Atividade Física e Saúde Mental

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Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida.

Não é novidade que a atividade física é uma grande aliada da nossa saúde física e mental. E, sem dúvida alguma, esse é um fato que vale para qualquer faixa etária. Principalmente para os mais jovens (crianças e adolescentes) e os mais idosos! A importância de mover o corpo está diretamente relacionada com nossa sobrevivência. Afinal o movimento é uma necessidade vital. Assim como morremos sem o alimento, sem a água, sem o ar, sem o sono e sem a reprodução (perpetuação da espécie), morremos também sem o movimento corporal. Ele mata mais lentamente, é claro, mas as sequelas que vai deixando pelo caminho pode ser muito limitante, cruel e doloroso.

Por isso mesmo todos os anos são criadas campanhas privadas e estatais de alerta e incentivo para as pessoas deixaram o estilo de vida sedentário, ressaltando a necessidade de atividades e exercícios físicos para o bem-estar e a saúde. O custo para a sociedade, deste mal que atinge todo o planeta – a inatividade física -, é assustador. Estamos vivendo atualmente um caos na saúde mundial. E a conclusão é que não são somente o aumento de doenças transmissíveis e congênitas as responsáveis, mas sim o estilo de vida degradante que contribui para o aumento das diferentes doenças metabólicas, físicas e mentais. Cuidar da saúde física e mental é uma questão de sobrevivência! Em 1946 a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu a Saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual, e não apenas a mera ausência de doença ou enfermidade”. Falaremos aqui sobre os dois primeiros (físico e mental). A saúde, afinal, não é algo estático: que ao conquistá-la se pode relaxar!  É um processo dinâmico e oscilatório e por isso mesmo deve ser preservado e reconquistado todos os dias por toda a vida.

Em 400 a.C., Hipócrates, considerado o pai da medicina, já falava – apenas pela práxis – da conexão do físico com a mente e vice-versa. Hoje se sabe que essa ligação é um sistema fantástico e complexo que compreende uma cascata de sinalizações, reações metabólicas e estimulação de órgãos, induzidas por hormônios, neurotransmissores e enzimas que por sua vez são despertados por diferentes estímulos externos, principalmente pelo movimento, alimento, meio ambiente, sono (ciclo noite/dia), postura, interação social e por nossos pensamentos.

Diante da redução dos níveis de atividade física entre a população global, a OMS já considera que estamos vivemos uma pandemia de sedentarismo. Ou seja, a falta de exercícios deixou de ser uma preocupação meramente estética para se transformar em um grave problema de saúde pública, responsável por cinco milhões de mortes a cada ano (!!). Em geral, quando se mencionam os riscos do sedentarismo para a saúde, na maioria das vezes falam-se muito de hipertensão, diabetes, obesidade, doenças metabólicas, cardiovasculares e acidente vascular encefálico (ou cerebral). Mas o impacto dos hábitos sedentários na saúde mental pode ser igualmente devastador. Dados epidemiológicos (estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes dos problemas de saúde em populações humanas) sugerem que pessoas moderadamente ativas têm menos risco de serem acometidas por desordens mentais do que as sedentárias. O indivíduo inativo fisicamente costuma apresentar problemas de autoestima, de autoimagem, depressão, aumento de ansiedade, de estresse, falta de criatividade, dificuldade no aprendizado, dificuldade de socialização, menor capacidade cognitiva (de pensamento), além de um maior risco para desenvolver os males de Alzheimer e de Parkinson. Isso mostra que a participação em programas de exercícios físicos pode trazer benefícios tanto na esfera física quanto na psicológica, prevenindo ou diminuindo todos aqueles problemas.

Isso está relacionado com a prática continuada de algum movimento corporal que altera a síntese e a degradação de diferentes neurotransmissores, especialmente o quarteto fantástico da felicidade. Estes têm interferência direta na sensação de bem-estar (https://asemananews.com.br/2022/03/21/o-quarteto-fantastico-da-saude-dopamina-serotonina-ocitocina-e-endorfina/) e no aprimoramento de diferentes capacidades físicas que se relacionam com a saúde e a qualidade de vida. Quando em desequilíbrio, esses hormônios podem levar a transtornos mentais, especialmente à depressão. A atividade física para saúde mental torna-se, então, um desejo do próprio organismo para aliviar o mau humor, a indisposição e o mal-estar.  Esta é considerada uma ação direta da atividade física que proporciona um aumento na velocidade do processamento cognitivo (memória, aprendizado, conhecimento) e saúde mental, aumentando as sinapses (ligações) entre as células cerebrais (neurônios) e inundando nosso corpo com os hormônios da felicidade. Além dessa ação direta, há ainda mecanismos indiretos que contribuem para a saúde mental, como a diminuição da pressão arterial, a redução dos níveis de triglicérides e glicose no sangue (melhorando os perfis lipídicos, metabólicos, hormonais e inflamatórios) e distúrbios plaquetários (doenças hemorrágicas ou trombóticas).

Outro fator é que o exercício físico aumenta o fluxo sanguíneo cerebral e, consequentemente, de oxigênio e outros substratos metabólicos, proporcionando assim uma melhoria na função cognitiva. Dessa forma, o uso da atividade física como alternativa para melhorar a função mental se mostra um método relativamente barato e acessível, podendo ser facilmente apresentado a grande parte da população.

Nesse caso, atividade física significa qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética e que resulta em gasto energético maior que a de repouso. Nestas atividades há ainda componentes de ordem biopsicossocial, cultural, ambiental e comportamental que podem ser exemplificados por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios físicos e atividades em grupos (em ambientes naturais e laborais). Tudo isso torna a atividade corporal uma ferramenta indispensável para a promoção da saúde mental, com custos consideravelmente menores quando comparados com outras abordagens terapêuticas e medicamentosas.

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