O aumento de preços das commodities

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Fotos: Jaelson Lucas / AEN

Por César Graça

De repente, os ventos mudaram de direção e estão favorecendo a economia brasileira. É algo totalmente inesperado.

O Brasil estava se recuperando lentamente do desastre que foi o ciclo do PT no poder. A economia brasileira tinha sofrido a pior recessão da sua história em 2015, enquanto quase o mundo inteiro estava crescendo, o Brasil afundava. Agora a realidade é totalmente oposta. O Brasil está crescendo, enquanto a Europa e os Estados Unidos estão prestes a entrar numa profunda recessão. Parece que o Brasil está sempre de pé trocado. O mundo inteiro está vivendo grandes transformações. A América Latina também. Só que aqui estamos no sentido contraciclo dos países mais ricos.

A economia brasileira vai puxar a América Latina. Os primeiros países a sentir isso são o Paraguai e o Uruguai. São economias que estão muito ligadas à economia brasileira. A Argentina também sofre a influência positiva do crescimento da economia brasileira. No entanto, a crise política lá é muito intensa. É o final do Peronismo. Criado ainda na década de 40 do século passado. As exportações de lá para o Brasil estão crescendo bastante. Principalmente agora com a quebra das safras brasileiras de soja e de milho. A proximidade e a infraestrutura facilitam as exportações para o Brasil. É muito provável que a Argentina mude de governo, para um não peronista, em 2023. O que deve facilitar muito a aproximação econômica com o Brasil.

Outro país que dá sinais de maior aproximação com o Brasil é o Peru. Depois da troca de vários presidentes num curto período, o Peru elegeu um novo presidente que está disposto a fazer uma aproximação com o Brasil. A primeira rota de ligação bioceânica, ligando o Atlântico com o Pacífico, com o Peru já está pronta. Deve ser oficializada logo. Só faltam os procedimentos formais. Mas a aproximação não parou nessa primeira rota. Duas outras estão em estudo e dependem de fazer estradas através da selva. São rotas muito mais amigáveis aos caminhões e passam por áreas pouco desenvolvidas do Peru e do Brasil. Como são rotas rodoviárias são de fácil implantação. Apesar de passarem por florestas virgens. Com essas novas rotas os portos peruanos do Pacífico ficarão muito mais próximos da região produtora de grãos do Brasil. O que vai dar um novo impulso ao crescimento do Brasil e do Peru. O comércio entre os dois países deve crescer muito. Os produtos brasileiros também chegarão com facilidade à Colômbia e, principalmente, à Ásia.

Uma outra rota de integração bioceânica está em construção e deve ficar pronta já no segundo semestre deste ano. É a rota que liga os portos de Santos e Paranaguá com os portos do Chile, passando pelo Paraguai e a Argentina. O primeiro caminho passa por Foz do Iguaçu, através da segunda ponte sobre o rio Paraná. O segundo passa pelo Mato Grosso do Sul cruzando o rio Paraguai, na terceira ponte ligando o Brasil ao Paraguai, que deve estar pronta em três anos. Estas duas rotas aproximam muito o Brasil com a Bolívia. Pois as rotas passam muito perto dela.

O aumento de preços das commodities vai valorizar muito as exportações brasileiras. O que vai expandir um grande crescimento pelo interior do Brasil. Pois é lá que são produzidas as commodities agrícolas e existem áreas para a expansão da agricultura. Com a nova infraestrutura, que o governo Bolsonaro está construindo, as exportações vão ocorrer através de mais duas dezenas de portos, no Atlântico e no Pacífico. Esses portos também receberão produtos do mundo inteiro. O comércio internacional da América Latina, com o mundo, vai crescer bastante. As rotas de exportação e importação passarão pelo interior da América Latina, graças às novas rotas bioceânicas. Essa integração do interior da América Latina ao crescimento econômico vai dar uma nova dinâmica à economia da região. Serão grandes áreas que estavam totalmente à margem de algum crescimento econômico há séculos.

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