Você sabe o que é estresse térmico?

Foto: Reprodução

Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida.

Nunca antes esse termo foi tão abordado pelos noticiários. Então vamos dar uma visão melhor sobre ele. Uma onda de calor extremo vem atingindo toda a região sul e central da América do Sul, levando a temperaturas recordes em todo o sul do Brasil. E com ele veio o estresse térmico – que pode ser provocado também pelo frio intenso. Mas, como estamos em pleno verão, nosso problema agora é o calor.

O calor pode ser muito bem vindo para quem está curtindo o verão na praia, campo, montanha, cachoeira ou piscina, mas a alta temperatura é um complicador importante no dia a dia de quem segue com a rotina normal. Ele é capaz de prejudicar o bem-estar e a saúde das pessoas.

O estresse térmico no organismo, provocado pelo forte calor, pode ocasionar problemas graves à saúde. Manter o corpo em torno da sua temperatura normal – 36,1ºC a 37,2 ºC – é o ideal para evitar o estresse térmico.

Mas o que é isso?  O termo estresse térmico, neste caso ao calor, é quando o corpo é exposto a altas temperaturas, que podem elevar a temperatura do organismo a níveis perigosos. Nosso corpo, em geral, não consegue suportar temperaturas internas próximas a 40ºC, é um limiar crítico para o corpo. Quando o organismo (estamos falando da temperatura no interior do organismo e não do meio externo) atinge esse valor, tecidos, órgãos e sistemas podem começar a ter algumas disfunções ou mau funcionamento ou até parar de funcionar e levar a pessoa à morte. E a temperatura externa –  do meio ambiente (associada à umidade do ar, radiação solar e velocidade do vento) – é diretamente responsável por esta elevação da temperatura corporal interna.

Nosso corpo tem um centro regulatório responsável por manter a temperatura adequada no corpo, que usa vários recursos para manter equilibrada aquela temperatura ideal, como o suor e a vasodilatação (aumento dos diâmetros de pequenos vasos sanguíneos periféricos), para melhor dissipar o calor.  Chamamos isso de termorregulação. No entanto, quando entramos em contato com temperaturas exageradamente quentes, o corpo perde ou não consegue dar conta dessa capacidade de adaptação para manter seu nível normal de temperatura, chegando ao estresse térmico. Com o aumento da temperatura externa, inicialmente, há um aumento do fluxo sanguíneo e do suor (nosso radiador que transfere o calor do interior do corpo para fora), numa tentativa de equilibrar a temperatura corporal.  À medida que a temperatura corporal aumenta, a quantidade de suor continua a se elevar, o que pode causar desidratação.  E isso faz com que o corpo ganhe mais calor do que pode perder. Como consequência, o mecanismo interno de regulação do corpo passa a sofrer perda de controle e começa a falhar. Em geral, isso ocorre, principalmente, quando a pessoa está em condição de esforço.  Nesta condição é fundamental uma rápida e constante hidratação. Tenha uma garrafa com água sempre por perto.

Por isso, se proteger do calor excessivo, principalmente em dias muitos úmidos, é fundamental. O estresse térmico associado à umidade alta do ar dificulta a transferência de calor do corpo para o meio externo. Lembre-se disso!

Algumas referências (indicador WBGT*) estabelecem uma temperatura limite externa – do meio ambiente – “confortável”, que o nosso corpo consegue dar conta para manter o equilíbrio da temperatura corporal (interna), mesmo em atividades físicas mais intensas, sem causar o estresse térmico: e ela gira em torno de 28°C. Temperaturas mais altas já começam a sobrecarregar nosso sistema de termorregulação. Fique atento, principalmente se for realizar alguma atividade corporal nesta condição.

  • * A avaliação do estresse térmico usa um indicador, o WBGT ou temperatura de bulbo úmido (WBGT na sigla em inglês) composto pelas variáveis: temperatura, umidade do ar, velocidade do vento e radiação solar. E representa a exposição do indivíduo a condições climáticas que influenciam a capacidade do corpo de manter a termorregulação. Esse índice que mensura a exposição ao calor que apresenta risco potencial à saúde humana é usado para avaliar o risco de sobrecarga térmica em atividades laborais, físicas ou esportivas em ambientes internos e externos.

O estresse por calor pode ser mais grave em pessoas com doenças crônicas, que tenham comorbidades, imunossuprimidos, pessoas que tomam remédios que podem afetar a adaptação ao calor extremo (como anti-hipertensivos, antidepressivos, etc), além de idosos, gestantes e crianças.

No próximo artigo abordaremos os sintomas e como melhor se proteger do estresse térmico. Até lá!

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