Exercícios Físicos e a Glicemia

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Por Sérgio Nunes, professor de educação física, personal trainer, especialista em atividade física, saúde e qualidade de vida.

Glicemia é o termo usado para descrever a concentração de glicose (açúcar) no sangue de uma pessoa. É uma medida importante da quantidade de glicose circulante no sistema sanguíneo em um determinado momento. A glicose é a principal fonte de energia para as células do corpo e desempenham um papel fundamental na função celular e no metabolismo. Monitorar a glicemia é crucial para avaliar a saúde metabólica, especialmente em relação a condições como diabetes e outras doenças que passaram pelo controle da glicose no sangue. Os níveis de glicemia podem variar ao longo do dia em resposta à ingestão de alimentos, atividade física e hormônios.

Os valores recomendados para a glicemia podem variar dependendo de diferentes fatores, como idade, tipo de diabetes, objetivos de tratamento e contexto individual. As diretrizes médicas estabelecem faixas alvo para os níveis de glicose no sangue. Seguem na gravura abaixo algumas de referência para adultos:

DM: diabetes mellitus; DM2: diabetes tipo 2; TOTG: teste de tolerância oral à glicose; HbA1c: hemoglobina glicada.

* Considera-se como jejum a cessação de ingestão calórica por ≥ 8 horas.
** Carga oral equivalente a 75g de glicose anidra diluída em água.

É importante ressaltar que essas são diretrizes gerais e que as metas específicas podem ser diferentes para cada pessoa. Para pessoas com diabetes, as metas individuais podem ser determinadas pelo médico com base em fatores como idade, saúde geral, complicações relacionadas ao diabetes e outras causas. Lembrando também que os valores de referência podem variar de acordo com a unidade de medida utilizada (mg/dL ou mmol/L), e as recomendações podem ser atualizadas com base em novas recomendações e diretrizes médicas. Portanto, é fundamental trabalhar em colaboração com um profissional de saúde para definir metas de glicemia adequadas e para monitorar e ajustar o tratamento conforme necessário.

Para saber mais sobre o diabetes e exercício físico >>  https://asemananews.com.br/2022/09/28/o-diabetes-e-o-exercicio-fisico/ e mais sobre a doença em >> https://diabetes.org.br/

A relação entre exercícios físicos e glicemia é uma área importante de estudo, especialmente para pessoas com diabetes, mas também é relevante para indivíduos sem essa condição. O equilíbrio do nível dos açúcares no sangue é fundamental para a saúde, uma vez que a glicose é a principal fonte de energia para todo o corpo.

Os exercícios físicos podem afetar a variação da glicemia através do(a):

Aumento da sensibilidade à insulina: O exercício regular pode melhorar a sensibilidade das células à insulina, o hormônio que ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue. Isso é especialmente importante para pessoas com diabetes tipo 2, onde a resistência à insulina é um problema. Ou seja, esse hormônio “abre” as células, especialmente as musculares, para a entrada do açúcar e produzir energia para o movimento.

Captação de glicose pelas células: Durante o exercício, as células musculares conseguem captar glicose do sangue mesmo com uma menor quantidade de insulina, através de outro mecanismo intracelular ativado pelo metabolismo gerado pelo esforço. Isso pode levar a uma redução temporária nos níveis de glicose no sangue, mesmo com menor presença da insulina circulante.

Controle pós-exercício: Após o exercício, os músculos continuam a usar glicose para se recuperar do desgaste e a se regenerar dos estresses mecânicos provocados pelo estímulo oferecido, o que auxilia na manutenção dos níveis de glicose mais estáveis no sangue.

Prevenção de picos de glicose: O exercício corporal moderado a intenso, quando regular, evita picos excessivos de glicose após as refeições, ajudando a controlar os níveis de glicose no sangue ao longo do dia.

Alimentação e hidratação: O tipo de exercício, a intensidade e a duração acabam influenciando a forma como o corpo utiliza a glicose. Além disso, manter-se bem alimentado e hidratado antes, durante e após o exercício é fundamental para evitar flutuações extremas nos níveis de glicose.

MAS, ATENÇÃO: Para pessoas com diabetes há a Necessidade de Monitoramento e Ajustes. Pois o exercício pode afetar os níveis de glicose de maneira imprevisível. Algumas atividades podem levar a uma queda acentuada nos níveis de glicose, enquanto outras podem aumentá-los. Portanto, é importante monitorar a glicemia antes, durante e após o exercício, e fazer ajustes na dieta e/ou medicação, conforme orientado por um profissional de saúde. Pessoas com diabetes devem sempre conversar com um profissional de saúde, um médico ou um Professor de Educação Física, especialista em diabetes, antes de iniciar ou modificar um programa de exercícios.

