O QUARTETO FANTÁSTICO DA SAÚDE – Dopamina, Serotonina, Ocitocina e Endorfina

Foto: Reprodução

Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida.

Há mais de 2 mil anos, o filósofo grego Sócrates (469 a.C-399a.C) iniciou uma discussão que nunca mais teve fim: o que é felicidade e como atingi-la. Até aquele momento as pessoas pensavam que dependiam basicamente dos desígnios dos deuses. Mas Sócrates tratou de levantar a discussão que essa era uma tarefa de responsabilidade do ser humano e não do acaso ou de alguns privilegiados pelos deuses do Olimpo. Nos dois milênios seguintes, a questão foi abordada por inúmeros pensadores e filósofos, e a felicidade tem sido um dos principais parâmetros para conferir sentido à vida humana. E, nas últimas décadas, todo o nosso conhecimento sobre o assunto vem sendo virado do avesso. Os cientistas já concluíram que é ótimo para a saúde física e mental ser feliz. Endocrinologistas e neurocientistas estudam a felicidade como um processo biológico, para encontrar o que desencadeia esse sentimento. Eles estudam o que acontece com nosso corpo quando a alegria dispara e como podemos dar uma mãozinha para esse sentimento.

E aí entra em cena o ‘quarteto fantástico da felicidade’, quatro substâncias naturais em nossos corpos: a serotonina, a endorfina, a dopamina e a ocitocina. A alegria e a felicidade genuínas inundam nosso organismo com esses neurotransmissores do bem. Eles são produzidos em momentos de bem-estar e levam as nossas células, de diferentes sistemas e órgãos, para um nível ótimo de funcionamento saudável, econômico e reparador.  Não é a toa que cada vez mais hospitais apostam nos Doutores da Alegria como parte fundamental de qualquer tratamento de saúde. Quando o cérebro sinaliza para uma dessas substâncias, certamente nos sentimos bem. Mas essas substâncias não são liberadas no sangue o tempo todo. É preciso algum estímulo externo específico – para cada uma delas – para isso acontecer. E cada uma delas produz uma sensação específica. Vamos então resumir o que cada uma destas maravilhosas substâncias, que produzimos naturalmente, podem fazer por nós e como ativá-las:

> SEROTONINA – A serotonina vem sendo classificada pelo senso comum como sinônimo de felicidade. E, de fato, é uma substância implicada em depressão e felicidade, ansiedade e tranquilidade e em outras diversas áreas do comportamento, como agressividade, raiva e irritabilidade. Solidão e depressão aparecem quando a serotonina está ausente. Participa também de outras funções importantes no organismo, como apetite, controle de temperatura, sono, náusea e vômitos, sexualidade e, é claro, muito importante no sistema de dor. Uma forma de aumentar a serotonina é consumir alimentos ricos em triptofano: castanha-do-Pará, vinho tinto, chocolate amargo, banana, abacaxi, carnes magras, leites e derivados, cereais integrais e tomate. Outra estratégia simples é recordar momentos felizes, conversar com amigos e rever fotos antigas. Praticar a gratidão também faz a diferença. Se você precisa de um impulso de serotonina durante um dia estressante, dedique alguns minutos para AGRADECER O QUE TEM! Praticar atividades físicas de leve a moderada intensidade é outra maneira de estimular o aumento da produção. O simples ato de se distrair com uma goma de mascar na boca já é o suficiente para estimular a serotonina, reduzir a fome e relaxar. Outra dica simples é ouvir músicas que, além de elevar a serotonina, reduz os níveis de cortisol, hormônio do estresse. Procure tomar também pelo menos 15 minutos de sol todos os dias. A luz solar eleva naturalmente a produção deste neurotransmissor.

> ENDORFINA – Tem uma potente ação analgésica, estimulando a sensação de bem-estar, conforto, alegria e melhora do estado de humor. Para liberá-la devemos sorrir, comer chocolate amargo e pimenta e realizar alguma atividade física regular.  Há muitas maneiras de aproveitar nossas endorfinas naturais para ajudar com os problemas do cotidiano. Um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostrou que filmes que mechem com a nossa sensibilidade ou que nos fazem chorar também ajudam a elevar os níveis das endorfinas, assim como dançar, sorrir, cantar e realizar atividades em equipe. As endorfinas são liberadas em resposta à dor e stress, e ajudam a aliviar a ansiedade e depressão. Semelhante à morfina, a endorfina age como um analgésico e sedativo, diminuindo a nossa percepção da dor. Manter o seu senso de humor no trabalho e na vida e encontrando várias coisas para rir durante o dia são uma ótima maneira de induzir a liberação de endorfina.

> DOPAMINA – É um neurotransmissor que, como a noradrenalina, é produzida na glândula adrenal. A dopamina tem diversas funções no cérebro, incluindo no comportamento, atividade motora, automatismos, motivação, recompensa, produção de leite, regulação do sono, humor, ansiedade, atenção e aprendizado. O que se sabe é que esse neurotransmissor é acionado quando você dá o primeiro passo em direção a um objetivo que muito deseja e também quando cumpre alguma meta estabelecida.  A dopamina nos motiva a agir em direção a metas, desejos e necessidades, e nos dá uma onda de prazer quando conseguimos. Procrastinação, autodúvida e falta de entusiasmo estão ligadas a baixos níveis de dopamina. Pode ser ainda gerada por fatos da vida cotidiana como conseguir encontrar um lugar para estacionar ou algo excepcional, como ser promovido no emprego. Pode ser liberada também em ações como gratidão ou num gesto de cumprimento. Alimentos ricos em tirosina auxiliam na produção deste importante neurotransmissor: cacau, feijão, amêndoas, sementes de abóbora, ameixas, mirtilo, chá verde, melancia, maçã e beterraba.

> OCITOCINA – O hormônio do amor, como é conhecido, está relacionado ao comportamento e ao vínculo social, tanto físico quanto emocional. Os níveis dessa substância podem ser elevados até mesmo com um simples abraço ou carinho. A ligação social é essencial para a sobrevivência das espécies, uma vez que favorece a reprodução, proteção contra predadores e mudanças ambientais, além de promover o desenvolvimento do cérebro. Alguns especialistas consideram este como o mais importante dos quatro neurotransmissores. A exclusão de um indivíduo de um grupo produz transtornos físicos e mentais e, eventualmente, pode levar à morte. É um composto cerebral importante na construção da confiança, que é necessária para desenvolver relacionamentos emocionais. Dar ‘pequenos passos’ nas relações sociais, negociando expectativas e permitindo a construção da confiança, é uma boa técnica para estabelecer um vínculo emocional saudável. Ser generoso, gentil, honesto e ter compaixão é capaz de aumentar os níveis de ocitocina na circulação sanguínea, pois o cérebro interpreta estas atitudes como formas de inspirar confiança e boas sensações, fazendo com que haja mais produção deste hormônio. Ah… e comer sua comida favorita também ajuda na liberação.

AFINAL… A SAÚDE É O MAIS IMPORTANTE!

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