prevenir doenças.

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