E são várias as modalidades de exercícios que podem ser benéficas para o controle da glicemia, tanto para pessoas com diabetes como para aquelas que buscam manter níveis saudáveis de glicose no sangue. No entanto, é importante lembrar que a escolha e a modulação do(s) exercício(s) devem ser elaboradas por um profissional capacitado e com base nas preferências pessoais, na saúde geral, nas limitações, capacidades físicas atuais e nas recomendações médicas (se houver).

Alguns exemplos de modalidades e suas sinalizações metabólicas para a glicemia:

Exercícios aeróbicos (cardiovasculares): Esses exercícios aumentam a frequência cardíaca e melhoram a respiração, promovendo a “queima” de calorias, melhorando a sensibilidade à insulina e diminuindo a glicemia no sangue carreando-a para o interior das células musculares. Exemplos incluem caminhada rápida, corrida, ciclismo, natação, hidroginástica e dança. O exercício aeróbico regular ajuda a controlar os níveis de glicose ao longo do tempo.

Treinamento de força/resistência (musculação): O treinamento com pesos ou resistência ajuda a construir/desenvolver a massa muscular. Quanto mais massa muscular você tiver, mais eficaz será a captação de glicose pelas células, auxiliando no controle da glicemia, mesmo quando em repouso. É natural um aumento da glicemia neste tipo de treinamento, durante a sua execução. É importante incluir diferentes grupos musculares, especialmente os maiores e realizar os exercícios de forma modulada e adequada para a sua realidade de forma mais segura.

Atividades físicas do dia a dia: Pequenas mudanças no estilo de vida podem fazer grande diferença. Subir escadas em vez de usar o elevador, caminhar em vez de dirigir para destinos próximos, usar mais a bicicleta, realizar a jardinagem e outras atividades diárias podem contribuir para a manutenção dos níveis de glicose.

Yoga e Alongamento: Embora não sejam exercícios intensos, a prática regular do yoga e alongamento podem ajudar a melhorar a flexibilidade, o equilíbrio, a coordenação, a postura e a sensação geral de bem-estar. E isso pode ter um impacto positivo na saúde metabólica e no controle da glicemia.

Interval training (treinamento intervalado): Essa abordagem envolve alternar entre períodos de exercício intenso e períodos de descanso ou exercício de baixa intensidade. Pode ser uma forma eficaz de melhorar a capacidade cardiovascular, aumentar a queima de calorias e melhorar a sensibilidade à insulina. A depender da intensidade dos exercícios (mais leve ou mais pesado) a glicemia pode sofrer alterações continuadas.

Esportes em equipe ou recreativos: Participar de modalidades esportivas em equipe ou atividades recreativas pode tornar o movimento mais divertido e socialmente envolvente. A intensidade com que se desenvolve pode alterar a glicemia momentânea para mais ou para menos.

Pilates: Por utilizar uma técnica acessível e variações de movimentos desde os mais simples ao mais complexo e dos mais fáceis aos mais difíceis, costuma abranger tanto os que têm bom condicionamento físico quanto os sedentários. Além de serem pensados especialmente para as necessidades de cada um, especialmente aos que possuem algum problema de saúde ou limitação. Atividade liberada para todos os indivíduos por ter um impacto muito positivo na saúde metabólica e no controle da glicemia.

Cross Training: Atividade que alterna exercícios de alta com os de baixa intensidade, aeróbicos e anaeróbicos, resistência, força, velocidade e potência, envolvendo movimentos ditos funcionais e podendo utilizar alguns acessórios ou somente o próprio corpo. Por tudo isso é uma excelente ferramenta no controle da glicemia. Mas, ATENÇÃO! Alguns cuidados iniciais antes da atividade, para diabéticos, nesta modalidade em especial, se faz necessário para a segurança do indivíduo. Por exemplo, a aferição da glicemia capilar antes de iniciar o treino. Desta forma um profissional qualificado fará toda a diferença.

Lutas/Artes Marciais: Por envolver movimentos de força e velocidade (potência) constantemente, as lutas/artes marciais são excelentes modalidades para o controle agudo (de momento) e crônico (longo prazo) da glicemia. Para os diabéticos vale a recomendação do item anterior.

É importante lembrar que qualquer programa de exercícios deve ser adaptado às condições individuais e de preferências. Antes de iniciar qualquer novo programa de exercícios, especialmente para pessoas com diabetes ou outras condições de saúde, é essencial consultar um médico ou profissional de saúde qualificado para obter orientações adequadas. Além disso, o monitoramento regular dos níveis de glicose, para os diabéticos, é crucial para entender como o exercício afeta o corpo e fazer ajustes conforme necessário.

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